10- Sorry

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 Voltei, lindas. No more crying, please. 

                            [...]

 O trabalho tinha sido nada menos do que uma tortura para Zulema. Desde sua noite com Macarena, a árabe não pensava em outra coisa. Ela sentia-se mal, seu rendimento no tribunal não era dos melhores e mal conseguia se alimentar sem pensar em pôr tudo para fora. Odiava-se por ter feito o que tinha feito, dentre todos os seres humanos do mundo, Macarena era a pessoas que menos merecia aquilo. A loira tinha um efeito sobre ela que não fazia sentido, mas tudo o que Zulema tinha certeza era que ficaria na defensiva quando as pessoas começaram a interrogá-la por algo que ela ainda não tinha certeza se sentia ou não.

 Uma semana havia se passado e como sempre, Zulema começou a sentir como se sua pele estivesse rastejando em frustração sexual reprimida. Ela suspirou forte enquanto jogava seu corpo para baixo em sua cadeira. Girou ficando de frente para a enorme parede de vidro. Ela sabia que mais cedo ou mais tarde acabaria voltando para a casa de Saray, mas ela precisava descobrir qual seria o seu próximo passo. Parte dela queria ficar com Macarena novamente e pedir desculpas a garota e outra parte de si queria comprar outra garota apenas para tirar Saray do seu caminho e então havia essa outra parte que queria entender o porquê inferno ela estava pensando demais em tudo isso, considerando que o dinheiro era dela e ela era livre para fazer o que entendesse com ele.

 Zulema olhou para o seu relógio e decidiu que iria tomar o resto da tarde livre, talvez.. só talvez, ir para a casa de Saray mais cedo. A morena levantou em um salto de sua poltrona, tomando seu blazer escuro do mesmo, atravessou toda a sua sala, abrindo a pesada porta de madeira maciça dando de cara com a sua secretária pessoal, Mrs. Martín. 

- Cancele minhas reuniões e as transfira para amanhã de manhã. -

- E quanto àquela sua reunião importante às 16h00? - Helena perguntou enquanto olhava a hora. 

- Cancele, Helena. - Zulema a olhou uma última vez, antes de passar a caminhar em direção ao elevador. 

 Quando o taxista perguntou-lhe onde estava indo, ela disse para ele o endereço dela. Zulema correu para o seu prédio, impacientemente, esperando o elevador enquanto sentia a ansiedade lhe corroer os ossos. Ela andou por todo o apartamento em busca do que queria, até encontrá-lo jogado em um canto na sala, ao lado do sofá.  Ela havia arremessado o livro para longe de si uns dias atrás.. Ela havia cogitado queimá-lo ou algo do tipo, mas não queria chegar a esse ponto.

Desceu para a garagem, optando pela primeira vez em anos ir com seu carro, o corvette amarelo, sua primeira aquisição depois de conseguir o emprego. Destravou o carro e entrou logo em seguida. Sua mente ia e voltava sobre o que dizer quando chegasse a hora. Zulema sabia que muitas vezes, um simples pedido de desculpas não era o suficiente. Não quando havia tratado Macarena da forma que havia feito. 

 Ela pensara sobre aquilo por toda a semana, as coisas não tomariam essas proporções se fosse com outra prostituta. Zulema não ligaria, não se importaria. Por que ela se importava em relação a Macarena?

 A morena riu da própria idiotice. Ela não se sentia pronta pra esse passo, não ainda. 

Assim que Zulema estacionara em frente à casa de Saray, ela tomou seus pertences travando o alarme de seu carro assim que estivera fora dele. A morena respirou fundo duas vezes antes de subir os pequenos degraus da casa, tocando a campainha duas vezes. 

 Pela primeira vez em muito tempo, Kabila foi a primeira a abrir a porta e cumprimentá-la com um sorriso e uma reverência. Zulema se sentira secretamente aliviada por ser Kabila e não Yolanda. Ela não queria ter que responder a garota rudemente outra vez. 

The Client - ZurenaOnde histórias criam vida. Descubra agora