Carina é a melhor cozinheira

1.3K 105 20
                                    

- Mamãe! Abre a porta, por favor. Sou eu, Marina! Mamãe?

Maya acordou com o susto das batidas insistentes na porta de seu quarto, levando Carina, que estava antes ressonando em seu peito, também acordar em um pulo.

- O que houve? - questiona, com a voz rouca e olhos apertados pelo sono interrompido.

- Desculpe, baby. Não queria acordar você assim. A Marina está batendo insistentemente na porta. Deve ter acontecido alguma coisa - ela pega a blusa do pijama no chão, veste como um flash e abre a porta, dando de cara com o pequeno ser de olhos vermelhos, tentando puxar a respiração - Ei, Mari. O que houve?

- Pesadelo, mamãezinha. Pesadelo. Colo - a menina estende os braços, sendo colocada no colo por uma Maya de coração na mão.

Ao ver o estado da filha, Carina levanta em um supetão, veste o hobbie cinza e se coloca ao lado das duas loiras, acariciando as costas da pequena com carinho.

- Vou fazer um leite quente para você, bambina - Marina só afirma com a cabeça, ainda deitada no ombro da mãe loira - Volto já.

Percebendo que Marina não ia largá-la nem tão cedo, Maya deita-se com a pequena loirinha em seu peito, acariciando seus fios lisos, enquanto cantarolava baixinho alguma música para acalmá-la.

- Você quer me contar sobre o que foi esse pesadelo horrível, macaquinha? - ela nega com a cabeça, fungando. Maya deixou um beijo entre seus cabelos - Você quer voltar a dormir? - outra negação - Quer ficar só em silêncio, curtindo o carinho? - enfim, Marina afirma, fazendo Maya rir fraco - Tudo bem, então. Como quiser.

As duas passaram instantes incontáveis ali, apenas ouvindo as respirações misturando-se sem pressa, enquanto Marina tentava se acalmar sob a cantoria baixinha da mãe em seu pé do ouvido. Maya respeitou o voto de silêncio da filha, até porque também odiava contar seus pesadelos aos outros. Sempre sentia que, se acabasse falando em voz alta, ele se concretizaria. Quando seus olhos já estavam pesados, fechando e abrindo devagar, ouviu a porta abrindo em um rangido baixo, exigindo por óleo em suas extremidades. Ela abre os olhos claros, vendo sua italiana fitar a filha com um sorriso discreto, segurando a xícara rosa de leite.

- Parece que ela dormiu - Deluca sussurra, colocando a xícara na mesinha, tirando o hobbie e deitando, o mais silenciosa possível, ao lado das duas - Ela disse o que foi o pesadelo?

- Não quis. Mas parece ter sido bem ruim - a morena afirma, acariciando as costinhas do pequeno anjinho - Desculpe por acordar você daquele jeito. Sei que seu dia foi puxado.

- De qualquer forma, eu teria acordado com o choro dela. Não se preocupe com isso - a loira sorri de lado, fitando os profundos olhos castanhos de sua namorada. Os amava tanto que sentia o peito doer - Quer que eu coloque ela no quarto?

- Deixa ela aqui, conosco? - a italiana arquea as sobrancelhas. Sabia que a regra principal da casa era cada um ter seu devido quarto. Agora que Marina estava se acostumando à, verdadeiramente ter uma cama só sua - Por favor, vai, amor. Ela pode acordar novamente durante a noite e perceber que não estamos ao lado dela.

- Tudo bem. Só hoje.

- Só hoje.

Com todo o cuidado do mundo, Bishop move Marina de seu peito para o meio da cama, entre as duas, fazendo a menina murmurar algumas palavras desconexas, logo se aconchegando preguiçosamente entre suas duas mães, que sorriam, derretidas.

- Boa noite, amor.

- Boa noite, bella.

[...]

- Você está um caco, capitã. Com todo respeito.

- É sempre ótimo ouvir um elogio à essa hora da manhã, Victoria. Muito obrigada pela gentileza.

ConfettiOnde histórias criam vida. Descubra agora