Some Customs Never Change POV Camila

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                  Não fazia nem meia hora que havia desligado o celular mas Ally e Dinah estavam me encarando com feições nada agradáveis.
                   - Estamos esperando Camila – Diz Hansen com tom provocativo enquanto me encolho no sofá e as encaro finalmente.
                  - Ontem quando eu fui ao banheiro daquele bar e esperei meia hora pra entrar já que tinha duas meninas se agarrando lá dentro – Digo com um certo tom de irritação recebendo em troca uma risada fraca de minhas amigas mas logo foi cessada para que eu pudesse então prosseguir – Depois de fazer o que eu tinha pra fazer eu fui lavar minha mão e quando me virei, eu a vi...
               Os mesmos sentimentos da noite passada me invadiram e em minha mente passavam flashs do momento exato enquanto eu tentava terminar a minha fala.
               - Quem você viu Mila? – Ouço a voz apreensiva de Ally e respiro fundo tomando coragem de falar aquilo sem me achar uma completa idiota ou louca.
             - Eu acho que vi Megan – Um sussurro entrecortado foi nisso que minha voz se transformou ao pronunciar aquele nome em voz alta. – Eu juro que a vi parada naquela porta com aquele maldito batom vermelho.
               - Isso é impossível Camila! – Exclama Dinah completamente assustada e se levanta, começa a andar de um lado para o outro, inquieta – Você tem certeza de que era ela? Vocês conversaram? Camila Isso é impossível – Repete DJ me olhando incrédula.
              - Eu não conseguia falar nada, na verdade a única coisa que fiz foi sair correndo feito uma louca – Me sinto uma completa idiota ao perceber o que acabara de falar- Mas parecia tanto com ela.
              - Poderia ser qualquer pessoa Mila, você estava bêbada talvez só tenha se confundido ou alguma coisa do tipo – Diz Ally tranquilamente mesmo que suas feições denunciassem um desconforto quase tão grande quanto o meu.
              Fico quieta ao pensar do mesmo jeito que a loira á minha frente. Talvez eu só estivesse tendo uma alucinação uma vez que ainda não superei tudo o que ocorreu. Eu estava fazendo tempestade em copo d’água.
             - Mas e depois disso? Você estava ao nosso lado em um segundo enchendo a cara e no outro sumiu sem dar sinal nenhum – Diz Jane já sentada no seu lugar inicial mais tranqüila.
            - Eu não me lembro – Admito e olho para a enorme janela á minha frente que dava uma visão privilegiada de Nova Iorque. – Eu só sei que acordei hoje do lado de uma mulher e ela me disse que fomos para a casa dela depois do bar.
           - Camila você precisa parar com essas coisas – Continuo com meu olhar fixo na janela, sabia que as duas reprovavam minha atitude o que não era de todo errado mas não me dava motivos para deixar de ser assim.
           Quando cheguei em Havana meus avós me receberam de braços abertos e aquilo era tudo o que eu precisava. Nas minhas primeiras noites eu ficava trancada em meu quarto e só saia de lá quando vovó me chamava para almoçar ou jantar. Isso durou umas boas semanas até eu começar a sair todas as noites.
                   Eu fazia questão de encher a cara todas as noites para ver se aquela dor passava ou dava algum sossego. Tudo não passava de ilusão mesmo assim eu não deixava de beber. Por várias vezes vovô teve de me buscar em algum canto em que as pessoas me encontravam completamente bêbada e ligavam para ele. Eu sabia que aquilo os incomodava porem nunca reclamaram de nada comigo, sabiam que era minha maneira torta de lidar com aquilo que estava me consumindo. Aos poucos fui tendo controle e, muitas vezes acordava na casa de desconhecidos como ocorrera no dia de hoje.
                  Expliquei em mínimos detalhes tudo o que acontecera desde que acordei até a ligação feita para Allyson naquela tarde, como já esperava ouvi vários sermões, porem logo deixamos esse assunto de lado e começamos a falar de coisas banais.
                 - Quando você vai voltar a cantar Chancho? – Volto minha atenção para a morena que me abrigava em seus braços de uma forma confortável e quase segura.
               - Eu não sei Dinah, não é algo que eu pense com freqüência – Minto. Eu sentia extrema falta da música em minha vida, contudo aquilo me trazia lembranças dolorosas demais que eu não queria lidar agora. Suspirei alto e voltei a apoiar minha cabeça no peito da morena – Talvez um dia eu volte, não sei

Let Her Go - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora