Cannibal

Desconfie

Sophie estava novamente em seu quarto, ela sente um pouco de frio, notando que o outono chegava, amava aquele estação do ano, vendo as folhas caindo para crescerem novas demostrava a ruiva que deveria seguir em frente e esquecer o passado que assombrava cada vez mesmo.

Ela tentava, como tentava, mas parecia que cada dia que se esforçava piorava ainda mais a situação, teve um momento que acabou sentindo uma forte dor de cabeça dentro da sala de aula fazendo-a gritar e puxar os cabelos em desespero, o seu professor foi em direção a mesma a levando para a enfermaria onde aplicaram medicações injetáveis na veia, a fazendo dormir.

Ela não queria dormir...

Sabia que iria ter os sonhos, mas aquele...

Foi diferente...

Novamente estava no quarto junto com sua mãe, comemorando o aniversário de 6 anos, só que algo estava estranho e ela sentia isso.

— Mamãe... Tá sentindo algo de diferente hoje? — pergunta a pequena um pouco preocupada — Eu sinto que... Tem alguém olhando para a gente...

A alegria que a mãe da menor estava de repente sumiu, ela se levanta da cama com calma indo em direção a porta.

— Mamãe? O que houve?

— ... Slender vem ver você... Não faça nada que o deixe com raiva, tá bom?

Simplesmente isso... E saiu do quarto deixando-a confusa.

Sophie levanta colocando bandeja de comida na cama, ela se olha no espelho que tinha ao lado notando que não havia a aparência de criança e sim a jovem atual.

Senti um arrepio em suas costas à fazendo tremer completamente, o closet é aberto devagar, a jovem não consegue fazer nada, apenas encarava aquilo, como se o seu corpo tivesse perdido o controle.

"Sophie... Quanto tempo... Você está tão grande... A última vez que te vi só tinha 12 anos... Agora... É uma bela mulher..."

Ela tenta falar algo mas sente uma pequena dor aguda em sua cabeça a fazendo colocar a mão na mesma, quando retira nota que sua mão sangrava, percebendo que foi do seu ouvido.

"Não fale nada ainda... É tudo muito confuso a você, mas lhe garanto que irá entender em breve, só que preciso que preste atenção no que irei falar... Isso você não pode esquecer..."

Ser alto se aproxima mais um pouco a fazendo tremer novamente.

"Sophie... Vou dizer uma parte da verdade... Sua mãe fez um acordo com um ser muito poderoso, em troca... Teria você... Ele também pediu para um... Amigo... Ficasse de olho em ti para garantir sua segurança caso fosse necessário... Só que está ficando fora de controle a situação sobre essa pessoa."

— ... Como assim... Fora de Contr- — novamente a dor em sua cabeça.

"Em breve irá saber, mas o que quero realmente lhe falar é... Tome muito cuidado com quem você esteja se aproximando... Existem pessoas que sabem a verdade de ti e querem te pegar... Então, desconfie de tudo e todos, caso você precise de ajuda... Ele irá aparecer para você."

Sophie acorda ofegante e com nariz sangrando, ao lado estava Will que a encarava preocupada.

— Hey amiga, o que houve? — o olhar da loira nela era de medo, achando que tinha acontecido algo de ruim. — Rhoner disse que você surtou na sala, o professor te levou e quando cheguei aqui estava arranhando os seus braços... Olha...

A ruiva olha seus braços enfaixados, estava com uma pequena mancha de sangue, ela suspira.

— Poderia me dizer o que aconteceu para ter gritado e arranhado?

Quando ia abrir a boca para falar sente novamente aquela dor na sua cabeça.

"Sophie... Desconfie de tudo e todos..."

— ........ Nada Will... Só acho que não dormir bem... Somente...

— Bem, tudo bem... Eu vou ter que ir agora, vim aqui sem avisar ao professor, descanse, tá?

Ela assente vendo a sua amiga sair dali.

Minutos se passam e finalmente a enfermeira libera a sua saída, deixando com a mesma alguns medicamentos para dor caso precisasse, disse também que iria falar com o médico em dois dias.

Quando estava indo em direção ao seu quarto, ela senta um vento frio, quando olha a sua direita, estava lá, a floresta..., mas percebe que tinha alguém lá...

Sophie estreita os olhos para tentar ver melhor, roupa escura, capuz, não dava para ver o rosto.

E assim, toma coragem para ir lá, sabia que não deveria, só que tudo aquilo estava atormentando mais e mais.

O ser que a encarava ainda estava lá, vendo que a ruiva se aproximava.

—... Você é... O amigo que aquele ser disse para mim? — seu tom de voz era baixo, estava com medo e aquele homem sentia isso.

Ele se aproxima mais um pouco e assim dava para notar que o mesmo estava com uma máscara azul e grandes buracos negros onde seria os olhos.

— ... Sim...

Aquela voz... Sophie fica estática.

Era aquele homem que deixou a sacola.

— Jack, não é? — Perceber o maior confirmar — Pode me dizer o que está acontecendo? É tudo tão... Confuso... Desde que minha mãe se foi... Tudo está bagunçado, eu não consigo pensar em nada esses dias...

—...Não... Posso...

Ela suspira, estava ficando irritada, coisa que nunca acontecia com a mesma por sempre aparentar tranquilidade e paciência.

— Tudo bem... Desculpa te incomodar...

Quando ia sair para entrar no orfanato, Jack segura a sua mão fazendo-a abrir e entrega um pequeno frasco com um liquido roxo.

— Tome isso que irá pensar melhor... E a dor vai passar... Por um tempo...

Ela encara o frasco e sorri fraca para o mesmo.

— Obrigada... Jack...

E assim retorna para o seu quarto, faz as suas higienes e se deita na cama, a ruiva olha para a cômoda onde estava o frasco e o pega começando a encarar o mesmo.

— Bem... Eu não tenho nada a perder mesmo... — fala tomando o liquido, sentido que era bem gelado e escorrendo em sua garganta.

Tudo ficou escuro...

E naquele dia...

Ela teve um sonho comum...