Exploração

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15 de Novembro de 1926 - Algum lugar da Floresta Amazônica

O canto da cigarra ecoava forte no coração daquela floresta, o sol escaldante do meio dia da América do Sul já quase não aparecia, sua existência só era comprovada através dos poucos raios que conseguiam perfurar a densa copa das árvores, sendo essas verdadeiros colossos, das quais eu nunca havia visto na vida. Quem me dera se soubesse que aquela não seria a única coisa estarrecedora que veria naquele dia.

Seguindo um mapa que encontrei nos pertencesses de meu falecido avô, nossa caminhada já se estendia a pouco mais de dois dias, Rodrigo, o guia brasileiro que eu havia contratado com o pouco de dinheiro que me restará, seguia à minha frente, abrindo caminho com seu facão.

Enquanto caminhávamos eu me perguntava se aquela escolha realmente fora a mais assertiva, em circunstâncias normais creio que jamais iniciaria tal aventura, mas a falência e as dívidas me fizeram depositar todas as esperanças naquele mapa e um caderno de expedição, semelhante ao que escrevo agora, contendo várias anotações de meu avô. Outra coisa que foi crucial para que acreditasse nas coisas que ele havia escrito, foi um peculiar anel de ouro, contendo símbolos estranhos, gravados em baixo-relevo, também havia uma serpente enrolada, gravada em seu centro. Esse objeto deveria ser a prova física do tesouro que meu avô citava em suas anotações. Um tesouro que pertenceu a uma civilização mais antiga que o tempo.

Meus pensamentos foram interrompidos subitamente por um grito de Rodrigo que dizia ter encontrado algo, fui ao seu encontro para conferir o que havia lhe chamado a atenção, ao me aproximar me deparei com algo que fez meu coração disparar, escondido em meio a um emaranhado de ervas daninhas, encontramos vestígios de uma construção antiga, uma espécie de tumba faraônica.

Com o facão de meu guia, fizemos uma limpeza rápida ao redor da entrada da construção antiga, percebi símbolos estranhos, semelhantes aos gravados no anel de ouro, entalhados nas pedras desgastadas pelo tempo. Eu havia encontrado as ruínas proibidas que meu avô mencionara em seu caderno, e se tudo que ele havia escrito estivesse certo, lá dentro deveria existir tesouros que não apenas pagariam minhas dívidas, mas também me transformaria em um rei.

A entrada da tumba parecia ter desmoronado com o tempo, mas ainda existia uma pequena saliência na qual poderíamos entrar, entretanto, quando digo para meu guia ir na frente, ele se recusa, diz que sua pequena aldeia conta histórias sobre aquele lugar e que o mesmo é amaldiçoado. Faço graça de suas palavras, mas não me surpreende que esse tipo de pessoa, que vive isolado do mundo moderno, seja apegado a mitos e folclore. Tento convencer-lhe a continuar a meu lado, mas parece que minha promessa de riqueza foi completamente refutada, a crença e o medo, numa entidade na qual ele chamava de M'Boitata era maior que o desejo de ficar rico. Ignorante, foi o que pensei no momento, mas em pouco tempo eu perceberia que ele na verdade era o mais sábio de nós dois.

Entrei naquelas ruínas esquecidas pelo tempo sozinho, usando apenas uma tocha que havia trago comigo esperando aquele momento, meu guia havia ido embora. Percebi rapidamente que estava em um corredor estreito, o cheiro daquele lugar era estranho e agonizante, uma mistura de mofo e terra que irritava meus olhos e narinas, a sensação que tive era de ter sido enterrado vivo, me senti grato quando enfim havia chegado ao final do corredor.

Eu havia chegado numa espécie de salão principal, uma sala hermética, tinha a forma redonda e ampla, existiam apenas algumas frestas no teto, que permitiam a entrada de poucos raios de sol, o que tornava o grande salão um pouco melhor iluminado.

Em um dos cantos do salão havia uma imensa porta de pedra, guardada por duas colunas que mais pareciam torres grandes e maciças, enroladas nessas colunas descansavam duas serpentes gigantes, feitas do mesmo material estranho, um tipo pedra negra.

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⏰ Última atualização: May 18, 2021 ⏰

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