Você precisa viver por si mesmo. A realidade do mundo pode ser muito cruel no entanto no meio desse inferno pode haver uma esperança de amar novamente.
Naquele tempo as coisas não eram fáceis.. Eram quase insuportável, vivíamos como miseráveis. Na verdade, viver no subterrâneo era um infortúnio. Minha mãe parecia sempre otimista e satisfeita mesmo quando parecia que tudo estava perdido. Essa era a minha esperança de que a nossa vida poderia melhorar um dia..
- Querida, você precisa comer isso.. Sei que é apenas um pouquinho mas foi o que eu consegui.. - Uma mulher cuja a benevolência e a beldade eram únicas. Seus longos cabelos negros davam charme ao seu belo rosto sereno.
- Só vou comer se formos dividir. Não sou egoísta a esse ponto. - Cruzei os braços emburrada.
A mulher solta um simpático sorriso. - Você é mesmo uma boa criança.. - Coloca a mão sobre sua cabeça. - Escute, um dia tudo isso vai melhorar.. Você não pode perder as esperanças, entendeu?
Até parece.. Se continuar assim, nem sei até quando vamos ficar vivas.. - Suspirei pesado abaixando o olhar. - Coma. - Divido o único pão que tínhamos ao meio.
- Opa, vim ver como estão os demon-
- Kenny-san! - Vociferei ao ouvir aquela voz familiar, corri em sua direção depositando um forte abraço.
O homem carrega Jenna adentrando um pequeno quartinho onde ela e sua mãe moravam.
-Ora, Kenny. Você chegou cedo.- A mulher sorria com os olhos um tanto alegre.
-Vim ver se estava tudo bem por aqui.. - Kenny põe Jenna no chão e põe algumas sacolas sobre mesa. - Então, como estão?
- Estamos com saúde, não é, Jenna? - A mulher eleva seu olhar até a garota que estava indo bisbilhotar o que ele havia trazido.
- Hã?! - A feição da garota se tornou cínica. - Pra que são essas sacolas? - Indagou apontando.
- É uma ajudinha extra, trouxe suas maçãs preferidas, pega.
-Você já está fazendo aqueles seus trabalhos violentos, não é? - A mulher repreende o mesmo.
-Você nem pode reclamar, não temos escolha. Para sobreviver aqui nesse esgoto temos que fazer qualquer coisa. - Kenny enunciou em um tom indiferente.
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