Prólogo parte I

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15 anos atrás...

O feiticeiro Ten Chittaphon havia começado sua carreira na área de magia estética, trabalhando nos castelos para as princesas e príncipes dos reinos mais próximos. Isso só foi possível porque ele ganhou um presente de um amigo fada muito famoso no mundo encantado chamado Fairy Taeil: uma semente mágica que fez brotar uma linda flor que cantando uma canção enfeitiçada, rejuvenesce qualquer criatura. Durante dois anos usando esse método da maneira correta, os resultados foram ter reconhecimento e muito ouro para seu bolso.

Ten 

Graças a Merlin eu tenho um amigo que pensa em mim de verdade porque se não fosse o presentinho que o Fairy Taeil me deu, não teria ouro nem para comprar um lip tint vermelho paixão para conquistar o meu moreno. Mas o Taeil bem que podia ter me avisado que essa flor não murcha. Fiquei os primeiros meses me cagando de medo que as propriedades mágicas dela secassem, esqueci em que mundo eu vivo. Só depois de pesquisar na internet eu descobri que aquela semente tem um poder tão forte que não desaparece por nada. 

Estou a caminho do castelo do Rei Mau, um de meus amigos mais importantes, para lhe fazer um feitiço de beleza. Aquele narcisista, nem vou gastar tanta magia com ele. É a terceira vez esta semana que ele quer meus serviços. Não deu nem tempo da magia se espalhar. Pelo menos eu estou sendo bem pago, só fico mal as vezes de pensar que esse ouro que recebo foi desviado do povo do reino. Mas não é problema meu.

Vou precisar trocar a flor de vaso. Ela cresceu um pouco e suas raízes me parecem um pouco apertadas. Tomara que não cresça sem controle que nem a mudinha que meu amigo Kun ganhou do Fairy Taeil. Ele só queria ter um pezinho de feijão no seu quintal para cozinhar algo mais saudável no seu cardápio. Agora ele tem uma pousada com restaurante no topo da exagerada planta, chamada Casa dos Céus. É uma das mais recomendadas pelos chefes de gastronomia da Terra Encantada e realmente, a comida é divina. 

Eu deveria ter aproveitado quando estava na cidade para comprar esse maldito vaso de planta. Será que se eu levar minha santa flor nessas condições irá afetar sua magia? Minha vida todinha depende disso. Não posso perder minha fonte de renda, não é fácil conseguir um emprego digno nesse mundo. Eu iria acabar vendendo pó mágico no Morro da Caveira e tendo confronto com o bandido Gancho, o mestre da pirataria de DVD e marcas famosas. 

– Ten – ouço a voz do meu moreno me chamando – está perdido na floresta, meu anjo? – ele segura meus ombros por trás, me dando um pequeno susto. 

– Claro que não, Johnny. Me respeita. Conheço essa floresta como a palma da minha mão – respondi.

– E tá fazendo o que parado no meio do caminho? Pensei que o rei do gelo tinha tentado te congelar de novo – diz Johnny relembrando de um acontecimento infeliz.

– Que nada a ver, amor. O reino dele é tão longe, que nem o ranço que ele tem por mim compensa a viagem – digo rapidamente, talvez um tanto desesperado.

– Ranço? – Johnny pergunta demonstrando ironia – que eu saiba ele só te persegue porque você tentou beijá-lo naquela rave que teve na casa do Fairy Taeil, na época em que nós estávamos brigados. 

– Você fala como se não tivesse me provocado pra eu ter feito isso – encaro o maior, erguendo uma de minhas sobrancelhas – pior você que estava se jogando para aquela fada mal amada. 

– Eu já te expliquei que foi tudo teatro – me viro e dou de ombros – só estava ajudando o Jaehyun com o monólogo da peça e aproveitei pra te fazer ciúmes, foi uma brincadeira.

– Sei, senhor John Seo. Economiza minha beleza! Se eu te pego com aquela fada das trevas de novo eu vou mandar alguém do Morro da Caveira apagar seu brilho – digo apontando meu dedo indicador para o belo rosto do maior.

Enrolados até o pescoço Onde histórias criam vida. Descubra agora