O Jornal

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Andando pela floresta, vi de longe algo no chão. Não dá para acreditar que até por aqui tem gente que anda sujando a natureza, isso é inacreditável!
Ando em direção aquele objeto de forma retangular e brilhosa. Pego a mesma e reconheço a imagem.

Sh: Uma carta de tarot? Por quê?

Avalio aquilo vendo a imagem de uma pessoa com uma corda no pescoço. Em cima tem a numeração em grego e em baixo tem escrito 'O enforcado'. Olho em volta, sem resultado de encontrar alguém por perto.

Sh: E se for um sinal? Uma pista?

Viro a carta lendo o verso.

"Me queime"

Foi escrito com tinta vermelha. Bizarro.
Começo a caminhar indo ao encontro da árvore com portal mágico. De frente para a portinha, pego a caneta em meu bolso, clico na mesma fazendo sua ponta pular. Escrevo no verso da mesma uma mensagem para "autoridade corvo". Atravesso metade do meu corpo na árvore, encosto minha mão no canto da minha boca e canto chamando o mini carteiro. Em segundos uma nuvem de poeira dança como uma serpente pelo chão e ele para a minha frente.

Sh: Entregue para Jimin.

Sorri dando o cartão para ele que olha para o desenho e depois para mim. Dou uma moedinha e ele vai embora. Fecho o portal. Olho meus joelhos sobre a terra que esconde a raiz da árvore mágica. Me levanto.
De volta em casa, conversei com meu pai que diz que precisa fazer uma viagem repentina. Ele convidou todos da casa para ir junto, mas eu descartei, inventei uma desculpa, dizendo que preciso fazer os trabalhos da escola e por isso também receberei a visita de um colega de turma.
Minhas tias ajudam minhas irmãs a se arrumarem para o passeio. Me despeço deles da porta vendo o carro arrancar pela rua indo embora.
Esperei a roupa terminar de ser lavada pela máquina. Após espremer, coloquei tudo dentro de um balde e fui para fora estender.
Penduro as camisas do meu pai e as prendo com o pregador. O vento se mostrou valente quando me curvei para pegar mais peças, levanto o rosto para o olhar o céu vendo as árvores balançarem e bem distante no ar, um papel flutua vindo em minha direção e por trás dele veio uma silhueta de penas negras, sorri fechado reconhecendo. Pulo pegando o papel no mesmo tempo em que a ave pousou no chão ficando atrás de um lençol estendido. Corro em direção a sombra de Jimin no lençol que estava se colocando de pé. Quando puxei o lençol, deparei me com borboletas voando em volta de seu corpo totalmente nú. Imagem linda e romântica para se testemunhar.
Encarei as curvas de sua costa.

Jm: Poderia me emprestar algo para vestir?

Desci os olhos pelo corpo dele até cair em sua bundinha redondinha. Coloco minhas duas mãos em cima do meu coração sentindo minha mandíbula "cair".

Jm: Tem algo de errado comigo?

Não, meu querido, não há nada de errado ou imperfeito no seu corpo.
Pego uma toalha e embrulho o corpo de Jimin. Foi a primeira vez que vi um homem sem roupa e bom, só agora percebi que minhas mãos estão se tremendo. Jimin se vira de frente, ele me olha, vê que estou me tremendo, segura em minhas mãos e assopra.

Sh: Eu não estou com frio.

Ri do seu jeitinho cuidadoso. Ele levou um tempo até perceber a verdade.

Jm: Me perdoe, eu tive que sair de casa sem minhas roupas porque aconteceu uma coisa muito grave.

Sh: Tão grave a ponta de não ter tempo de por uma roupa?

Ele concorda com a cabeça.

Sh: Anda, me conta o que aconteceu.

Franzi o cenho já preocupada.
Abraçado ao próprio corpo, Jimin estende a mão e entre seus dedos, ele oferece o envelope de cor creme.

Jm: Estou com frio...

A voz de Jimin saiu trêmula. Seu rosto está tão pálido. Envolvo meu braço no dele e o conduzi para dentro de casa, especialmente para a cozinha. Pedi para se sentar na cadeira próxima a mesa de refeições.

Sh: Fique aqui. Volto em dois minutos.

Antes de sair da visão dele, pisco para o mesmo.

Sh: Não se mexa.

Brinco tentando animar o coitado que está todo encolhido e com olhar amedrontado.
Invadi o guarda-roupa do meu pai, peguei suas roupas mais antigas da época em que ele era magro, já que hoje em dia ele ganhou bastante peso. Volto para onde deixei Jimin e ali ele ficou imóvel igual a uma estátua.

Sh: Caramba você levou bem a sério o que eu disse.

Jm: O território é desconhecido, vai que tem armadilhas para pássaros aqui.

Pelo visto ele já teve uma experiência e tanto com caçadores de aves. Entrego as roupas nas mãos do mesmo que ao ficar de pé, a toalha que lhe dei cai. Pulo para trás cobrindo meus olhos em completo desespero.

Sh: Menino não faça isso na frente de uma garota! Coisa feia se vestir na frente de uma mulher!

Exclamei morta de vergonha.

Jm: Me desculpa.

Sinto sua mão pousar sobre minha cabeça e fazer carinho. Em segundos o carinho encerra e não sinto mais a presença dele por perto. Abro um olho vendo a barriga dele, volto a fechar com força dando as costas. 

Jm: Onde fica o banheiro?

Ouço a voz dele vindo atrás de mim.
Depois de tentar o máximo não olhar para Jimin em conduzir novamente ele pela casa até o banheiro, aproveitei que ele estava ocupado para pega uma faca e corto o envelope.
Abri, tirei o papel dobrado e junto dele veio algumas fotos.

Sh: Mas isso é um jornal velho. É tão antigo que ele mudou de branco para amarelo.

Desdobro o jornal sobre a mesa onde faço as refeições constantemente com minha família.
Deslizo o dedo indicador pela escritura que só agora percebi que está em outra língua. Sinto uma leve tremedeira no canto do meu olho. Estresse.

Jm: Esqueci que você não sabe lê no idioma do meu país.

Olho para o lado vendo o sorrisinho em seu rosto. Caminhei os olhos por sua postura coberta pela roupa esportiva de caminhada do meu pai.

Sh: O cinza ficou bom em você. Serviu bem?

Jm: Sim.

Ele volta a atenção para o jornal.

Jm: Aqui diz: Garota com ferimentos absurdos morre no hospital Mariposa negra. Polícia investiga caso e não encontra o culpado.

Sh: Que nome estranho para um hospital.

Jm: Me desculpe, as coisas entre nossos mundos são bem diferentes.

Assenti com a cabeça voltando para o jornal.

Jm: Eles acrescentaram um bônus sobre a menina com a seguinte informação: Vítima de um ataque bizarro e violência física, morre com flores venenosas costuradas em seu corpo.

Sh: O assassino até hoje não foi encontrado?

Jm: Não, nem vestígios ou provas foram deixadas por ele. Foi um crime perfeito e até poético.

Me arrepio toda pegando as fotos da garota morta deitada no colo de um enfermeiro.

Sh: Jimin esse homem que está com a garota nos braços não é o ....?

Jm: Jungkook.

E no verso da foto tem uma mensagem escrito.

"Sasha, não tenho muito tempo. Por favor, ajude-me.
-Jeon Jungkook"





Continua....

A Garota e a Raposa. {Kim Th}Onde histórias criam vida. Descubra agora