Capitulo 1

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A vida é como um sopro e quando ela acaba, esse sopro alcança as pessoas proximas como uma ventania, no meu caso veio como uma tempestade.

Encarei os ladrilhos em tom de verde musgo me sentindo estranho. Hoje fazem seis dias que vi meu pai morrer e que me despedi de Sofia – a governanta que eu tratava como mãe.

Me levantei cansado da banheira com uma dor de cabeça terrível, depois vesti um pijama qualquer e fui até o andar de baixo pedir a alguém um remédio.

Quando cheguei no corredor pude ouvir Cristóvão conversar com alguém no celular.

— Senhora, mas já amanhã pela tarde? Eu não sei se ele está pronto pra isso...

Quando ia me aproximando fui interrompido por alguém atrás de mim.

— Harry? Meus sentimentos! – ouvi os passos próximos e me virei.

— Obrigado Toni! – digo me aproximando dele.

— Você já está melhor? – ele perguntou e eu confirmei com a cabeça afirmando.

— Seu Pai e a minha esposa vão fazer muita falta Tenho certeza que eles estarão em um bom lugar!

O encarei e era visivel seu semblante trágico, acho que ele estava sofrendo mais do que eu – ou pelo menos aparentava isso.

— Vai ficar na cidade? Posso pedir alguém pra preparar um quarto! – tentei oferecer ajuda, mas ele olhou para os lados.

— Estou indo embora hoje e não não sei por mais quanto tempo você vai ficar aqui. – Ele observou mais uma vez pra ver se ninguém estava escutando enquanto mexia no bolso da blusa.

— Seu pai me pediu que te entregasse a cópia reserva do quarto dele, caso acontecesse algo. – ele me entrega uma chave e eu fico extremamente confuso. – Não entregue ela pra ninguém, antes da hora certa.

— Como assim ficar aqui muito tempo? – perguntei curioso tentando assimilar tudo.

— Não serei o portador das boas novas, mas acho que em breve vão te explicar. E sobre a hora certa você vai saber quando.

— Compreendo! Bom, de qualquer forma agradeço a gentileza de ter me entregado a chave, fico grato que cumpriu a promessa! – respondi fingindo que não estava tentando raciocinar.

Nos encaramos por uns segundos antes de eu me  lembrar de que estava procurando a cozinha e Agatha.

— Eu vou na cozinha pegar um remédio, mas se quiser qualquer coisa pode pedir pro pessoal que eles vão te ajudar! – respondi antes de sair dali e respirar.

Depois de alguns segundos cheguei na cozinha e alguns empregados se assustaram. Não pude deixar de perceber que metade deles estavam guardando objetos e que a cozinha estava muito limpa pro habitual.

— Não quero atrapalhar, mas já atrapalhando... Preciso de um remédio pra dor de cabeça! – falei entrando no local.

Agatha pegou uma caixa e nem me olhou nos olhos. Agradeci com receio e sai dali de volta ao corredor.

Quando passei pela sala, vi Cristóvão fumando e encarando um quadro do papai que ficava em cima da lareira, agora apagada. O reflexo da chuva que escorria no vidro e que refletia no chão, também refletia nele.

Eu normalmente não conversava com todos os empregados e embora fosse proximo de Cristóvão, nunca seria sua familia como o Papai ou a Sofia, eu estava sozinho no mundo e era isso o que mais me doía.

Sabe se lá onde minha mãe estaria nesse momento. Meu pai sempre evitou comentar sobre ela. Era o pior dos tabus, mas eu nunca consegui fazê-lo me contar mais a respeito.

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