Capítulo 2:

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Dias passavam depressa e chegou o grande dia 一 o dia que veria o seu amor.

Esperava ansiosa enquanto encarava a televisão desligada. Seu coração batia a milhão.

No outro dia de manhã, seu amor estaria ali consigo, poderiam aproveitar depois desse um mês separados; finalmente seu voo estava a caminho.

Daria um jeito de resolver assuntos pendentes do relacionamento, claro que daria, estava confiante que se resolveriam. Mas quando a mulher pensava em um recomeço, sentia um gosto amargo, uma sensação ruim que inundava seu peito. Não sabia da onde poderia vir aquilo, mas estava com medo.

Todas as noites, depois das várias reuniões que Itachi fazia, tanto da imprensa, quanto de empresas famosas que tinham um contrato de parceria com a empresa de seu pai, eles sempre se ligavam e trocavam inúmeras mensagens.

A saudade doía, mal podia esperar uma notificação de seu amado.

E isso não demorou muito. Seu aparelho vibrou em suas pernas.

Isso fez com que Izumi abrisse um sorriso de orelha a orelha. Seu coração acelerava. Aquela sensação era a melhor que tivera, melhor do que todas as que teve nos outros dias que conversavam.

Talvez se sentia assim porque Itachi estava a caminho.

Abriu seu celular, colocando a senha e viu a barra de notificação 一 era ele, que mandava um vídeo para ela.

Sem pensar duas vezes, a mulher entrou na conversa e abriu o vídeo.

“E foi ali. Bem ali. Que a ovelha levou uma cajadada de seu “dono”, e se perdeu entre o caminho da vida e morte”.

[...]


“Tome as rédeas e mude sua vida

você pode ter tudo, sem sacrifício”.

~ Lizzo.

O sonho de toda adolescente que mora no interior, é conhecer a cidade grande. Ver céus estrelados em cima de um prédio, ter lugares legais com uma boa música para sair à noite, ver pessoas novas — não as mesmas caras de sempre, como no interior de Konoha.

Os olhos esmeraldas da menina, desejavam sair da casa que morava quando adolescente, sair das garras de uma mãe doente e opressora, sair da família tóxica e fofoqueira, sair da bagunça de sua mente que a matava e tornava os seus dias mais sombrios.

Aquilo poderia ter ficado apenas em um sonho, isso se a menina não tivesse fugido daquele lugar; do subúrbio que a mãe pagava enquanto se drogava e se vendia para homens toda noite, causando mais traumas na menina.

Desde a morte de seu pai, as coisas desandaram em sua casa. Era como se sua mãe dependesse de algum homem lhe comandando, como se dependesse de toques, e quando aquilo não bastava — quando não era o bastante para a saciar —, usava inúmeras drogas, sem quantidade e sem dó da filha de catorze anos que encarava tudo aquilo.

A Haruno ainda podia se lembrar da primeira overdose da mãe, de sua vida perdendo a cor enquanto lágrimas caiam de si. Podia se lembrar claramente dos gritos, podia se lembrar completamente do repúdio que sentia.

Apesar de tudo que havia acontecido com aquela menina de anos atrás, ela seguiu, tornando-se uma verdadeira mulher.

Sakura encarou todas suas dificuldades, não só para ver as estrelas em um prédio alto, não só para sair à noite em lugares legais, mas para o seu bem, para o bem de sua própria mente — já que a mãe não se importava com seu psicológico quando colocava aqueles homens em casa.

A Pessoa Errada (SasuSaku x ItaIzu)Onde histórias criam vida. Descubra agora