Continua...
Zelda entra em seu escritório servindo-se imediatamente de um copo de uísque. Depois de enxugar os resquícios de suor na testa resultante da adrenalina que acabou de passar no parto do bebê da ex-rainha do inferno, a bruxa bebeu um longo gole de sua bebida cor âmbar sentando-se na cadeira de sua mesa.
Sua cabeça que antes estava ocupada em trazer o bebê de Lilith ao mundo sem complicações, agora se enche de recordações que apertam seu coração em saudade.
Letícia e Sabrina.
Vê um bebê de perto de novo depois de tanto tempo a fez lembrar de Sabrina e Letty. As duas meninas que a fizeram sentir o gosto do sentimento de ser mãe, e embora Ambrose seja um filho para ela também, Zelda não acompanhou a infância do bruxo, como acompanhou das duas meninas. Ambrose já era quase adolescente quando seu pai morreu vítima de caçadores de bruxas, e também o fato dele ter passado mais tempo com Hilda do que propriamente com ela.
A Suma Sacerdotisa se pega pensando nos tempos que ela e irmã cuidaram de Sabrina depois que ela ficou órfã. Ainda que, Zelda sempre bata de frente com a sobrinha por causa das travessuras e opiniões sobre questões de bruxas, a ruiva não deixa sentir orgulho da pessoa que Sabrina Spellman se tornou. E seu amor é tamanho, que Zelda já provou várias vezes que sempre a escolherá a cima de tudo.
E então veio Letícia. Zelda se viu encantada antes menos dela vir ao mundo, quando inesperadamente foi nomeada sua Mãe da Noite. A responsabilidade do título a fez proteger a menina das atrocidades do pai e nesse meio tempo uma conexão entre ambas foi se desenvolvendo. A ruiva lembra como se fosse hoje a dor que sentiu em silêncio quando descobriu que Dezmelda tinha sacrificado Letty para ter sua juventude novamente. Porém, lembra mais ainda da emoção misturada com o terror em vê a menina de volta a vida nos braços do pai, batizada agora como Judith.
Tantas coisas para se preocupar e pensar com o avanço dos terrores do sobrenatural, e Zelda se vê fazendo exatamente o contrário. Ela se pergunta porque essa demônia insiste em reaparecer em sua vida, com seus olhos azuis intensos, lábios sempre tentadoramente vermelhos, vestidos colados e com problemas que só se lhe dão dor de cabeça e causam uma confusão em seus sentimentos.
Primeiro foi com Sabrina, com suas mentiras em ser uma bruxa excomungada e escolhida por seu irmão para cuidar da jovem bruxa, depois com seu fracasso como rainha do inferno e agora com esse bebê que Zelda descobriu a existência hoje e nem o pegou nos braços e já se sentiu atraída por seus olhinhos que ela apenas apreciou de longe.
"O seu bebê é lindo". Ela quis dizer o que disse e o fato de não ter pego o menino para conhecê-lo de perto está a consumindo. Por que novamente ela fez o que sempre faz quando Lilith entra em sua vida.
Foge.
Foge dos sentimentos que a morena inevitavelmente a faz sentir. Zelda costuma sempre está no controle de tudo ao seu redor, mas quando o assunto é Lilith, as coisas sempre tomam um rumo que ela se vê fugindo para não perder o fio de sua sanidade.
— Zelda!
Uma Hilda eufórica entra na sala assustando a bruxa ruiva.
Zelda não tolera quem entra em seu escritório sem bater, Hilda parece não escutar quando a ruiva a repreende por isso e só não reclamou dessa vez pelo fato da invasão tê-la tirado de seus pensamentos em Lilith, afinal a morena já tinha tomado tempo suficiente de seu dia por hoje.
— O que houve, Hilda?
— Os reis do inferno estão nas portas da academia. Eles querem felicitar Lilith pelo bebê.
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The Power of Love... - Madam Spellman
FanfictionLilith jamais imaginou que pedir ajuda ao Coven da Família Spellman despertaria seu lado mais humano esquecido a séculos. E Zelda, jamais imaginou que amparar Lilith e seu bebê se tornaria algo muito além de um simples apoio a uma "irmã bruxa". O...