Capítulo 2

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Era oito da manhã quando os raios do sol começaram a invadir o quarto do hotel onde o casal repousava. O cheiro forte de café recém-feito invadia a narina de Amy. Ela se espreguiçava toda delicadamente. Lembrava alguns movimentos executados na aula de Margareth.

Sorrindo, Marcus levava uma bandeja com o café da manhã para ela.

— Bom dia, estrelinha!

Ela se arrumou para se sentar. Não sorria como das outras vezes. Algo a estava deixando chateada. Marcus até desconfiava. Não queria que Amy se sentisse mal por algo que não aconteceu, não era culpa dela.

— Amy? Tudo bem? — quis saber ele.

— Não! Estou me sentindo péssima por não ter dado a noite que você merecia. Não queria te decepcionar...

Marcus tocou o queixo dela levemente fazendo-a com que olhasse em seus olhos.

— Para com isso Amy! — exclamou ele — Você nunca me decepciona. É normal que isso aconteça.

— Mas você deve estar pensando que eu sou uma medrosa, uma imbecil.

Ele riu leve.

— Não, meu amor. Não estou pensando nada a seu respeito. Você é mulher, tem seus medos e inseguranças. — ele explicava calmamente — Eu não estou ligando para o sexo, nem nada disso. O sexo é apenas uma forma de unir ainda mais o casal, de criar um laço ainda maior. Não quero te deixar mal, um dia tudo acontece. Tudo tem o seu tempo.

— Marcus... — ele a interrompeu.

— Eu amo a sua essência, o seu sorriso, a sua voz e isso nunca vai mudar. — ele aproximou e deu um beijo na testa dela — Só confie no que estou te dizendo.

Depois de tomar um bom café da manhã reforçado, Amy foi tomar um banho. Precisava se sentir leve. Mesmo que Marcus não confessasse, no fundo ela sabia o quanto ele esperava ter uma noite ao seu lado, mas o seu medo... o rosto de Bernard fez com que o encanto se perdesse, lembrou do dia em que ele queria abusar dela e das surras que a deixou muito machucada.

Ela não era assim, não sentia medo e era forte. Foi por isso que Marcus se apaixonou por ela e assim faria. Mostraria o quanto ela estava decidida e pronta para ser a sua esposa.

Depois do banho, Amy pegou o seu notebook e o ligou. Precisava chegar seu email e a agenda de apresentações que Margareth sempre lhe enviava. Não demorou para que uma pessoa muito animada lhe mandasse uma mensagem.

Evie: Bom dia minha cunhada! Como estão as coisas por ai?

Amy: Normais.

Evie: Me diz que eu já vou ser titia. Não consigo conter a ansiedade.

Demorou um pouco para Amy respondesse. Já não sabia como contar para Evie a verdade.

Amy: Vai demorar um pouco para você ser titia. É que eu não consegui ter a noite perfeita com o Marcus. Não foi problema dele, mas eu fiquei com medo... e agora estou me achando na pior pessoa desse mundo.

Evie: Eu não consigo acreditar que vocês ainda não tiveram a noite de núpcias.

Amy: Esse é um assunto tão delicado, Evie! Acho que isso se deve ao cansaço da viagem. Começa tudo tão bem, mas eu não consigo seguir em frente.

Evie: Vai dar tudo certo. Você se casou com a pessoa mais compreensiva desse mundo. Ele não vai te apressar a fazer nada que não queira. Com você ele aprendeu a ser paciente.

Amy: Obrigado Evie. Foi muito bom falar com você!

***

Amy queria que o dia fosse mais tranquilo. Não sentia tanta vontade em sair do hotel. Passaria o dia ao lado do marido lhe dando a atenção que ele merecia. Ao longo do dia milhares de ideias passaram pela mente de Amy e todas pareciam serem palpáveis. Uma onda gigante de entusiasmo tomava conta dela. Aos poucos ia surgindo uma Amy mais corajosa. Era dessa personalidade que ela estava sentindo falta.

