desespero é o Caminho do inferno

109 6 1
                                    

Saulo matos ~ 22 anos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Saulo matos ~ 22 anos

*

6 dias antes / Visão do Saulo


Eu não aguentava mais, admito... sentia que minha alma quase não fazia mas parte do meu corpo. Mesmo assim eu continuava na luta mesmo parecendo um morto vivo.

Faltava pouco pra o expediente de balconista acabar, Esse era meu trampo no turno da manhã e no da noite motoboy do mesmo Restaurante. Na abençoado tarde eu dormia como um defunto até às 6 Horas.

Assim que eu chegasse em casa não podia esquecer do remédio da vó, um de muitos. Mais uma preocupação e mais um motivo pra que eu não jogasse tudo pro alto. Ela só tinha à mim e eu jamais podia esquecer isso, meu coração apertava lembrando o tamanho da família... Mais ela só tinha à mim e mais ninguém.

Minha mãe morava do outro lado do Brasil mesmo assim sempre ligava quase todos os dias.

Mãe~ Tudo bem meu neném ? E a sua vó como ela tá ? E o pessoal da família tá indo ver ela ? Falei com o seu tio Fernando e ele disse que a mamãe tá ótima.

como sempre ela dizia que ia ajudar mandando um "trocado" no final do mês. A casa recebe e a conta de luz agradece.

Saulo~ tá tudo na paz mãe, tão vindo ver ela sim... o tio Fernando não mentiu... Tchau mãe tenho que desligar, te amo.

Tudo mentira, eu odiava mentir mais era necessário e Só deus sabia o ódio maior ainda que eu tinha daquele homem, aquele gigolo. As despesas da vó eram todas pagas com o meu esforço de dia e noite, não que eu precisasse do dinheiro dele mais se o monte de merda tivesse ao menos consciência de que a mãe ainda não tivesse morrido já estava de bom agrado.

A aposentadoria da vó era ele quem tinha, fazia churrascos todos os finais de semana com a nossa "parentada", gastava todo o dinheiro da própria mãe na gandaia.

uma vez tentei conversar com ela, tentativa em vão.

Saulo- vó... se agente conversasse com o Fernando pra ele ao menos da uma parte do aposento da senhora ? Séria melhor e eu não precisaria abrir o empréstimo.

Vó- Acho melhor não meu filho... Ele e os outros já tem raiva de mim, imagina se agente faz uma coisa dessas - A sala é contaminada com a tristeza da velha - por favor Saulo.

Saulo- aquele gigolo vagabundo...

E sempre interrompida pela idosa, não podia nem chamar o tio de feio.
Nunca foi bem recebido naquela casa, o povo daquela família odiava Saulo do pequeno ao grande pelo simples motivo dele ser gay assumido e a família se dizia tradicional. Não era à maioria mais era boa parte.

" Seu imundo, criatura nojenta, sujo, por isso seu pai deixou sua mãe, você nasceu com defeito de fábrica, você fede ao povo da sua raça, um dia vão te matar no meio da rua, você não merece viver, Saulo pensa na vergonha que tu tá dando pra família " 

Era isso que eu era obrigado a escutar todo santo dia naquele jiral, até que cheguei no meu limite e fui expulso daquele muquifo após quase agredir o tal Fernando.

Algumas vezes quando vó não tava acamada naquele quarto, ela mim defendia do ogro do meu tio.

Com o emprego que eu tinha não consegui bancar uma casa tava desesperado mais um conhecido meu mim deu a oportunidade de ter um mini quarto no seu condomínio, bastava fazer a limpeza geral do prédio todos os sábados. Era isso ou morar na rua.

Fiquei feliz de morar distante daquele povo,  o único parente que morava próximo a mim agora era meu primo prata, ele vivia na comunidade bastava só subir e já encontrava à casa dele. Mais ir até lá não estava nos meus planos, nem levar tiro ou facada dos vagabundos de lá.

Tudo corria bem, até a vó adoecer e a família quase inteira querer interna-la. Eu não podia ficar quieto, peguei ônibus e mais ônibus com destino ao jiral da família.

Saulo- a vó não vai se internar, se interne você - era dia de sábado e a família estava toda reunida - cadê ela ? Vou levar ela comigo.

Fernando- Fale baixo aqui quem manda sou eu e respeite, não sou uma criatura asquerosa como você - falava o filho mais velho da família virando uma carne na chapa, um homem gordo, baixo e cabeludo - saia da minha casa você fede.

Saulo- A minha vontade é de enfiar esse cabo de virar carne no seu... - respirou mantendo a calma - olha quem fala o gigolo pedófilo, a vizinha sabe Que tu tá assediando a filha dela ?

Vó- eu não quero ser internada por favor... Saulo, mim ajude - a velha aparece se arrastando lenta com uma bengala - Saulo...

Depois de uma longa conversa os outros filhos, todos concordaram em Saulo levar a idosa, Fernando se manteve calado o tempo todo.

Alguns meses se passaram e Saulo continuou morando no Condomínio com sua vó, até alguém imprevisível bater na porta.

- Desculpe meu filho, mais você vai ter que desocupar o quarto.

Saulo- E agora seu Roberto onde vou morar ? não faz isso comigo...

Não adiantou nada, foi isso e fim de papo. O homem dizia que a empregada daria conta do condomínio e não havia mais motivo pra continuar lá. Com certeza ela não vai fazer uma faxina boa como a minha, seu Roberto você perdeu este talento.

A dona do restaurante se sensibilizou e deu a chance de Saulo trabalhar como motoboy no turno da noite. Ele procurou uma casa rua vizinha ao condomínio e de frente a favela, era muito simples mais era o que conseguia pagar.

Desde o primeiro dia fui bem recebido no novo bairro, principalmente pelas mulheres. Motivo das minhas risadas.

- Saulo, vem tomar café na minha casa te faço um cuscuz com calabresa tu ia gostar de conhecer minha filha.

Saulo- obrigado dona Lurdes deixa pra outro dia...

Algumas viam Saulo como um bom genro, já outras.

- Vizinho já almoçou ? acabei de preparar uma rabanada.

Saulo- dispenso dona Sônia - sorria falso vendo a mulher de meia idade toda no decote de batom vermelho só na provocação - obrigado e boa tarde.

- Que isso vizinho, o rabo tá quentinho.

Saulo morreu por dentro e acabou se acostumando, sempre negando aos convites daquela senhora e de todas às mães loucas por um genro.

tudo corria nos conformes, até à vó piorar outra vez. Não tinha mais o que eu fazer, não podia abrir outro empréstimo na verdade nem se eu quisesse, meu nome já estava sujo no Serasa.

Fernando que aguarde.

Fernando- Problema seu, você meteu o rabo onde não foi chamado - era sábado de preferência, o homem tampava à porta sem dificuldade nenhuma e impedia que Saulo entrasse - agora suma desapareça da minha casa sua praga maldita.

~parte 2 do passado de Saulo em breve.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Mar 02, 2022 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Meu Garoto É Do Crime  - ( Romance Gay )Onde histórias criam vida. Descubra agora