Capítulo Dezesseis

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[5859 palavras]

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mentira

substantivo feminino
1. ato ou efeito de mentir; engano, falsidade, fraude.
2. hábito de mentir.
3. afirmação contrária à verdade a fim de induzir a erro.
4. ideia, opinião, juízo falso ou equivocado.
5. aquilo que é enganador, que ilude.

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Havia sumido a dois dias, mas não queria. Queria levantar da cama, mas não conseguia. Tudo que ele queria, era acordar daquele maldito pesadelo ou voltar a viver os sonhos.

Hoseok havia ficado bem, rápido demais na visão dos outros, no entanto, ele ficou com tanta raiva que acabou se esquecendo da tristeza - não quer aquilo fosse algo bom - e, em pouco tempo, se inverteu novamente. E permaneceu assim até aceitar que tinha acabado. O medo havia acabado e dado lugar para o vazio decepcionante, mas o que ele poderia fazer? Voltar lá e se moldar em um filho perfeito, não-homossexual, e estudante de medicina. Não.

Portanto, Jeongguk parecia em meio à uma recaída que começou em uma sexta-feira ensolarada, quando seu nome foi chamado na secretária e ele pensou em várias coisas que poderiam ter acontecido - desde ao perda da bolsa desde Sunoo e seu veneno inacabável - mas nunca pensou que a realidade fosse ser mais cruel que sua mente fantasiosa.

Seu pai havia morrido. E, como se não pudesse piorar, sua mãe havia o culpado. Por desgosto, nojo e decepção. Porque ela havia descoberto, por meio de uma ligação anônima - Jeongguk quase riu de ódio quando sua mente se direcionou a apenas uma pessoa - sobre seu namoro e seu pai havia infartado logo depois.

O chamou de desviado, dissimulado e nojento. Por que, aparentemente, ela não tinha acreditado quando cuspiu o namoro em sua cara. Não até outra pessoa a contar. O que mais deixava Jeongguk irritado era que ela ainda achava que ele estava fazendo aquilo por rebeldia, para se opor ao seu regime ditatorial, para simplesmente dar desgosto de propósito.

Ela também estava suportando a dor do próprio luto, ele sabia. Mas, o que ela ganhava colocando a culpa em Jeongguk de algo que, obviamente, não era culpa dele?

Ele foi para casa imediatamente, avisando os amigos que havia um contratempo e que precisava voltar para casa, arrumou o dinheiro extra e voltou para a antiga casa.

Era melhor não ter ido. Ela disse mais de uma vez que não deveria ir vê-lo. Que estava proibido de ir ao funeral. E ele não foi. Queria se despedir dele, isso era óbvio, mas se permitiu ser um pouco egoista e pensar em si mesmo por alguns segundos. Sabia o que aconteceria. A forma como ficaria desconfortável perto da família falsa, os cochichos, as provocações, a mãe havia herdado a língua afiada e venenosa - Jeongguk agora, tinha pesadelos onde sua mãe tinha língua de cobre - de toda a família, praticamente.

No dia seguinte, porém, foi até o local e procurou pela lápide. Viu a frase marcada: "não consegui expor minha culpa enquanto estava aqui, mas espero que entenda." Era algo incomum, obviamente. Era desconexo e para Jeonnguk não fazia o menor sentido. Portanto, deveria ser a última coisa que ele havia dito, não? Em meio a sussurros pesados enquanto os bips incessantes das máquinas ainda o permitiam ficar vivo. Não sabia que ele estava internado. Ninguém havia o dito.

Ninguém se deu o trabalho.

Ficou incomunicável desde que voltou e, estava com o corpo tão pesado que nem conseguia pegar o celular - talvez estivesse descarregado, era incerto - para avisar à alguém que não iria para a aula, então apenas se deixou fechar os olhos e tentar dormir.

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⏰ Última atualização: Nov 14, 2021 ⏰

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