Marcus passou o dia lendo um livro que trouxera. Sempre verificava se Amy precisava de algo, mas ela lhe dizia que estava tudo em ordem, pois de fato estava. O que ela poderia desejar senão além de uma dia tranquilo ao lado de Marcus?

Marcus cuidava sempre dela. Jamais a deixaria mal.

Quando os dois ficaram sentados no sofá assistindo a um filme qualquer, Marcus dava-lhe beijos no topo de sua cabeça. Ainda tinha o mesmo efeito que antes. Amy fechava os olhos, pois sentia o corpo todo se arrepiar. Seus dedos se entrelaçaram aos de Amy e assim ficaram por um tempo até que ele decidiu tomar um banho. Já estava ficando tarde, haviam perdido a noção do tempo naquele dia.

— Se precisar me chame! — disse ele já indo para o banheiro.

Não demorou para que ele saísse do banho. Até Amy achou engraçado, mas não comentou. Marcus saiu do banheiro vestido, mas sem a camisa. Aproveitou que ele ainda ia fazer o seu ritual com os produtos para o rosto, foi a vez dela se afastar um pouco. Um calor inexplicável dominou-a por completo. Trancou a porta e ligou a torneira. Tinha de se concentrar.

Olhou para o seu reflexo e se pôs a falar consigo mesma:

— Vai dar tudo certo! Eu confio no Marcus, ele não vai me machucar. Eu sou corajosa e nessa noite me entregarei a ele.

Ela acreditava em suas palavras. Amy saiu do banheiro mais calma. Já não sabia mais como agir com Marcus. Queria deixá-lo animado e bem. Era importante que ele tivesse uma noite especial e inesquecível onde ele pudesse tomá-la como sua mulher. Olhou para resto do quarto e encontrou Marcus olhando para fora da sacada. Gostava de observar o movimento da vida noturna dos brasileiros. Decidida Amy caminha até ele. Sua respiração é ofegante, mas logo vai se acalmando. Seu caminhar vai ganhando confiança e leveza.

O toque nas costas de Marcus o fez olhar em sua direção.

— Amor, está tudo bem? — quis saber Marcus preocupado.

Ela sorriu docemente. Seu olhar se concentrou no de Marcus e assim ficaram por alguns segundos.

— Preciso de você... — sussurrou Amy — Me tome em seus braços e me torne sua mulher.

O doce sorriso de Marcus pegou Amy de surpresa. Ela sentiu as pernas se amolecerem rapidamente. Seu coração batia tão acelerado que ela pensou que poderia morrer ali mesmo. Suas mãos trilhavam a pele exposta do rapaz. Sem pressa, beijos foram distribuídos por todo o tórax de Marcus até que ela encontrasse os seus lábios. Ela sorria divertida. Os lábios se tocaram devagar, uma verdadeira apreciação do quanto aquele momento estava sendo mágico para eles.

Sem interromper o beijo, Marcus começou a desabotoar a roupa de Amy. Não restando mais nenhum botão ele jogou a camisa para longe do corpo dela. Em seu olhar havia o fogo do prazer. Ele queimava em suas veias. Sentia que os toques de Amy estavam mais intensos e duradouros. Afastou-se um pouco apenas para saber o quanto ela estava desejando aquele momento. Um sorriso tímido surgiu em seus lábios, mas ele não deu tempo antes que ela pudesse dizer algo. Logo a guiou até a cama, deitou-a com delicadeza. Ouvia a respiração dela falhar a cada toque.

Amy não conseguia dizer o que era real ou não. Marcus estava respeitando os seus limites fazendo com que ela confiasse cada vez mais nele, e foi assim aos poucos que não havia mais roupas a serem tiradas. Amy não sentiu vergonha em expor o seu corpo, era natural, não haveria preconceito por parte dele. Ele a amava do jeito que ela era.

A noite de núpcias foi a melhor de todas para o casal. Amy se entregou de corpo e alma. Sem reservas. Daquela noite em diante Amy havia se tornado uma mulher. A esposa que sempre foi amada desde muito cedo e que sempre seria assim enquanto vivessem. Amy era dona de uma nova vida, de uma nova história e de seu destino.

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⏰ Última atualização: Feb 05 ⏰

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