mulher do padre

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 Nozel visão

Estou tendo um segunda chance, mais por que existe uma parte minha que parece estar insatisfeita demais.

- capitão está me ouvindo?- sou chamado pelo meu vice.

- não estou em um bom momento- aviso- irei retirar o dia de folga, você consegue dar conta por hoje?

- sim- ele diz- melhoras.

- okay- saio sem nem ao menos me despedir.

Estou pensando em olhos violetas, em como o mundo pode ser tão insensível, eu tento entender... Eu não sei o que eu fiz de errado pra ela.

"- Nozel- ouço Dorothy me chamar- o que acha de sairmos para almoçar?

- sinto muito- a dispenso- estou ocupado com uma papelada do esquadrão.

- se quiser ajuda- ela pisca, e eu aceito.

Ficamos um bom tempo, ela é bem eficaz, eu a admiro.

- bem acho que terminarmos- ela sorri.

- por que você é assim?- eu pergunto.

- talvez por que eu gosto de você?- ela se aproxima- me desculpa- não consigo processar a não ser sentir seus lábios nos meus, um choque corre pelo meu corpo, no instinto a puxo mais forte para mim.

De alguma forma o calor nos domina, desço minhas mãos pelo seu corpo, e beijo cada parte do seu pescoço, como mágica meu corpo se move sozinho.

Nós nos amamos ali no meu escritório, no tapete do chão…

- isso foi um erro- eu falo- não está certo, por favor, vamos fingir que isso nunca aconteceu.

- eu acho que devo ir - ela se levanta- não se preocupe Nozel, eu não vou me aproximar de você.

Eu a vejo sair, eu não fui atrás dela."

Talvez se eu tivesse, se eu tivesse pedido pra que ela ficasse... Eu ainda sinto o saber dos lábios dela, faz quanto tempo, dois anos? Ou mais… faz muito tempo que não vejo seus olhos, faz muito tempo que deixei o amor escapar das minhas mãos pelo medo.

Estou caminhando pela floresta para conseguir chegar ao castelo pelo caminho mais longo, eu sinto que preciso de paz e um momento de só pra mim.

- hahaha- escuto uma voz feminina gargalhar- não acredito nisso Solid- bem eu passaria longe se não fosse pelo nome citado- daria tudo para ter visto isso.

- mais é verdade Becca- ouço claramente a voz do meu irmão mais novo em um tom suave, me aproximo e fico escondido enquanto os observo sentados na grama- algumas missões são realmente loucas! Você nunca sabe quando uma velhinha vai tirar a roupa e tentar de agarrar- ela sorri.

- tente cuidar de cinco irmãos- ela cutuca o nariz dele, e vejo um brilho familiar em seus olhos- meus irmãos sabem como serem umas pestes quando querem, mais não os trocaria...acredita que trocaram o sal pelo açúcar no restaurante, foi uma confusão daquelas.

- eu acho que nunca fui uma peste- vejo seu sorriso cair- quando ela se foi, meio que perdi até a inspiração para aprontar... Eu só infernizei a vida da minha irmã.

- você era jovem demais Solid- vejo a garota ruiva o abraçar- você era jovem demais para lidar com a dor...

- mais mesmo assim- ele a aperta- se ela estivesse viva, seríamos diferentes, digo eu e meus irmãos? Nozel seria feliz? A Nebra seria simpática? Eu conseguiria me sentir necessário… e a Noelle ela seria confiante o suficiente?

- não sabemos- ela o olha- mais essa é sua vida, vocês não precisam da sua mãe para serem assim, vocês apenas precisam de si mesmos, tomar as rédeas… pais não são eternos, quem dera se fossem...

Me retiro dali o mais rápido que consigo e chego no palácio, subo e me tranco em meu quarto, abro a gaveta e pego uma foto da mina mãe.

- aonde eu errei?- pergunto pra ninguém- aonde eu perdi o controle mãe? Aonde eu deixei de ser eu mesmo?

Noelle visão

Aquele passarinho está na minha mente a desde ontem, não consigo esquecer a sensação boa que ela me trás, alguma parte me diz que é fêmea.

Estou encarando novamente o jardim quando visualizo meu irmão Solid chegar.

- sozinha aqui?- ele começa e se senta ao meu lado.

- esse lugar é belo- afirmo- me sinto em paz aqui.

- aqui é realmente calmo- ele fala- mais não está com fome? Soube que Valentina fez uma torta de limão.

- torta de limão?- minha boca saliva.

- nossa favorita!- ele levanta e estende a mão- se corrermos dá tempo de rapar a panela do recheio.

- podemos fazer isso?- estou confusa- não devemos manter os bons modos?

- se ninguém descobrir- ele pisca pra mim- vamos.

- sim- eu corro na frente- quem chegar por último é a mulher do padre!

- heyyy você está trapaceando!- o ouvi gritar e chego na cozinha primeiro pra ser brindada com um cheiro divino- você roubou.

- o mundo é dos espertos- eu pisco- você tem que superar seus limites!- sorrio, mais paro.

"- hey seus palermas, superem seus limites aqui e agora..."

- hey Noelle- sinto um leve empurrão no meu ombro- você está bem?

- sim estou- falo- apenas me distrai.

- sei- ela fala- Valentina deixou a panela na está ora dividirmos- ele sai e volta com duas colheres.

-okay- pego uma rapinha e coloco na boca- hummm- gemo com os olhos- fechados!

- delicioso! Tem gosto de infância sabia?- ele fecha os olhos- mamãe costumava fazer para nós, e sempre guardava a panela pra mim.

- como ela era?- minha curiosidade vence.

- igual a você, amorosa, linda e forte- ele sorri- ela também era brava e não tinha medo de puxar nossas orelhas- ele coloca a mão na orelhas- eu sinto falta até disso.

- eu sinto muito...

- não Noelle- ele me olha- te ter aqui me faz ver que eu não preciso esquecer ela, afinal eu sou parte dela, então ela sempre estará comigo!

- você é compreensível- eu falo.

- eu só aprendi um novo ponto de vista, de outra realidade.

- okay- sorrio.

 Passamos a tarde na cozinha com ele me contando coisas sobre a missão e nossa família.

Olhos VerdesOnde histórias criam vida. Descubra agora