Era uma vez, em certo canto, uma fazenda
Cheia de “vamos nos vingar!” — diz o cavalo
Dali sobre o tirano fazendeiro. E o galo,
Concordando, diz: “Esse vê a prenda!...”“Vai pagar por tudo”, a vaca emenda.
E o porco com “fodê-lo até o talo!”
— Assim seguiu a bicharia toda, indo xingá-lo,
No anseio revolucionário da contenda.Aprochegou-se, pois, o fazendeiro
Ao local que estavam, e, altaneiro,
Aos cacarejos, o galo se desfez:“Coró có có pau no seu cu có có”.
(Era uma vez, um galo morto só;
E os animais quietos... Era uma vez...)Poema reescrito (após perda do original) em 24/04/2021, 00h55
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Luz no Bolso
PoesiaDividida em três partes, essa coletânea poética se aventura (com certa pretensão, é verdade; porém, uma pretensão humilde) pelos principais campos temáticos dos poetas: a emotividade, a reflexão crítica e a sensibilidade estética. Os poemas aqui pre...