CAPÍTULO 1

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La Debut De Tout

William, aos seus trinta e dois anos, encontrava-se em sua melhor forma. O que não significava que ele não estava começando a se exaustar com a situação em que seu reino estava. Quando completou 18 anos, seu pai morreu o deixando um legado de guerras e batalhas infindáveis. Graças ao treinamento que recebeu durante toda a sua vida, William assumiu as rédeas da situação esplendorosamente. Não negava que era frio, arrogante e racional demais. Nunca seguiu o conselho de seu primeiro-ministro e comandante do exército real, Daniel Blanc, de seguir seu coração.

Mas isso não impedia que ele fosse o melhor governante que a casa Lambert teve nas últimas décadas. Depois de muitas reuniões diplomáticas, discussões, invasões e algumas guerras, William assumiu o controle de quase toda a França. Alguns o chamavam de imperador, o que de fato era, mas se recusava a usar o título. Na opinião dele, esse título o aproximaria de todos os outros imperadores que existiram: tiranos que se enriqueciam e ganhavam o poder por meio do sangue e sofrimento do próprio povo e daqueles que dominavam.

Ele não era assim. Seu tutor, pai de Daniel, havia o ensinado que ser rei significava sim estar acima de todas as outras pessoas. Mas não as inferiorizando, ou as tornando insignificantes. O rei era responsável por todas elas. E William assumiu o trono com isso em mente. Sacrificava-se todos os dias em prol do bem-estar de todos do seu reino e daqueles subordinados a eles. Ele tinha consciência que a maior parte de seus súditos, apesar de serem gratos, o temiam. Mas não se importava, sua consciência estava limpa, jamais faria mal ao seu povo e de certa forma se beneficiava desse temor. Seu pai sempre dizia que um governante só mantinha o controle quando era temido, antes de ser respeitado. Ele era os dois.

Contudo, ele tinha uma pedra no sapato que estava começando a fazer estragos demais. O reino de Charles Bonnet. O único que resistia a se subordinar à casa Lambert, e no processo, tentava invadir os domínios de William incessantemente. E ao contrário de Charles, William estava na linha de frente de todas as batalhas. E graças a isso o reino Lambert jamais havia sido invadido, seu rei se encarregava pessoalmente de nunca deixar isso acontecer.

Fazia uma semana que William e seu exército voltaram da última batalha contra o exército de Charles. Este, tentou destruir a Fortaleza Sul, parte da muralha que protegia os arredores do reino. Os sentinelas rapidamente avisaram sobre o ataque e o rei e Daniel mobilizaram suas tropas para protegerem seu território. Sem novidades, William rapidamente deteve os inimigos e depois de uma semana estava de volta ao palácio real.

Desde que assumiu a coroa, William tornou uma tradição organizar uma caçada com seus comandantes. Ao retornarem de uma batalha, ele, Daniel e mais quatro militares subordinados, Jean, Matthieu, Thomas e Henri, que comandavam respectivamente as divisões Norte, Sul, Leste e Oeste, soltavam uma lebre na densa floresta que cercava o reino, apesar de ainda estar contida dentro da muralha. Ganhava aquele que alcançasse o animal mais rápido e o matasse. Mais tarde era organizado um grande banquete com a carne do animal.

Era com isso em mente que William cavalgava fervorosamente entre as árvores da Floresta Tronçais. Os cascos de seu imenso cavalo negro, Maximus, batiam contra o solo com força. Os olhos do rei não desviavam um milímetro sequer do animal orelhudo à sua frente, que corria desesperado tentando salvar a própria vida. As habilidades de William o permitiriam simplesmente sacar uma flecha de sua aljava e acabar com aquilo rapidamente. Mas ele não queria que acabasse. Queria aproveitar mais a sensação do vento batendo em seu rosto. A sensação de poder correr em seu cavalo num cenário diferente de uma perseguição de batalha. Aquilo era o mais próximo que ele chegava de se divertir.

O rei conhecia a Floresta Tronçais como a palma de sua mão. Mas quando a lebre adentrou um grande campo florido, ele se surpreendeu. Quase não visitava as áreas próximas à Fortaleza Leste, que era oposta à Fortaleza Oeste, onde ficava seu imenso palácio. Não se lembrava daquela imensidão colorida, muito menos da casinha que ficava bem no centro da paisagem. O roedor se enfiou no meio das margaridas, lavandas e girassóis em direção ao casebre. O rei não perdeu tempo e apertou as pernas no tronco de Maximus que partiu acelerado atrás da lebre.

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⏰ Última atualização: Jun 02, 2021 ⏰

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