Dominique encarava os números do elevador impaciente. Se sua perna balançasse mais sairia do seu corpo, realmente a ruiva estava pior do que naquela manhã. Tinha mais dúvidas, mais perguntas e mais enjoo do que antes. Seu plano de falar com o tio Ron tinha ido pelo ralo já que nem ele poderia ajudar ela com seu futuro. "Escolha o que for te fazer feliz" "Siga seu coração" "Como se imagina daqui a 5 anos?" Isso nem ela sabia responder! Era por isso que estava ali para o inicio de conversa.
Finalmente o elevador chegou no andar e ela entrou rapidamente apertando o botão de térreo, só havia um homem ali dentro. Ela respirou fundo tentando controlar seus ânimos dentro de si, não sabia o que faria, mas ficar dentro do elevador a deixava nervosa.
-Belo dia não? - comentou o rapaz e ela olhou de canto, ele parecia nervoso - tudo bem que está chovendo, mas eu gosto de chuva sabe? O cheiro de terra molhada.
Dominique deu um aceno e voltou a encarar a porta, não entendia o porquê dele tentar puxar assunto, não era o comum de quando ia à empresa de seu tio. E mesmo que ela quisesse, não saberia ser simpática naquele momento.
- Primeiro dia?
- O que? - questiona a ruiva virando a cabeça para ele.
- Ah, já tava achando que você era surda - disse com um grande sorriso - primeiro dia trabalhando aqui? Por isso o nervosismo - ele apontou para suas mãos que arrancava rótulo da garrafa d'água - e eu nunca ter visto você por aqui
- Não - respondeu somente. Talvez o tom tenha sido grosso além do que deveria, pois o homem se calou.
Faltava ainda metade dos andares quando houve um grande baque no elevador. A chuva estava forte lá fora, o vento principalmente, e acabou acontecendo a pior coisa que pode ocorrer com uma pessoa ansiosa como Dominique, o elevador parou. Ela começou apertar os botões desesperada para falar com alguém, não podia ficar presa assim e parecia não conseguir respirar.
-Ei - chama o homem que ela não conhecia, os olhos dele eram profundos e podia ver que ele estava preocupado, mas por que? Ele nem a conhece - vai ficar tudo bem, deve ter sido uma queda de energia.
- Eu.. Eu na- ela gaguejava e sentia suas mãos trêmulas e suadas.
- Vamos respirar, ok? - ele esticou as mãos e a ruiva recuou por um momento, mas o sorriso dele trazia conforto para ela - segura a minha mão, ajuda - Dominique pegou nas mãos do desconhecido e ele apertou forte. O toque foi como um choque nela, a garota que estava se sentindo mole achou firmeza naquelas mãos que apertavam as suas - respira comigo tá? - e assim ela fez, 6 vezes até que soltou um sorriso - uau.
- O que? - pergunta a ruiva confusa com o olhar dele, um olhar de certa admiração.
- Seu sorriso... - e as bochechas do homem coraram na hora e ele soltou as mãos dela - você está melhor?
- Sim, obrigada por isso - ela encostou na parede gelada do elevador, era confortante o choque com seu corpo quente.
- Não foi nada e alias, sou Frank.
- Dominique
- É um prazer conhecê-la, Dominique - ele olha para o ambiente - é claro que preferia te conhecer em outro lugar.
- Outro lugar? - ela pergunta confusa
- Sim, tipo um chá- Frank morde o lábio, sempre teve a mania de falar sem pensar. Na hora que Domi iria respondê-lo o autofalante do elevador funciona e a voz de um homem ecoa.
- Frank? Tá tudo bem por aí?
- Sim, Dave, foi só o susto mesmo - responde ele perto do painel - Quanto tempo até sairmos?
- Sem previsão, bro - a respiração de Dominique voltou a acelerar. Sem previsão significava que ela estava presa no meio do caminho, igual na vida dela só que dessa vez o controle não estava nas mãos dela - Quem está com você?
- O nome dela é Dominique.
- DOMINIQUE? - a voz de um outro homem que Frank não conhecia agora ecoa, mas Domi sabia bem quem era - TIRA A MINHA AFILHADA DE LÁ AGORA!
- Calma tio uon uon - Domi conseguiu falar tranquila, tio Rony já era desesperado pelos dois - tá tudo bem por aqui.
- EU VOU TE TIRAR DAÍ LOGO, FOGUINHO, PROMETO! - e o interruptor ficou em silêncio, pelo menos a menção do apelido a fez ela sorrir.
- Então visitar um familiar - comenta Frank depois de alguns segundos em silêncio.
- O que?
- O motivo de ter vindo aqui - ele se sentou no chão e ela o acompanhou, mas não tão próxima a ele.
- Ah, sim - ela se ajeitou no chão - precisava de uma ajuda, mas nem ele pode me ajudar.
- Ajuda? Com o que? - Domi ficou desconfortável novamente e Frank percebeu - podemos falar sobre outra coisa se quiser.
- Prefiro - ela sorriu em agradecimento.
- Bom... então se você fosse um aparelho eletrodoméstico qual seria? - Domi riu surpresa. Percebeu naquele momento que Frank era a pessoa certa para se estar presa em um elevador.
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Presos no meio do caminho
FanfictionDominique se encontra perdida, sem saber qual rumo seguir com sua faculdade. Mesmo pedindo ajuda para seu padrinho, Ronald Weasley, não consegue se decidir para onde ir. Até que ela fica presa no meio do caminho junto com Frank Longbottom II AVISO s...