Um Amor Resistente

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Aos dezoito anos

Eu estava chegando do mercado com os meus pais e a minha irmã, quando vi pela janela do carro que Magnus estava sentado no primeiro degrau da varanda da nossa casa.

Meus lábios se curvaram em um sorriso, como sempre acontecia quando eu o via. Assim que meu pai estacionou, saltei do carro e corri para me sentar ao seu lado.

— Pelo jeito o engraçadinho do Alec vai escapar de ajudar a guardar as compras. – resmungou Izzy, carregando uma sacola.

— Deixe o seu irmão conversar com o amigo dele, Isabelle. – repreendeu minha mãe. – Na próxima vez ele nos ajuda sozinho enquanto você descansa, combinado?

Minha irmã revirou os olhos.

— Olha que eu vou cobrar, hein?

Nós dois não conseguimos resistir e rimos da rabugice dela. Depois que toda a minha família desapareceu dentro de casa, busquei a mão dele, roçando os dedos nos seus. Havíamos passado a noite anterior juntos e eu fechei os olhos por um instante, lembrando da sensação das suas mãos deslizando pelo meu corpo nu.

— Eu queria poder te beijar agora. – sussurrei.

Magnus sorriu, mas não disse nada. Já fazia uns dias que eu tinha reparado o quanto andava estranho, parecendo um tanto distante. Cheguei a abrir a boca para perguntar se havia algo errado, mas então ele disse, hesitante:

— Alexander, tem uma coisa que eu preciso te contar. Duas, na verdade.

Senti meu estômago despencar até os pés e minha cabeça se encher de ideias ruins, como ele ter me traído ou querer terminar nosso namoro, embora eu não acreditasse de verdade em nenhuma dessas possibilidades.

Engoli em seco e respondi:

— Vá em frente.

Então Magnus respirou fundo, antes de perguntar:

— Lembra daquela irmã da minha mãe, que vive em uma cidade há três horas de carro daqui?

Assenti e ele seguiu em frente.

— Ela mora bem perto de uma faculdade muito boa e insistiu para que eu me candidatasse a uma vaga lá, então eu concordei. A princípio nem pensei muito no assunto, porque achava que não seria aceito, mas ontem recebi a carta de admissão.

Eu o encarei, boquiaberto. Sem conseguir esconder o meu nervosismo, disse:

— Mas eu pensei que você quisesse estudar aqui, assim como eu!

Magnus comprimiu os lábios e suspirou.

— E eu realmente queria isso. Esse sempre foi o meu plano, estudar aqui com você. Mas essa é a segunda coisa que eu tinha para te contar: recebi uma carta da faculdade local hoje, dizendo que não fui aceito.

Enquanto meu cérebro assimilava tudo e entendia as implicações do que eu estava ouvindo, minhas mãos foram ficando cobertas de suor e meu coração começou a bater descompassadamente. Ele engoliu em seco e continuou falando:

— É uma boa oportunidade, Alexander. Minha tia disse que posso morar com ela, assim eu não teria que gastar com o aluguel. E também ficou de me ajudar a comprar um carro e arranjar um emprego na loja de um dos amigos dela. A mamãe teve que me criar sozinha, com algumas dificuldades, por isso não conseguiu juntar muito para o meu fundo de faculdade e todo dinheiro extra é bem vindo.

Magnus fez uma pausa e me encarou em silêncio, seus olhos refletindo a tristeza dos meus.

— Você sabe que a ideia de ficarmos longe um do outro também não me agrada nem um pouco. – afirmou. – Juro que não estou sendo egoísta ao querer aceitar a proposta da minha tia. Não estou pensando só em mim, mas em nós. Eu quero estudar, trabalhar e ter condições de montar uma vida ao seu lado no futuro, de começar uma família com você.

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⏰ Última atualização: May 16, 2021 ⏰

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