Trinta de trinta.
Até que não estou mal. Pensou Lauana após abaixar o arco com um ar satisfeito.
Ela caminhou até o alvo e retirou as flechas que ali havia, como não dispunha de muitas era cansativo ter que as atirar e ter que às pegar de volta no alvo sucessivamente.Naquele momento ela estava cansada e com fome, mas não queria entrar em casa. Estava evitando ficar muito perto dos pais e da tia.
Lauana queria se acostumar a estar sem eles e impor distância parecia ser um bom plano. Sabendo que seus pais estavam preparando o jantar aquela altura ela preferia ficar ali até que eles terminassem e só depois entrar.Lauana enxugou o suor do rosto e se sentou na grama fofa apreciando o final do dia e o sol indo embora no horizonte. Desde que podia se lembrar ela sempre gostava muito de cada entardecer que via do quintal de casa e sentiria falta não só daquela vista como de todo o resto.
Segundo sua mãe, não demoraria muito para que o tal instrutor chegasse, a carta enviada por ele havia chegado dias antes e o homem deveria estar a caminho.
Do Reino Norte até onde eles moravam era uma viagem considerada cansativa e como o homem deveria ser um velho caindo aos pedaços chegaria muito cansado. Até ele se recompor demoraria mais alguns dias para que saíssem de seu reino e fossem para o Reino Norte.Ela se deitou na grama fofa e olhou para o céu em tons alaranjados que compunham todo o entardecer emprestando lindos tons para aquela imensidão antes azul. Pensou em ficar ali por um bom tempo até que todos terminassem o jantar e planejou comer depois sozinha, mas viu uma borboleta azul passando diante dos seus olhos e se levantou rapidamente não pensando em mais nada. Um largo sorriso ameaçou rasgar seu rosto em dois ao notar não apenas uma, mas várias borboletas dançando em meio às flores, procurando o néctar que somente elas eram capazes de dar. Sem poder resistir àquele cenário, Lauana chegou bem perto delas que volta e meio voavam em meio ao jardim parando em cima de uma flor ou outra.
Um sentimento de paz a invadiu fazendo fechar os olhos e rodar no lugar tentando se mesclar com aquilo tudo.
Lauana não sabia explicar, até perguntava para sua mãe sobre seus fascínio por borboletas, mas nem mesma ela não tinha conclusão para aquela questão, Ela até desistiu de perguntar para Linary, pois sua progenitora ficava com um semblante triste por algum motivo desconhecido. Era naqueles dias que a mãe se fechava no quarto durante o dia todo e só aceitava a companhia de Laynei que compartilhava do mesmo sentimento de tristeza.Mas a questão não morria em sua mente, que era do porquê da jovem gostar tanto de borboletas?
Aquilo ocorria desde que ela podia se lembrar e tudo começou quando tinha seis anos e ela saiu de dentro de casa quando viu o pequeno ser voando para o parapeito da janela. Lauana lembrava-se de fazer mínimos movimentos para não espantar a pequena criatura, se debruçou na janela chupando seu polegar e pôs a admirar a beleza natural das asas azuis, descobrindo ali que aquela tonalidade eram as mais bonitas, tornando-se as suas preferidas desde então.Volta e meio a jovem usava seu dom do elemento ar para capturar e ficar as admirando por horas para enfim as soltar de novo e aquilo perdurou até que ela completasse dezesseis anos quando enfim se deu conta de que já estava na idade de sua magia declinar para algum elemento, sem sucesso.
Ela perdeu toda e qualquer vontade de brincar com elas, mas nunca perdeu o fascínio. Lauana sorriu quando suas companheiras aderiram confiança o suficiente para pousar em seu vestido azul.Um sentimento de estar sendo observada a invadiu e ela abriu os olhos para encontrar o seu expectador.
Algo lhe atingiu como um raio e Lauana sentiu dificuldade para respirar o reconhecimento passando por seu corpo.
Ela nunca havia visto o homem pessoalmente, somente em seus sonhos nunca interpretados, mas Lauana seria capaz de o reconhecer em qualquer lugar. Aquele porte que chamava atenção, boca que dizia coisas lindas em seus sonhos e olhos amarelos inconfundíveis, olhos como os da sua mãe. Ela nunca tinha se tornado tão consciente da presença de um homem como agora, mas ela não queria focar naquilo no momento e sim em descobrir as respostas para as suas perguntas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Reino Sombrio
FantasySpin-off do livro Reinos da magia Capa feita por @stramberyblack Mistérios rondam o mais distante de todos os reinos. Intitulado Reino Sulin, o território localizado na parte Sul do mapa, esse Reino é dotado dos mais variados e belos pontos turístic...