Purple Eyes (Drarry)

Two

Draco suspirou, já estava sentado naquele sofá escuro a aproximadamente uma hora naquele sofá duro e desconfortável. Fechou os olhos pelo que pareceu alguns poucos minutos, mas os abriu assustado ao escutar um barulho estranho, percebendo que deveriam ter se passado algumas horas.

O barulho vinha do medidor de batimentos cardíacos, que estava apitando muito rápido. O alfa correu até o botão que lhe foi indicado, o apertando algumas vezes rapidamente, percebendo que não estava funcionando. Correu até a porta, a abrindo e procurando por algum enfermeiro, não achando

Sentiu seu lobo lutando para tomar o controle de seu corpo, conseguindo o fazer quando a máquina começou a apitar mais rapidamente. Draco se tornou apenas um mero espectador da cena, seu corpo estava a mercê das vontades e instintos de seu lobo

Com as íris completamente roxas, o alfa se aproximou do ômega inconsciente na cama, sendo nítido que o garoto estava morrendo. Sentiu suas presas saírem e então empurrou cuidadosamente a cabeça dele para o lado, deixando o pescoço branquinho a amostra, cravou os dentes afiados ali, marcando o ômega como seu

Draco recuperou o controle sobre o próprio corpo quando o seu lobo lambia a marca da mordida, para ajudar a cicatrizar. Arregalou os olhos - ainda roxos- ao perceber o que havia feito

— Você o marcou — ouviu uma voz feminina atrás de si, e então se virou rapidamente, vendo a enfermeira alfa que havia o levado até lá — seus olhos estão roxos

— E.eu não fiz por querer! Eu juro, m.meu lobo... ai meu deus — começou a se desesperar

— Se acalme— a Cho tentou acalmar— seus olhos estão roxos, seu lobo o escolheu?— viu o alfa assentir enquanto começava a derramar lágrimas, havia feito algo completamente horrível — senta, por favor— direcionou o mais novo de volta para o sofá duro, percebendo o barulho do aparelho do aparelho se normalizando— você salvou a vida dele, foque nisso

— Eu marquei ele — soluçou alto, tentando limpar o rosto das lágrimas com a manga da camisa social que usava — eu não conheço ele, ele não me conhece... a.ai meu deus — seus olhos azuis ainda estavam inundados

— Seus lobos se escolheram e você salvou a vida dele, foque nisso por enquanto — Chang sabia que eles teriam grandes problemas, mas precisaria do alfa calmo para depois focar nisso, seu intuito ali era apenas evitar que o loiro tivesse uma crise

(...)

O alfa se desesperou ao ver o ômega começar a despertar, saindo do quarto para chamar a enfermeira, faltando coragem para entrar novamente de novo. Cho, percebendo o que estava acontecendo foi até o ômega, se sentando na maca até ele abrir os olhos, o que não demorou muito

— Como está se sentindo?— perguntou calma, analisando o curativo na curvatura do pescoço do ômega que tinha feito durante a madrugada.

— Estranhamente bem, e nervoso mesmo tempo — falou confuso, e a enfermeira percebeu que o nervosismo vinha do alfa, já que agora eles sentiriam um pouco das emoções do outro

Era a primeira vez que ouvia a voz dele, era doce, apesar de estar rouca. Lhe dava vontade de o ouvir falar mais.

— Certo, eu preciso te contar uma coisa— falou calma, fazendo um carinho nos cabelos negros e pouco macios pela falta de produtos bons — um alfa veio aqui ontem à noite, e o lobo dele escolheu o seu — o garoto arregalou os olhos verdes, mais confuso do que antes — e você teve uma crise durante a noite, estava perdendo a pulsação, ele te marcou sem querer — falou o tempo todo calma, não querendo desesperar o garoto, apesar dele ter todos os motivos do mundo para isso.