E lá estava Catarina outra vez em mais uma de suas várias discussões com sua mãe.
- Não mãe, esquece, eu não vou me casar, ainda mais com um homem que eu não conheço, e eu nem mesmo gosto de homens!
Não era a primeira que ela gritava isso, vestindo seu casaco para mais uma sumida na biblioteca.
- Você é uma mulher, Catarina, então aja como tal!
- Não! Nunca vou viver com um homem machista e que ainda pode me usar como bem quiser!
- Você mesma disse, mal o conhece!
- Mas a última vez que me colocou para conversar com ele deu para perceber em seu olhar!
- Não importa, você sabe qual é o seu papel na sociedade como mulher!
- Que se foda meu papel na sociedade como mulher!
Gritou abrindo a porta de casa parando para dar sua última palavra.
- Ah, e o mande um recado por mim.
- Diga.
- Manda ele pra casa do caralho.
E com isso saiu batendo a porta deixando sua mãe bufando de raiva para trás, correu para a biblioteca para mais uma vez ficar até a noite, horário que ronda sozinha por aí até ter saco para voltar para casa.
Isabel M. pov
- Ah Emilly por favor, uma visita na biblioteca não é tão ruim assim - já fazia um tempo em que estava tentando convencer a minha amiga para me acompanhar.
- Não, não é, só é um pouco repetitivo ir para lá pela TERCEIRA VEZ NA SEMANA.
Eu era muito conhecida por meu amor pela leitura.
- Bom... você sabe que eu gosto muito de ir para lá.
- Sei bem, fez amizade até com a bibliotecária.
E por fazer amizades também.
- Sim mas. - Emilly me deu >aquele< olhar. - não vou te convencer né? - ela nega. - tudo bem, então vou sozinha.
- Tudo bem então, ah, antes de ir, o que acha de dormir aqui em casa hoje?
- Acho bom, faz bastante tempo desde a última vez, às 19:00 estou aqui e também vou ligar para a minha mãe avisando.
- Ok, vou comprar umas porcarias pra gente comer e selecionar uns filmes para a gente madrugar.
- Ótimo, até mais tarde.
- Até. - me despeço dela e coloco minha playlist pra tocar.
Não consigo fazer literalmente nada se não estiver ouvindo música.
Depois de uns 5 minutos caminhando finalmente cheguei, comprimentei a bibliotecária, devolvi os livros que estava lendo e fui pegar mais alguns.
- Vamos ver o que temos aqui. - sim, eu falo comigo mesma escolhendo os livros, mas quem não faz isso?
- Hmm "o clube dos anjos" esse parece ser bom, vou levar. - coloco na sacola. - só mais um não faz mal né? - digo encarando a enorme prateleira na minha frente.
Um tempo depois sai de lá com 4 livros na sacola, mas o que podia fazer? eles chamaram demais a minha atenção.
Vou para a sala de leitura procurar uma mesa para ler e no mesmo momento meu olhar se deparou com o outro de uma garota de olhos claros, digamos que eu parei de andar e fiquei encarando parada no meio da sala como uma idiota.
Desviei o olhar, certeza que estou mais vermelha que um tomate, merda, o que ela deve estar pensando agora?
Catarina M. pov
Caralho...isso foi... estranho?...ela desvia o olhar corada mas eu a segui com o olhar até ela se sentar em uma mesa um pouco afastada.
Para de encarar, garota, ela vai te achar uma maluca psicopata com você encarando ela desse jeito.
...um pouco difícil quando ela está algumas mesas à minha frente.
Ela lê algumas páginas mas volta seu olhar pra mim por cima do livro, puta que pariu menina pra ter os olhos lindos é ela.
Tá bom, acho que já fiquei tempo demais.
Pego meu celular para ver que horas são, 17:45? ainda tá cedo demais pra voltar, vou para aquele campo fumar, mas antes tenho que ligar para Luke, talvez ele venha comigo.
Dígito o número dele saindo dali.
- Luke, eae cara? tudo bem?
- Tudo sim smoker, e você?
- Tô ótima, tirando que eu e minha mãe brigamos de novo, não é como se eu ligasse até porquê eu tenho um leve preconceito com como a mente dela funciona, mas mudando de assunto, vamo naquele nosso lugar? tu leva o whisky eu tô com um maço aqui.
- Pode deixar comigo meu bem, mas assim, que que a gente come depois pra tirar a nicotina do corpo?
- Meu amor não tem mais salvação pros nossos pulmões eles já estão fudidos a tempos - escuto a risada dele no outro lado.
- Te vejo lá?
- Claro que sim, até depois bicha.
- Até depois, pau mandado.
Isabel M. pov
Depois de vê-la ir embora me consentrei em mais um pouco do livro.
Quebra de Tempo
Que horas será que são? PUTA MERDA JÁ SÃO 19:45 EU TÔ MUITO ATRASADA.
Guardo minhas coisas na maior pressa e corro para a casa da Milly, quando chego vejo ela na porta tentando entrar com muitas sacolas.
- Espera amiga deixa que eu ajudo com isso.
- Aí obrigada, Bel? pensei que já estivesse chegado a tempos.
Antes que falem qualquer coisa, eu tenho uma cópia da chave casa dela caso eu chegue antes dela.
- Não, eu vim correndo pq não vi as horas passando, desculpa
- Não, tá tudo bem, só me ajuda com essas coisas aqui.
- Claro. - pego algumas sacolas. - menina o que você comprou pra ter tanta sacola assim nas mãos?
- Bom, digamos que além de um monte de porcarias eu também comprei algumas coisas pra gente fazer skin care. - dou risada.
Entramos em sua casa e deixamos as sacolas na mesa.
- Espere um pouco, vou ligar para meu pai
- Claro, vou levar as sacolas pra cima, te espero lá.
- Ok. - disco o número. - Pai?
-Oi filha, já não era pra estar em casa? já estava morrendo de preocupação.
- Desculpa, meus créditos acabaram, mas enfim, estou na casa da Milly, aí ela me chamou pra dormir aqui...posso?
- Hmm, que que vocês vão aprontar aí?
- Nada que a gente não faça todas as vezes.
- Ok, pode sim, mas eu estou indo aí só por garantia, e tbm estou levando teu pijama.
- Ok pai, brigada.
- Até logo.
Subo para o quarto vendo Liz arrumando as coisas.
- Ela deixou, só está vindo pra cá pra trazer meu pijama.
- Legal.
Essa noite vai ser demais.
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un amour sombre
Romanceessa é uma história de um romance, Catarina e Isabel, duas garotas dark academia, que basicamente são pessoas estudiosas, amantes da arte e bastante refletivas com o assunto é a morte, e eu como uma boa amante desse... aesthetic, eu resolvi fazer na...