Missing Home POV Lauren

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Voltando pra mesa pude perceber que a pizza já havia chegado e eles apenas me aguardavam para que pudéssemos então comer. Durante o restante da noite Camila não me encarou uma vez sequer me deixando ainda mais frustrada com sua mudança de humor repentina. Fomos embora quando já se passava da meia noite e como iria dormir na casa da Normani logo me despedi de todos, indo com a garota para seu carro. Estava absorta em meus pensamentos e apenas acenava com a cabeça para meus amigos a medida que Kordei chegava em cada destino.
              - Você conhece a conhece a muito tempo? – Pergunto tentando passar a imagem desinteressada enquanto arrumo os lençóis no colchão que dormiria essa noite.
              - Conheci alguns meses depois que ela entrou na faculdade – Respondeu irrelevante enquanto me ajudava.
             - Ah... – esperei alguns segundos para continuar ainda não me dando por convencida – E ela namora a muito tempo?
             - Camila? – Seus olhos se voltaram a minha face e a garota soltou uma risada
            - Sim oras... – Respondi visivelmente constrangida com a maneira que ela lidou com a pergunta – Ela e o garoto da pizzaria, aquele loiro.
            – Você esta insinuando que Camila namora Troy? – Pergunta antes de soltar mais uma gargalhada me deixando ainda mais envergonhada e confusa.
            - Ouch, os dois me pareceram bem íntimos na pizzaria – Disse sentindo a raiva tomar conta de mim novamente – Por isso imaginei que eles namorassem.
           - Camila e Troy não namorariam nem se o garoto quisesse muito – Disse por fim e logo se deitou na cama apagando as luzes enquanto eu me acomodava no colchão e olhava para o teto
             - E porque não? – insisto pela ultima vez temendo a resposta que viria á seguir.
              - Digamos que a praia de Camila seja outra – Responde por fim a mulata ainda entre risadas que diminuem á medida que sua respiração fica pesada.
                 Um alivio repentino toma conta de mim ao me dar conta das palavras de Normani. Eles não namoravam e de brinde ela não gosta de garotos. Isso não poderia ser noticia melhor.

                 Dedilhava o violão enquanto encarava a janela observando o dia lá fora, o céu estava limpo e o ar completamente suave e convidativo. Lembrei-me da conversa que tive com Normani na noite passada, sorri ao pensar naquilo e voltei minha atenção para o instrumento em minhas mãos.
          A pouco havia chegado da casa de Normani alegando dor de cabeça e recusando prontamente seu convite para me trazer, por ser a apenas alguns quarteirões de onde moro optei por ir caminhando já que sentia necessidade de pensar.
           Camila não saia de meus pensamentos nem por um segundo e aquilo me agoniava pois a ultima coisa que eu precisava era pensar em uma garota que em um momento estava me tratando mal e no outro se preocupava se eu estava bem ou não. Suspiro pesado ao me lembrar do ocorrido na no banheiro da pizzaria. Voltei meus olhos para o caderno que estava á minha frente e me senti ainda mais agoniada ao perceber meu bloqueio para a música que eu tentava escrever á alguns dias.
             Após mais algumas tentativas frustradas desisto me levantando da cama e colocando o violão em seu devido lugar decidindo por fim pegar o telefone discando imediatamente o numero dos meus pais.
            - Alô – Diz a voz suave de minha mãe o que me faz respirar fundo várias vezes seguidas sentindo a saudade consumir meu peito – Alô? – Repete aparentemente irritada com meu silencio.
           - Oi mãe – Pronuncio por fim ouvindo o grito de felicidade da mulher do outro lado da linha – Senti sua falta.
         - Lauren! – Diz a mulher com a voz já embargada pelas possíveis lágrimas que rolavam por seu rosto assim como acontecia comigo – Como senti sua falta minha filha! Achei que tinha se esquecido da família.
         - Seria algo impossível, eu sento a falta de vocês todos os dias – Digo abafadamente devido ás lágrimas que agora caiam descontroladamente pela minha face – Como esta o papai, o Chris.. – digo tentando mudar o assunto
           - Estão todos bem e você minha filha? Como estão as coisas por ai? – Diz minha mãe com a voz parcialmente animada
            - Está tudo bem mamãe – e engulo seco antes de continuar – E Taylor como esta?
            Um silêncio segue por alguns minutos até que depois de um longo suspiro ouço novamente a voz suave de Clara – Ela vem sentindo novamente dores nas articulações mas se nega a ir no médico.
             - Mãe você não pode deixar Taylor continuar sentindo essas dores e não a levar ao medico, mesmo que contra sua vontade – Digo irritada enquanto percebo um silencio se instalar novamente do outro lado – Desculpe – sussurro a ultima palavra percebendo que havia exagerado um pouco.
             - Tudo bem minha filha, você esta certa – Diz com pesar – Acho que Taylor tem medo do que o médico possa falar com ela dessa vez.
           Depois de alguns minutos ainda falando sobre Taylor mudamos de assunto para algo animado e mais brando o que se estendeu por horas até que finalmente nos demos conta de que haviam se passado duas horas desde que iniciei aquela ligação

           - Quando você vira nos visitar Laur? – Ouço a voz embargada de meu pai soar pelo telefone e imediatamente meus olhos se enche de lagrimas novamente.
          - Papai – Percebo minha voz falhar por conta do soluço que escapou de minha garganta.
         - Minha filha não chore – Ouço sua voz ainda mais embargada denunciando o choro que também era presente ali, fazendo-me soltar uma fraca risada – Sinto sua falta pequena.
         - Eu morro de saudade de você Sr. Jauregui – Digo em tom brincalhão enquanto ouço sua risada do outro lado, sinto meu coração ficar mais leve no mesmo instante – Prometo que assim que tiver um tempo irei ver vocês.
           Após alguns minutos e mais algumas lagrimas finalmente encerro a ligação sorrindo alegremente ao perceber o quanto amava meus familiares que estavam tão longe de mim. Direciono meus passos para o banheiro a fim de tomar um banho relaxante enquanto choro toda a saudade que me consumia ao longo dos dias.
            Estava em Nova York não fazia mais que um ano, eu conseguira uma bolsa na faculdade que estudo hoje e depois de muito insistir consegui permissão de meus pais para que eu pudesse vir morar na cidade que nunca dorme. Por enquanto estava morando sozinha uma vez que Vero ainda não havia conseguido convencer seus pais a deixarem vir morar comigo.
              Depois de alguns longos minutos no banho e de estar confortavelmente vestida em meu pijama me deitei na cama a fim de dormir rapidamente. O que não foi o caso uma vez que minha mente vagou lentamente até chegar a garota de cabelos castanhos e incríveis olhos cor de avelã que eram tão tristes e misteriosos, recordo-me de seus lábios carnudos e levemente largos e de seu sorriso tão bonito e discreto. Suspiro ao lembrar-me novamente de Camila e viro-me encarando a parede á minha frente. Eu precisava parar de pensar nessa garota, isso não estava me fazendo bem.

Let Her Go - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora