DEZOITO

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CHLOE RINGS

Ele ficou mudo, de repente. Deve estar surtando internamente.

— Bem, parece que não tem mais nada para me falar. Vou me retirar. — lhe dei as costas e pude abrir meu grande sorriso vencedor, enquanto saía da sala.

O convite para jantar com Bran, foi a melhor coisa que me aconteceu hoje. Bem que a Bia disse, sair com o irmão dele é a melhor vingança.

Voltei ao trabalho e pouco tempo depois, recebi uma ligação da minha mãe.

Eu já imaginei que quando atendesse, logo receberia bronca. — Mãe!

— Ah, e agora lembrou que tem uma mãe? Que tem família? — jogou toda a sua chateação em mim. — Achei que tinha esqueci, já que nunca liga.

Eu sou uma péssima filha mesmo.

— Desculpa, mãe. É que aconteceu tantas coisas nas ultimas semanas... Acabei me passando de ligar.

— Os filhos de hoje são assim. Saem de casa e esquecem de tudo.

Dramática...

— Eu não esqueci, mãe. Como é que a senhora está?

— Tô bem, né. Seu pai me comendo o juízo. Com o colesterol ruim e mesmo assim não se alimenta bem... ainda fica saindo durante a noite.

— Ai, que droga. Ele continua assim, é? — levantei e fui para o deque que tinha nesse andar, e me encostei na sacada, olhando a cidade.

— E ele muda? Eu acho que ele tem uma amante...

— Será, mãe? E ele ainda é assim... bem condicionado?

— Pra outras?! Claro! — ela deu um grito e eu afastei o telefone bem rápido. — E você? Terminou mesmo com Bernardo?

— Sim. E ele já tem outra namorada. A garota com quem ele me traiu. — contei envergonhada.

— Homem não presta mesmo. Parecia um rapaz tão bom...

— As aparências enganam.

— É verdade, minha filha. E você já tem outro?

— Não.

— Nem saiu com mais ninguém?

— Saí com um cara, mas nem vale a pena falar muito. O cara foi um idiota comigo. Muito rude, um desgraçado, mal educado...Era bonito? Era lindo, mil vezes mais bonito que o Bernardo, mas continua sendo muito mal educado, e olha que ele vem de família rica... — suspirei. — Eu acho que não tenho sorte pra homem, mãe. Vou desistir dessa carreira de amor.

A ligação caiu.

— Eita, mãe... quando vai aprender a usar o celular direito, heim? — guardei o meu celular e me virei, para voltar ao trabalho.

Oliver estava parado, na porta, de braços cruzados, me encarando.

Será que ele estava ouvindo minha conversa?!

— Deseja alguma coisa, Senhor Sanders? — tomei uma postura mais séria.

— Sim, eu quero que tire cópias desses papéis. — os estendeu para mim.

Cópias?! A sina da xerox voltou?!

Quando eu vou ter minha vida de paz, sem lembrar do meu tempo tenebroso naquela copiadora do timba?!

A vontade de chorar é grande.

Eu diria que isso é um sinal que Oliver me odeia, mas acho que ele não sabe que trabalhei numa copiadora.

Querido ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora