6. Os Animais

209 14 6
                                    

Era uma vez, em certo canto, uma fazenda
Cheia de “vamos nos vingar!” — diz o cavalo
Dali sobre o tirano fazendeiro. E o galo,
Concordando, diz: “Esse vê a prenda!...”

“Vai pagar por tudo”, a vaca emenda.
E o porco com “fodê-lo até o talo!”
— Assim seguiu a bicharia toda, indo xingá-lo,
No anseio revolucionário da contenda.

Aprochegou-se, pois, o fazendeiro
Ao local que estavam, e, altaneiro,
Aos cacarejos, o galo se desfez:

“Coró có có pau no seu cu có có”.
(Era uma vez, um galo morto só;
E os animais quietos... Era uma vez...)

Poema reescrito (após perda do original) em 24/04/2021, 00h55

A Luz no BolsoOnde histórias criam vida. Descubra agora