Conexões

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Capítulo 3

"Conexões"

A ENTRADA DO BAR é bem chamativa, em tons de amarelo e preto. O estabelecimento de esquina é inconfundível. Viemos em uma moto que ele "conseguiu" com a família dele. Eu nem sabia que as "Assombrações" já estavam por aqui. Desço da moto vestida com uma calça jeans, jaqueta de couro preta, blusa vermelha por dentro, uma corrente e claro, minha bota de salto fino. Entrego o capacete para ele que continua sobre a moto. Ele levanta a frente do capacete sem o remover completamente da cabeça, pega meu pulso e me puxa para perto, apoia a mão na minha cintura me traz faz encostar nele, me olhando nos olhos ele faz um biquinho duas vezes pedindo um beijo, eu acabo cedendo e dando início a um beijo e um abraço de tempo prolongado. É tão gostosa a maneira como ele me faz sentir amada.

— Se cuida. Qualquer coisa é só me chamar.

— Se cuida também amor.

Meio desconsertada pela cena me dirijo até a porta, onde Zircônia e uma mulher desconhecida se encontram. Fico envergonhada por elas terem presenciado isso, não era minha intenção fazer esse showzinho. A garota possui uma aparência única, cabelos vermelhos, um olhar sério e frio, não consigo ver emoção em seus olhos, ela tem a mesma altura que Zircônia e olhos azuis como o céu, é muito bonita, mas dá certo medo. As duas me esperam pacientemente, mas antes que eu possa entrar, ele buzina para mim e diz:

— Te amo mozão!

— Eu também te amo!

Jogamos beijos um para o outro, e ele parte com sua moto para resolver as questões de sua "família" como ele havia dito que faria durante o caminho todo. Espero que ele não se machuque, toda vez que ele sai fico preocupada se ele vai voltar de fato, estamos a tanto tempo juntos, mas ainda não me acostumei com sua rotina conturbada, há noites que não durmo direito e outras que fico na janela espreitando, esperando pra ver se não vão invadir nossa casa nos procurando. Acho que eles nunca nos acharão aqui. Tenho esperanças disso.

— Vamos amiga? Essa daqui é a Skye. Uma das meninas que vão trabalhar com a gente.

— Oi Skye, tudo bem?

— Boas. Vamos entrar? As outras estão a nos esperar.

Confirmo com a cabeça e entramos pelas portas duplas do estabelecimento. Ela parece ser muito séria no que faz. Ela fez eu me sentir um pouco intimidada. Essa garota parece não ter expressão, como uma rocha, tenho medo do que ela pode ser capaz, mas não tenho tempo para medos e incertezas, as coisas são sérias, não posso mais ter o luxo da dúvida, preciso desse trabalho, logo logo eles vão chegar, se chegarem, e não posso dar mole. São negócios e é melhor assim.

Ao entrarmos pela porta conseguimos ver a bilheteria, onde as pessoas podem pagar por sua entrada. Uma janela de vidro acompanhada de uma porta que dá acesso a tal cabine pela lateral do corredor que dá em portas duplas novamente. Ao entrar pelas portas, à esquerda, temos uma visão do balcão de madeira do bar, onde os barmans servirão os clientes, as banquetas com acentos em tons vinho, combinando com as paredes chiques em tecido do local, atrás das banquetas, o palco onde algumas bandas poderão se apresentar.
Ao lado esquerdo, entre o bar e a entrada, há uma escada que passa por trás do mesmo e é por onde nos encaminhamos. Ao subir as escadas vamos parar em um camarote privado, onde encontro Bianca, Letícia, Malu e Ashley respectivamente sentadas em um sofá enorme. Em frente às meninas é possível ver mesas de centro com comidas e bebidas dispostas. Ao olhar para a direita, no outro lado da sala é possível ver mais cinco garotas que eu nunca vi na minha vida.

— Você deve ser a Tania. Estavamos te esperando para podermos começar — Diz uma das moças presentes na sala — Me chamo Jennifer, mas pode me chamar de Crazy.

Diários de uma CriminosaOnde histórias criam vida. Descubra agora