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Acordei atordoada, sem nenhuma ideia do que estava acontecendo. Havia acabado de ter um sonho um tanto quanto estranho, senti em meu peito como se alguma coisa estivesse faltando, ou como se estivesse esquecendo de alguma coisa, ou de alguma pessoa. O que me deixou angústiada.

Em toda minha vida, aquilo nunca aconteceu em nenhum momento dela. Mesmo com todas as mágoas e angústias que atormentavam minha mente todos os dias, desde a infância.

Não entendia o motivo daquilo, era novo e aquela sensação era esquisita aquele momento. Porém decidi deixar aquilo de lado, e cumprir com minhas obrigações do dia a dia, que sempre sigo incansavelmente como uma certa rotina, que mesmo cansada sempre me forço a fazer todos os dias.

Enquanto arrumava meu quarto, olhei para a janela e permaneci uns minutos observando toda a linda paisagem que havia lá. Eu sempre soube aproveitar cada momento com a natureza, sendo uma amante de tudo que o mundo sabia me oferecer.

Era realmente muito bonito, me encantava e via tudo de uma maneira diferente cada vez que olhava de novo, reparando em coisas que na primeira vez, não havia reparado.

Porém, depois de um tempo continuei a fazer minhas atividades, e esperei terminar para mais uma vez, observar com meus olhos aquele lindo cenário que conseguia ver através da janela.

....

— Ufa, finalmente acabei. - disse dando um leve suspiro de cansaço.

Como havia feito todos os meus afazeres, me joguei com vontade em minha cama, pensando novamente sobre o sonho que tive aquela manhã.

Eu não conseguia ver tudo claramente, eram como pequenos flashbacks, mas nenhuma lembrança concreta de tudo.
A única coisa que conseguia lembrar minimamente era a presença de um rapaz, de cabelos castanhos cujo não conseguia me lembrar do rosto.

Então forcei minha mente para lembrar de alguma coisa, mas foi em vão.

Mas uma coisa que achei curioso, foi o fato de que o sonho era bastante realista, como se fosse um acontecimento real.
Porém na minha cabeça não fazia sentido, aquilo não parecia ser um lugar real, era mágico e fantasioso demais para ser.

Então entrei em um acordo comigo mesma , e decidi que era só coisa da minha cabeça. Resolvendo parar com essas paranoias que não condiziam com a realidade.

Me sentei ao lado da janela, e novamente observei calmamente tudo que havia lá fora.

Lindos pássaros estavam a voar sobre os céus, seus cantos eram suaves e bonitos, era como se eu conseguisse ouvir uma linda música em meus ouvidos. Aquilo me deixava relaxada, era como meditação para mim.

E com ação do leve vento, as árvores estavam com suas folhas em movimento, deixando cair algumas delas pelo chão, voando em seguida.

A ventania batia suavemente em minha face, deixando meus cabelos bagunçados e emaranhados. Eu realmente amava aquela sensação, a brisa fria e relaxante me trazia paz e conforto, era como um sonho no meio de vários pesadelos.

Pouco movimento era visto vindo daquele parque, o que me deixava feliz.

Nunca gostei de conviver com muitas pessoas, acabei me acostumando a viver e estar sempre sozinha. Então não ligo mais para essas coisas, passei a não me importar tanto com isso. No final, acabei me segurando a ideia de que a minha companhia sempre é a melhor de todas, e que estar sozinha é como um belo livramento do universo para mim.

Tudo isso talvez fosse resultado de sempre ter me mantido calada desde sempre, na minha infância. Nunca contei sobre mim para ninguém, mas esses sentimentos me atormentam e me prendem fortemente por não compartilhar com nenhuma alma se quer.

Our Secret World • {Kth}Onde histórias criam vida. Descubra agora