capítulo 03-

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Chegando ao rio tia Anna faz de tudo para que aquela casa fria e sem vida pareça o mais acolhedora possível,fui matriculada em uma escola privada que ia do pré ao ensino médio então eu permaneci na mesma escola com as mesmas pessoas toda a minha vida escolar.

A minha infância apesar dos pesares não foi tão ruim,eu morava em uma casa boa,estudava em um bom colégio,nunca me faltou comida e nem afeto então eu nunca me senti no direito de reclamar até porque muitas outras pessoas passam e já passaram por coisas muito piores,óbvio que isso não anula a minha dor na verdade saber que tantas pessoas passam por infernos na terra e não tem ninguém para tira-los disso só aumentava ela.

No colégio eu nunca fui a pessoa mais sociável,muito menos a mais popular e não foi por que eu sofria bullying ou algo do gênero eu simplesmente não gostava de me socializar evitava ao máximo ter contato com outras pessoas essa carência por afeto que muitas pessoas tem foi algo que eu não tive que lidar...bom isso até um certo ponto da minha vida.

Mesmo não gostando do convívio com outras pessoas tinha alguém em especial que eu não ligava de ter por perto,conheci ela no terceiro ano do fundamental e aos 8 anos quando prometemos que nossa amizade séria pra sempre eu nunca imaginei que seria mesmo.

18/02/2007- o dia que encontrei o céu do meu inferno

Com os anos passando eu ia esquecendo cada vez mais dos momentos com a minha mãe pois era muito pequena e a única coisa que ficou permanente era a falta que eu sentia dela isso nunca foi embora assim como os pesadelos

Todo aniversário de morte da minha mãe,tia Anna me levava para a igreja dizia que tínhamos que rezar pela alma dela,e eu nunca entendi isso até a minha adolescência quando eu finalmente descobri que minha mãe não havia morrido por um simples acidente de queda no banheiro.

Aos meus 16 anos decidimos que já era hora de redecorar meu quarto e tirar aquela cara de criança dele e foi assim que eu achei a certidão de óbito da minha mãe em uma das centenas de caixa daquele porão eu fui abrir justamente a que tinha essa bendita certidão,quando li aquilo fiquei muito confusa aliás não foi essa a história que me contaram durante a minha vida toda. Logo fui falar com a minha tia sobre e ela me contou tudo,desde o dia que minha mãe conheceu o homem que arruinou a vida dela até o dia em que a perdi.

Eu entendo os motivos da minha tia ter escondido isso de mim se eu já não estou conseguindo lidar com tudo isso agora imagina quando era criança, na verdade descobri que você foi fruto de um estupro e que a sua mãe passou por tanta coisa ao ponto de ver como última solução tirar a própria vida não deve ser fácil lidar em nenhuma idade

Depois de descobri sobre a minha história eu me afastei mais ainda das pessoas e principalmente da igreja. Minha família desde os meus avós sempre foram muito religiosos e eu não entendia como alguém tão boa e correta que nunca foi contra a igreja e sua religião podia ter sofrido tanto e por isso eu culpei Deus pelas coisas que aconteceram na minha vida por muito muito tempo talvez eu achasse mais fácil culpar ele e a mim doq culpar quem realmente tinha arruinado ela a pessoa ou melhor dizendo o monstro que tem o mesmo DNA que o meu.

24/05/2015-o dia em que descobri o começo da minha história.


O INFERNO DE LÍVIAOnde histórias criam vida. Descubra agora