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- tudo começou no dia 14 de julho de 2010, eu tinha 5 anos, me lembro que nesse dia eu acordei e fui pro quarto do meu pai, ele não estava lá, as portas do guarda roupa estavam abertas, eu fui pro quarto da minha irmã mais velha, Luna que na época tinha 10 anos, e ela também não estava lá, na cama dela só tinha um papel pra mim escrito "te amo pra sempre" e ela deixou a pelúcia dela pra mim

-a raposa? (Afirmo com a cabeça)

- eu acordei minha mãe desesperada, como eu era pequena não tinha como ela me dizer "nós fomos abandonadas" então ela disse que meu pai fez uma viagem de última hora com a minha irmã. Todo dia eu perguntava quando ele voltaria, até que teve um dia que eu acordei e fui conferir se meu pai tinha voltado da tal viagem, e eu vi minha mãe chorando, de qualquer forma ele era marido dela, e ela ainda o amava, eu lembro de ter subido na cama e dito "eles não vão voltar né". Eu vim pro orfanato nesse mesmo dia que eu a vi chorando, ela tinha ido resolver algumas coisas da empresa e foi me buscar na escola, estava no fim da tarde então a rua estava muito movimentada, eu só lembro de sentar na cadeirinha e cair no sono, quando eu acordei, eu já estava em um hospital, disseram que um carro bateu com o da minha mãe, e que ela não tinha sobrevivido. Explicar a morte para uma criança de 5 anos é difícil, mas eu já tinha entendido que eu nunca mais ia ve-la (termino de falar e sinto algumas lágrimas escorrerem) sua vez

-eu sempre levei uma vida boa, incrível na verdade, me arrisco a dizer que era uma vida perfeita. Minha família tinha a vida financeira estável, e todos se davam bem, eu não sei dizer quando foi a última vez que meus pais brigaram e além de tudo eu tinha uma melhor amiga, minha irmã, éramos muito unidos, não tinha muita diferença de idade, 5 meses apenas, ela era adotada. Um dia a gente estava voltando de uma viagem, era de madrugada, eu lembro de ouvir a minha mãe dizendo que estava com medo, meu pai dizia "Não precisa ter medo" eu e minha irmã estávamos no banco de trás, ela dormia com a cabeça no meu colo, e eu lembro de estar fazendo carinho nos cabelos loiros dela.

A BailarinaOnde histórias criam vida. Descubra agora