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Estava decidido, Kun iria se declarar mesmo que isso custasse a sua amizade com Xiaojun, não aguentava mais esconder aqueles sentimentos o machucavam tanto, não aguentava mais sonhar com um mundo mágico onde podiam namorar sem que ninguém julgasse, não aguentava mais chorar e se sentir culpado por sentimentos que nem podia controlar.
Queria acabar com isso, de uma vez.
— Tem certeza que irá fazer isso? — Hendery, melhor amigo de Kun, pergunta arrumando seu boné — E se ele parar de falar com você?.
— Isso é uma consequência de um ato meu, não posso controlar o que ele sente, muito menos o que eu sinto.
— Eu tenho que ir indo, meu pai está sozinho na plantação de algodão — Hendery diz beijando a testa do amigo — Se tudo der errado e precisar de um ombro amigo é só aparecer lá em casa, a gente faz um bolo de laranja e fica até tarde vendo anime, beleza?.
— Claro, claro — Wong saiu andando e deixando Kun sozinho com seus pensamentos e medos.
Ele não imaginava como seria trabalhar e não encontrar Xiaojun todos os dias, não ver aquele sorriso adorável, escutar aquela voz que é como uma melodia linda para os ouvidos de Qian. Mas ele precisava, precisava tirar aquele peso de dentro de si, o que aconteceria depois estava nas mãos do destino.
— Qian, demorei mas estou aqui — Kun levantou a cabeça animado e encontrou Xiaojun muito bem vestido e ao seu lado, uma garota de cabelo escuro e algumas mechas azuis.
— Ah... Oi Dojun, vai querer torta do quê hoje? — Ele pergunta soltando um suspiro triste, que graças a Deus Xiaojun não notou.
— Vai querer qual? — Ele pergunta para a menina que estava ao lado dele sorrindo igual boba.
— Tem torta de morango? — Ela pergunta com sua voz fininha e doce.
— Claro que sim — Qian entregou a torta para a menina e Xiaojun deu o dinheiro.
— Gostaria de ficar e conversar, mas estou sem tempo hoje, me desculpe.
— Tudo bem, eu entendo.
Xiaojun abraçou a garota de lado e desceram a rua juntos, em direção a casa do Xiao. Kun viu aquela cena com um aperto no coração, os olhinhos já vermelhos por tentar segurar as lágrimas que já estavam formando. Ele demorou demais e agora Xiaojun estava com uma garota consigo, estava até a levando para casa.
— Hendery... Eu estou indo aí — Kun mandou o áudio para o amigo e secou as poucas lágrimas que escorreram.
