Noites prolongadas

Capítulo 1

O mundo é enorme, existem lugares e vidas inimagináveis, sentimentos e desejos que não conhecemos. Com tantas situações e problemas, se existe um Deus não o julgo por nos deixar à mercê, sem rumo e despreparados... Perdidos, procurando meios de não se afogar no vazio, no seu próprio vazio. O ser humano sempre foi propício a atitudes burras, ás vezes jogamos a culpa no impulso, na ansiedade, mas nós queremos explodir em certos momentos. Gostaria de experimentar a sensação de apagar, sempre achei que eu deveria ter um botão de reiniciar, algo que me fizesse desligar e acordar sem bug... Eu não sou uma máquina! Por quê me objetificar? Além disso, eu não quero fechar os olhos, a vida é tão curta, só preciso aproveitar o dia! Espera... Já é noite, já é tarde, já era? De repente uma sensação de esmagamento me toma o corpo, meu peito arde, meus braços parecem colados ao meu tronco, minha cabeça pesa e minha mente se contorce. "O que é aproveitar? Será que todos se arrependem de suas vidas monótonas e sem vigor? Todos se sentem assim?" Deitar na minha cama, no meu espaço de descanso, parece uma caixa, eu estou presa.  

E se eu sair? Eu me sinto melhor quando vou dar uma volta... Mas sozinha? No escuro? Eu não sou tão forte, não quero me cuidar sozinha. Na verdade pode ser um pensamento folgado e bem audácioso... Eu deveria ser firme, capaz de conviver na minha solidão, por mais que seja uma criação da minha mente e minha consciência saiba que tenho pessoas pra contar, confiança é algo traiçoeiro e pode machucar. Tenho medo, sou covarde, me abraça, vou cair! Eu nunca fui um exemplo, porque deveria? Ninguém está certo toda vez, ninguém sabe a verdade absoluta, se um dia alguém entendesse o sentido de tudo, ah... Coitado! Que grande responsabilidade, não saberá conviver mais com os perdidos, estando este, tão sábio. Mas se menosprezo quem pode vir a entender o grande mistério da vida, por qual motivo ainda sofro com medo de não entender minha própria ferramenta de imaginação? MAIOR QUE ISSO.... Quem me entenderá, se nem eu mesma sou capaz? Não poderei viver sozinha, tudo menos isso!