My Dear Boss {Min Yoongi}

Último Capítulo - Vinte e Cinco

Através da janela do hospital Yoongi era capaz de ver a neve cair na noite de Natal mais triste da sua vida. Ele segurava a mão de Eun Sun que ainda dormia, inconsciente há um mês. Os seus pulmões haviam sido drenados há pouco tempo e o médico deu a feliz notícia de que quase não estavam mais criando líquidos ali. Um alívio, pois os próximos passos seriam tentar fazê-la respirar sem o auxílio de aparelhos.

Quando ela foi atingida pelos tiros, uma das bala se alojou em seu pulmão, impedindo-a de respirar por causa do líquidos que começavam a se acumular no local, induzindo-a a uma sensação de afogamento. Ela ficou sem oxigênação e por conta do mal funcionamento dos seus pulmões, foi induzida ao coma. Agora, felizmente, as chances dela acordar a qualquer momento eram altas devido a ótima reação dela quanto aos tratamentos. E ele lutava, todos os dias, para não perdê-la também.

Quanto ao bebê, por mais que Eun Sun tivesse se demonstrado incrivelmente forte para mantê-lo seguro com ela, a quantidade de oxigênio em seu corpo não era suficiente para os dois. Yoongi foi obrigado a escolher entre perder apenas o seu filho ou a perder ambos. Mesmo que fosse egoísta o suficiente para querer ficar com eles, sabia que não conseguiria sobreviver se perdesse os dois. Mesmo que ela nunca o perdoasse por aquilo, ele fez a escolha mais dolorosa de sua vida.

Ele estava ao seu lado quando retiraram o seu filho dela. Ele o viu pela primeira e última vez. Nada nunca doeu tanto quanto saber que o seu pequeno menino, agora completamente sem vida, era perfeito. Yoongi se sentia acabado, mesmo sabendo que havia sido uma medida necessária. Ele deixou a sala, mas não tinha mais força alguma. Seu filho e seu irmão estavam mortos e a sua mulher lutava diariamente para se manter viva. As suas pernas cederam e o mesmo caiu de joelhos, sendo abraçado pelos ombros por Hoseok.

— Ele se foi... Eu perdi o meu filho... - ele disse enquanto chorava forte, sentindo a pior dor que qualquer pessoa no mundo poderia sentir - Eun Sun vai me odiar... Eu não pude salvá-lo... - sua voz saiu quase como em um sussurro, abafada pelo choro.

Hoseok o apertou forte. Podia sentir a dor do amigo naquele momento, sabia que não era fácil. Enquanto isso, Seo Yeon mantinha um olhar vazio enquanto encarava algum ponto no corredor, sem forças para chorar mais enquanto apertava a mão da mãe de Eun Sun que apenas observava tudo chorando baixinho.

Aos pouquinhos, todos foram se recuperando. Precisavam fazer isso para lutar pela vida de Eun Sun que até então dormia sem fazer ideia do que estava acontecendo. Os dias passavam incrivelmente devagar durante as semanas seguintes, mesmo que fossem uma vitória por ela ainda estar viva. Yoongi fazia questão de estar com ela todos os dias, mesmo que fosse por pouco tempo. Ele contava para ela como havia sido o seu dia e como todos estavam, escondendo o quanto todos estavam abalados.

Naquela noite era diferente. Ele não queria deixá-la sozinha na noite de Natal e quase implorou aos médicos para que deixassem-no ficar com ela. Obtendo a autorização, ele se sentia um pouco mais feliz. Mesmo com ela dormindo, era bom estar ao seu lado.

— Eu não tenho usado gravatas há um bom tempo... - contou fazendo carinho nos dedos dela - É estranho não ter você para arrumá-las. Mas veja pelo lado bom, agora eu uso casacos quentes o suficiente para a temperatura do dia. Você me ensinou a reconhecê-los e não poderá mais ficar brava comigo por eu estar passando frio. - ele sorriu.

Não sabia que horas da noite eram exatamente, mas sabia que se passava da meia noite e já se sentia cansado. Ele deitou a cabeça na cama, ainda com os dedos entrelaçados nos dela.

— Hoje é Natal, Lee Eun Sun. Algumas pessoas devem estar fazendo pedidos e abrindo presentes. - disse já com os olhos fechados - Será que existe alguém bom o suficiente no mundo para atender o meu pedido? - perguntou baixinho - Eu só quero que você acorde, meu amor. Eu só quero ter você de volta... - sentiu uma lágrima escorrer do canto do olho enquanto pedia aquilo com toda a fé que ainda tinha.