Querido Chefe

DEZENOVE

BRANDON SANDERS

(sim, é o gostoso da foto)

Estacionei em frente ao prédio da Chloe e buzinei. Quando eu olho para o lado, chega a me dar desgosto.

— Eu ainda não acredito que você veio junto comigo.

— Olha, eu prometo que vou ficar quieto. Você nem vai notar que eu tô aqui. — ele garantiu, ajeitando a gola da minha jaqueta de couro.

Ele tá esquisito. Tá agindo esquisito. É como se... se ele tivesse imitando o meu jeito... isso é assustador.

— Eu acho bom, porque senão, eu vou fazer com seu carro, o mesmo que eu fiz com o meu.

— Você quebrou seu carro de propósito? — franziu as sobrancelhas.

— Não! Mas eu posso fazer de propósito com o seu.

— Planeje isso e também já vai planejando o seu velório. — bagunçou os cabelos.

Idiota.

— Você tá parecendo comigo... vestido igual a mim... — o encarei assustado.

— Hey! Também não me ofende, né!

Fui pedir o carro dele emprestado, sem a intenção de contar que sairia com a Chloe, mas ele já sabia do jantar e como condição, me forçou a trazê-lo junto.

A Chloe saiu do prédio. Ela estava maravilhosa.

— Como você perdeu essa garota, Oliver? — perguntei antes de sair do carro.

Contornei o carro e a encontrei. Segurei sua mão impressionado com tanta beleza. — Caramba, como você tá muito linda! — não escondi minha admiração. Ela usava um vestido justo, um pouco brilhante e escuro, que caiu como uma luva, nas curvas de seu corpo magro.

— Obrigada. Você também ficou muito bem de roupa social. — sorriu para mim e eu abri a porta de trás do carro para ela entrar.

Eu sabia que se me vestisse mais sério, ela iria gostar.

Ela entrou no carro e eu fechei a porta. Dei a volta novamente e sentei atrás do volante.

— O que ele tá fazendo aqui? — ela perguntou surpresa.

Revirei meus olhos diante do Oliver, que abria um sorrisinho cínico. — Oi, Chloe! Ansiosa para o jantar? Eu estou morrendo de fome... Aliás, você está linda nesse vestido, minha cor favorita.

Ela se aproximou de mim e sussurrou no meu ouvido. — O que está acontecendo? Porque ninguém me avisou que ele tinha múltiplas personalidades?

— Ninguém me avisou também. E olha que eu sou irmão. — lamentei e ela sentou direito no banco.

Liguei o carro e seguimos viagem. — Ele já me prometeu que não vai ficar perto da gente. Não é, Oliver?

— Claro. Eu não sou inconveniente como o meu irmão.

E tá aqui, no meio do meu encontro? Nada inconveniente.

Suspirei. — Você precisa de um psiquiatra.

— Presta atenção no caminho...

E ainda me trata como seu chofer...

— Ele tirou o dia pra me infernizar.

— Oque é isso, irmão? Esse é o seu papel! — ele debochou.

Ai, eu vou ficar calado, porque sinto que tô pegando o mau humor do Oliver.