ιмαgίиαмє ѕιи τι | Rɪᴄʜᴀʀᴅ Cᴀᴍᴀᴄʜᴏ

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- Fecha essa matraca! Você não tem o direito de falar assim comigo! - gritei me aproximando dela.

- O que você vai fazer? Vai me bater? Você não tem coragem de fazer isso por causa da sua paraplegia! - Olivia debochou.

Chegou um certo momento que não aguentei ficar quieta, avancei com a minha cadeira de rodas e derrubei Olivia no chão. Todos pararam o que estavam fazendo para ver a cena e alguns até gravaram com o celular. Era o mínimo que eu poderia fazer por aguentar tantos insultos, as suas provocações e o seu sarcasmo. Olivia era tão hipócrita que teve a coragem de jogar na minha cara que sou a culpada pela a morte do Matthew. Eu não sabia que ele era casado com a sua irmã, Gabriela. Demorei dois meses para aceitar que o meu amigo morreu naquele acidente.

Olivia se levantou do chão e tentou se aproximar de mim, mas os seguranças apareceram e pediram para que ela saísse da lanchonete. Eu pude sentir os meus olhos ficarem vermelhos de raiva e tentei ser forte para não chorar na frente de todos. Yocelyn apareceu apavorada, me perguntou se estava bem e ligou para a minha mãe vir me buscar. Era para ser uma noite agradável, eu havia pedido perdão por todas as coisas o que fiz, só que a invejosa da Olivia conseguiu estragar. Eu juro que ela vai pagar por ter me humilhado.

[...]

Acordei um pouco sonolenta, com a claridade invadindo o meu quarto. Minha mãe tinha o costume de aparecer para me acordar, pois não podia passar o resto do dia deitada em uma cama, encarando o teto. Era mais um dia de tratamento, e eu precisava estar bastante disposta para voltar a andar. Pelo menos vou poder ver Jay e conversar com ele. Durante esse tempo acreditei que estava apaixonada por ele, mas me enganei completamente.

Jay era um bom homem, simpático, atencioso e muito dedicado ao trabalho. Ele conseguia tirar um sorriso dos pacientes e demonstrava muita confiança durante as conversas. Eu me sentia tão atraída pelo Jay que até pensei na possibilidade de ele ter algum tipo de interesse em mim, porém epercebi que o único homem que sempre me amou de verdade foi Richard. Mesmo que eu tente arrancá-lo do meu coração, a sua imagem vai estar em todas as partes. Depois que recusei o seu pedido de casamento, ele simplesmente se afastou de mim.

- Mãe, por que o Richard não veio com a gente? - perguntei enquanto ela empurrava a cadeira para a fora do carro.

- O Richard chegou um pouco exausto depois da comemoração com os amigos, e eu falei que ele poderia descansar um pouco. - mamãe respondeu pegando a bolsa e fechou a porta do carro. - É impressão minha ou você está sentindo falta dele?

- É claro que não. - respondi revirando os olhos, e ela me encarou. - Você está certa... Eu sinto falta dele.

- Não acha melhor deixar esse orgulho de lado e assumir os seus sentimentos? - ela perguntou erguendo a sobrancelha.

Eu simplesmente subi na rampa, entrei na clínica e cumprimentei Montserrat, minha fisioterapeuta. Ela me ajudou a trocar de roupa, comentou sobre o meu andamento nas sessões de fisioterapia e perguntou sobre Richard. Montserrat pensava que ele era meu namorado. Os exercícios foram feitos na piscina, pois estava fazendo calor. Desde que acordei no hospital, eu nunca mais voltei a sentir aquele formigamento nos pés, nem mesmo quando o médico fez o teste com um prego. Esse processo vai demorar mais do que pensei.

- Hoje é um ótimo dia para tomar banho de piscina. - Jay comentou se aproximando de mim no momento em que Montserrat me levou até a sala onde as crianças deficientes estavam brincando.

- Eu vou deixar vocês conversarem. - Montserrat falou abrindo a porta e saiu da sala.

- Confesso que gostei de ter feito a sessão dentro da piscina. - falei suspirando fundo.