Apenas Dois Menininhos

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Aos cinco anos

Eu caminhava distraidamente sobre o gramado em frente à minha nova casa, logo atrás da mamãe. Quando estávamos quase alcançando os degraus que levavam à varanda da frente, ouvi uma voz feminina bem próxima a nós dizendo:

— Olá. Vocês são os novos moradores dessa casa?

Então me virei e vi uma mulher atravessando o quintal da casa ao lado, vindo na nossa direção. Ela era esguia, bem mais alta do que a minha mãe, tinha a pele dourada, olhos pequenos e puxados, e segurava a mão de um menininho que devia ter a minha idade.

— Olá. Somos, sim. Estamos nos mudando hoje, antes morávamos em uma cidade vizinha. – respondeu a mamãe, estendendo a mão para ela. – Eu me chamo Maryse Lightwood e esse é o meu filho Alexander, mas todos o chamam de Alec. Meu marido se chama Robert e está lá dentro, começando a desempacotar as coisas da mudança. Nós também temos uma filha de dois anos, a Isabelle, que está dormindo no andar de cima.

— Muito prazer em conhece-los. – respondeu a mulher, abrindo um largo sorriso que fez seus olhos ficaram ainda menores. – Nós somos os seus novos vizinhos. Meu nome é Lilith Bane e esse é o meu filho, Magnus.

O menino deu um passo na minha direção, os olhos percorrendo meu corpo da cabeça aos pés, como se estivesse me avaliando. Não sei bem por quê, mas aquilo me fez sentir meio esquisito.

Minha mãe colocou as mãos sobre os meus ombros, se inclinou para olhar para o meu rosto e disse:

— Viu só, querido? Você estava com medo de não fazer novas amizades por aqui, mas já tem um amiguinho com quem brincar.

Magnus deu mais um passo, parando bem na minha frente, a poucos centímetros de distância. Depois de me encarar por alguns instantes, perguntou:

— Quantos anos você tem?

— Acabei de fazer cinco em julho. – respondi.

Os olhos dele se arregalaram.

— Eu também tenho cinco anos! Mas meu aniversário é em março.

Sem saber o que dizer ou fazer, apenas assenti. Então ele apontou para a minha camiseta do Sonic e perguntou:

— Você gosta dos jogos dele?

Assenti mais uma vez e Magnus continuou.

— Eu tenho alguns lá em casa, a gente pode jogar juntos qualquer dia desses.

— Por que não convida o seu novo amigo para brincar um pouquinho com você, meu amor? – propôs a senhora Bane.

O menino olhou para a minha mãe.

— Ele pode ir brincar lá em casa, tia?

— Se o Alec quiser, é claro que sim. – respondeu ela.

Mas ele não se preocupou em me perguntar se eu queria, apenas olhou para mim e disse:

— Pegue todos os seus melhores brinquedos, eu vou ficar te esperando na varanda da minha casa.

Magnus se virou e começou a atravessar o seu quintal. A mãe dele se despediu de nós e o seguiu, então eu e a mamãe subimos os degraus da nossa casa.

Assim que entramos, fui direto para o meu novo quarto, para pegar os meus brinquedos, como ele pediu. Abri a caixa onde tinha os guardado antes da mudança e fiquei olhando para os meus bonecos e carrinhos, sem saber o que escolher. Por fim, decidi pegar só os brinquedos dos quais mais gostava. Enfiei todos eles dentro da minha mochila do Homem Aranha, a coloquei nas costas e saí dali.

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