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Chaeyoung pov

Era a sexta ou a sétima dose de tequila que eu tomava, não sabia ao certo. Qualquer coisa que tirasse a dor e talvez a culpa, o amargo do limão se misturava com o amargo dos meus sentimentos, mas quem se importava com mais uma garota na qual o relacionamento perfeito havia acabado, pelo o motivo que menos se esperava...

— Não acha melhor ir com calma, senhorita Kim? — perguntou o bar man, assim que pedi outra dose.

— Se tiver qualquer coisa que cure traição dupla, pode me servir, caso não tenha, continue me servindo tequilas — murmurei virando a dose de uma vez, a sentindo rasgar por dentro do meu corpo.

— Uma pessoa sofrendo sozinha? Isso não me parece bom — a voz conhecida de Jisoo me fez abrir um sorriso, meus olhos se fecharam por um minuto e quando tentei me arrumar no banquinho me senti tonta e pronta para cair, mas as mãos fortes da mulher seguraram a minha cintura — Hey, vai com calma, Kim.

— Calma... — eu ri — Me acompanha? Essas tequilas estão otiiimas — Jisoo riu por algum motivo, talvez pelo os "i" puxados exageradamente, mas eu não estava fazendo mais sentido em nada e acho que não era mais necessário fazer.

— Porque está aqui? Sozinha ainda? E bêbada. Cade a Lisa?

— Lisa? Ah Lisa... — gargalhei deitando minha cabeça no balcão e tentando encarar Jisoo com os olhos espremidos — Lisa é uma idiota...

— Posso saber o motivo? — perguntou bebericando o seu uísque que havia pedido a poucos minutos atrás.

— Ela ama outra pessoa... de verdade eu não me importo — tentei abrir os olhos completamente mas era difícil — Olha, uma formiga... oi, formiga...

— Chae, olha pra mim — ela pediu, meus olhos embaçados desenhando perfeitamente o rosto da mulher que eu amava, com a franja arrumada, os olhos verdes, o sorriso de orelha a orelha, o perfume de erva doce que sempre ficava em mim, a minha Lisa...

— Não me deixe, amor... eu ainda te amo taaanto — choraminguei me jogando nos seus braços e beijando sua boca, mas ela me empurrou novamente, me fazendo sentar no banquinho — Esquece ela, Lisa, fica aqui comigo, por favor!

— Chaeyoung — despertei mais uma vez, agora vendo Jisoo ali me olhando meio chocada.

— Jisoo! Você por aqui! Quanto tempo eu não te vejo!

— Ok, vou te levar pra casa agora. Você não está nada bem. Pode me trazer a conta por favor?

— Mas a minha tequila, eu nem terminei a minha tequila!

— Vamos, Chaeyoung — a mulher me colocou em seu carro e assim que ela fechou a porta eu encostei a minha cabeça no vidro da janela e peguei no sono.

Eu queria Lisa de volta...

Minha cabeça gritou assim que abri meus olhos, em meu quarto, debaixo das cobertas com uma carta ao meu lado, rapidamente me sentei e peguei o pedaço de papel, Lalisa sempre fazia aquilo quando precisava ir embora e não queria me acordar, sempre deixava uma carta ao meu lado, ignorei a tontura pelo os meus movimentos bruscos e apenas abri a carta, mas não era a letra de Lalisa... não era ela.

"Me ligue quando acordar, quero saber se está bem.

Jisoo"

Amassei o papel e joguei para longe, me deitando novamente e encarando o teto. Ouvi passos no corredor e pensei que se fosse Jennie, teria uma conversa direta com ela, pois a sua falsidade perante ao que estava fazendo estava me magoando mais que a partida de Lalisa.

Quem dera se fosse, Jennie.

— Que bom que acordou, querida, se arrume, temos um jantar importante no Cruzeiro hoje a noite, arrume suas malas também, que de lá partiremos para Flórida!

— Não estou bem hoje, mãe, ficarei em casa, não irei a esse jantar e nem irei viajar com você e papai.

— Espera, foi isso mesmo que eu escutei? Você ouviu o que eu falei?

— Sim, foi isso que você escutou e eu ouvi o que você falou e mais uma vez repito; não estou bem, e não irei.

— Ok, vamos ver o que o seu pai acha disso.

— Vocês nem são os meus pais de verdade... — murmurei me deitando novamente e fechando os olhos.

Porém puxando o celular e rolando até um contato que estava sendo presente na minha vida nos últimos dias, esperei na linha, um, dois, no terceiro toque ela atendeu.

— Olá, pelo visto acordou.

— Oi... obrigada por me trazer em casa, desculpe se causei alguma confusão no bar, sinceramente eu não me lembro.

— Está tudo bem, não causou confusão alguma. Como você está?

— Bem... — falei abaixando os olhos — Sinto que te falei algo a mais naquele bar.

— Hum... apenas que Lisa era uma idiota e que ela amava outra pessoa.

— Ah sim...

— Quer conversar sobre isso?

— Estará livre mais tarde?

— Claro, pode vir pro meu apartamento se quiser, só me falar o horário que irei buscar você.

— Certo, sete horas está bom pra você?

— Perfeito, estarei aí às sete.

Desliguei o celular e me levantei em seguida, me assustando quando meu pai abriu a porta do meu quarto com força, ele estava mau humorado e descontaria em mim, tinha certeza daquilo.

— Que história é essa que não irá no jantar com a gente? E não irá viajar também?

— Tenho que ser mais clara que isso? Pensei que já tivesse entendido nessa simples frase. Não irei, ponto final.

— E quem você acha que é pra tomar as decisões, Roseanne?!

— É PARK CHAEYOUNG PRA VOCÊ! — gritei — Eu sou Park Chaeyoung, e posso tomar as minhas próprias decisões! E se não está de acordo, pare de moldar a sua filhinha perfeita! EU NÃO VOU! FUI CLARA, GABRIEL?!

— Me chame assim novamente, Chaeyoung, que irá se arrepender pro resto da vida.

Ele bateu a porta, tão forte que achei que fosse quebrar, engoli seco correndo até ela e a trancando em seguida respirei fundo algumas vezes e liguei para Jennie no mesmo segundo.

— Aonde você está? — perguntei assim que atendeu.

— No meu quarto...

— Chame Sana ou alguma amiga para passar a noite com você, irei dormir fora e não quero que fique sozinha, me entendeu?

— Estava brigando com o pa—

— Me entendeu, Jen?

— Sim... irei chamar a Sana.

Joguei meu celular na cama, ela estava mentido, sabia que iria chamar Lalisa, mas ela estando segura, era o que importava no momento...

...

A namorada da minha irmã (Chaelisa - Jenlisa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora