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- Eu não gosto de te ver assim. Me corta o coração em te ver chorando. - ela falou quando saiu do banheiro com uma cesta cheia de roupas.

- Você ainda está brava comigo? - perguntei olhando para ela.

- Claro que não, senhorita Lauren. Por que está me perguntando isso?

- Porque eu fui muito injusta com você, te tratei mal e coloquei aqueles apelidos horríveis.

- Tudo bem. Não precisa se sentir mal por isso e além do mais, eu já até esqueci disso.

- Eu sei como se sente quando alguém fala sobre a sua aparência, comenta sobre o seu peso e o quanto que se sente mal por isso.

- Antigamente eu me sentia péssima por ouvir comentários maldosos sobre o meu corpo, mas agora não dou importância para esse tipo de coisa e que aprendi a me amar e me aceitar como eu sou. Eu não nasci para agradar ninguém, então prefiro evitar uma discussão com a pessoa que fala mal de mim.






Refleti um pouco pelo o que Poliana acabou de dizer. É muito desagradável uma pessoa receber comentários maldosos sobre o seu corpo, a sua aparência, a sua classe social... Eu já passei por isso e sei o quanto é difícil tolerar esse tipo de coisa. O pior é que em vez de ajudar as outras pessoas que estavam enfrentando o mesmo problema, eu fiz o contrário e estava pagando por isso. Poliana terminou de pegar os lençóis de cama, colocou dentro da cesta e sorriu para mim antes de sair.

Fiquei o resto da manhã no quarto, pensando na vida e aproveitei para dormir um pouco. Só conseguia fechar os olhos quando estava sob o efeito de calmante, ou seja, que dependia disso para poder descansar. Minha mãe entrava no quarto de vez em quando, ficava comigo e perguntava se eu precisava de alguma coisa ( ir ao banheiro, tomar banho, trocar de roupa). Ela comentou que vou começar a fazer fisioterapia e que em breve vou conhecer o médico que vai analisar a minha situação.






- Eu não quero te ver triste e sei o quanto está sendo difícil lidar com essa situação, mas lembre-se que você ganhou uma segunda chance e que tem que lutar para conseguir o que quer. - mamãe falou enquanto me observava escovando os cabelos.

- Eu não estou triste só por causa disso, mas também por outro motivo. - falei colocando a escova na penteadeira e suspirei fundo. - É uma coisa que nunca vou ter na vida.

- Você está se referindo sobre a sua relação com o Richard? Você acha que perdeu ele para sempre?

- Eu já perdi ele desde no dia que viajei para Espanha.

- Por que acredita nisso? Vocês já conversaram sobre esse assunto?

- Nós já conversamos sobre isso, só que não adiantou nada.

- Dá para me explicar direito o que está acontecendo? - ela perguntou confusa.

- Eu tratei o Richard muito mal, tive atitudes muito egoístas e acabei magoando ele. - respondi enquanto olhava para o meu próprio reflexo no espelho. - E sei que nunca vai me perdoar e não quero que ele se sinta mal com a minha situação.

- Lauren, você já terminou de se arrumar? - ouvi a voz do Richard, e ele bateu à porta.

- Responde ele, filha. - mamãe sussurrou.

- Eu já terminei, Richard. - respondi com a voz trêmula.






Richard entrou no quarto, fechou a porta e olhou diretamente para mim. Ele estava um pouco sério, mas abriu um sorriso ao me ver, e os nossos olhares se encontraram. Eu ficava toda boba quando via os seus olhos brilharem, sentia aquelas "borboletas" no estômago e a minha vontade de beijá-lo aumentava cada vez mais. Mas mesmo assim queria que ele se afaste de mim para sempre, porque não queria ser um peso para a sua vida.






ιмαgίиαмє ѕιи τι | Rɪᴄʜᴀʀᴅ CᴀᴍᴀᴄʜᴏOnde histórias criam vida. Descubra agora