1 - Colher flores, aceitar dores.

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📌 | A primeira fanfic que eu fiz na minha vida era com essa premissa, mas eu não soube desenvolver. Achei que ela se adaptaria bem em uma twoshot. Divirtam-se!

📌 | Obs: toda a história será do ponto de vista do Christopher.

📌 | Obs: toda a história será do ponto de vista do Christopher

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Eu nunca conseguia dormir nas vésperas daquele dia. Não que eu não tentasse ou não sentisse sono, eu estava mesmo cansado, eu tentava lutar, tentava dormir apesar do peso em minha cabeça, mas alguma coisa me impedia de retomar as minhas energias naquele maldito dia. Era como se não fosse suficiente o meu cansaço emocional, eu tinha que andar por aí igual um zumbi mal humorado e extremamente triste. E já que o sono não vinha, era melhor que eu aceitasse ficar de pé e fizesse alguma coisa que me distraísse.

Caminhei pelo meu apartamento arrastando meus pés descalços pelo piso com muita preguiça até chegar à cozinha. Me servi de um copo de suco e depois peguei o meu celular, vendo que minha irmã, Maite, havia me mandando algumas mensagens como sempre fazia na madrugada de todos os dias como aquele.

May - "Se estiver acordado e quiser falar com alguém, pode me ligar."

May - "Sabe que não precisa fazer isso sozinho de novo, eu posso te acompanhar até o cemitério mais tarde."

May - "Ou talvez possamos ficar em casa, o que acha? Eu faço o seu almoço."

Suspirei pesadamente e deixei meu celular sobre a bancada da cozinha, deixando aquelas mensagens sem resposta. Eu nunca respondia e ela sabia os meus motivos, então eu não me preocupava se estaria a chateando.

Voltei para o meu quarto, abri o meu guarda-roupa e peguei uma caixa em específico. Sentei no chão colocando o copo de suco ao meu lado e comecei a tirar as coisas que tinham dentro da caixa. O anel de noivado que dei para ela, os ingressos do primeiro filme que vemos juntos no cinema, as pulseiras da primeira festa, as conchas que ela colecionava, o lenço preferido que usava no cabelo, fotos e mais fotos polaroid... Tudo o que restou dela em uma única caixa cheia das coisas que ela amava em vida.

Deixei a caixa ao meu lado quando encontrei o cordão de ouro com o nome dela. Elizabeth. Foi um presente meu e ela jamais o tirou do pescoço, exceto quando tudo aconteceu e ela precisou ser internada.

Um tumor cerebral que até então ela nem sabia que existia, mas que começou a prejudicá-la uma semana depois que eu a pedi em casamento durante um jantar de dia dos namorados. Uma semana depois que ela aceitou passar o resto de seus dias comigo. Bom, ela passou. Nós só não imaginávamos que ela teria tão pouco tempo e assim como o médico previu, seis meses depois ela se foi.

Não houve um só dia em que eu não estive ao seu lado, segurando sua mão e tendo toda a paciência possível quando ela mudava o seu humor repentinamente, ficando brava do nada, rindo quando todos estavam em silêncio, tendo espasmos musculares e nos piores dias, esquecendo de quem eu era e me agredindo sem motivo algum, chorando compulsivamente logo depois que voltava a si.

FloristOnde histórias criam vida. Descubra agora