Culpa

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Nono Capitulo

Culpa

Harry esfregou as mãos de forma nervosa, esperando Severus aparecer, ele se virou ao ouvir a porta, ele mordeu o lábio, o frio na barria. Havia decidido que contaria a verdade para ele, era injusto, sabia disso. Mas precisava ser sincero com ele.

Também teria que esclarecer sobre o que havia acontecido na noite passada. Aquilo jamais poderia voltar a acontecer.

- Você pode se sentar?

- Claro. - Severus se sentou e olhou para ele, esperando-o falar o que tinha para falar.

- Primeiro quero falar sobre ontem...

- Não vai mais acontecer, eu entendo. - Severus falou e Corvus abriu a oca surpreso. - Você será cortejado pelo Lorde das Trevas.

- Sinto muito, eu não devia ter te beijado e...

- Foi bom, mas há outra pessoa então... - Harry o olhou surpreso. - Eu pretendia te dizer, mas... achei que gostasse de mim e... descobri que não, você gosta do Sirius, certo?

- Sim. - Corvus falou baixando os olhos, ele olhou para o lado. - Há outra coisa.

- Fale.

- Eu preciso da sua ajuda. - Falou sério. Snape continuou em silencio, esperando-o continuar. - Eu pretendo matar o Lorde das trevas.

- O que? - Aquilo havia pegado Severus de surpresa.

- Há algo que preciso mostrar, mas primeiro, preciso que cofie em mim. - Snape continuou o olhando como se ele fosse louco.

- Corvus...

- Por favor Severus, preciso que confie em mim. E venha comigo até um lugar.

- Corvus...

- Só confie em mim.

...

Havia passado quase uma hora mostrando memorias e falando algumas coisas, estava esperando-o se acalmar para que pudéssemos conversar sobre tudo o que havia visto nas lembranças. Agora ele estava sentado em uma poltrona, os cotovelos na coxa e o rosto entre as mãos. Eu havia omitido muita coisa. Como meus sentimentos que vieram de lá. O real motivo de eu ter vindo para cá.

Havia muita coisa que havia ocultado, coisas que eu não achava que era necessário ele saber, mas talvez, ver a própria morte, aquilo devia ser algo perturbador. Suspirei e me abaixei na sua frente. Ele tirou as mãos do rosto e me olhou, parecendo completamente confuso.

- Você é filho de James Potter e Lillian? - Eu assenti, ele passou as mãos pelos cabelos. - Sirius era seu padrinho! E agora seu irmão.

- Eu sei que é um pouco confuso, mas... espero que entenda e que me ajude. - Snape o olhou então baixou os olhos. - Pode ficar o quanto quiser, pense sobre isso.

Eu sai de lá, precisava conversar com Regulos, fazer perguntas sobre Lucius, eu não sabia dessa história de casamento arranjado. Quando cheguei ao quarto dele bati, não demorou para ouvir passos e ele abriu, estava sem camisa. Ele me olhou surpreso.

- Hora ruim? - Ele ficou vermelho e pediu para que eu esperasse, ele deixou a porta meio aberta, ouvi alguns sussurros. Logo vi uma garota sair pela porta e ir embora, eu arqueei uma sobrancelha e ele revirou os olhos.

- Entra logo.

Fui entrando, olhando em volta, vai que ele escondeu mais alguém, a cama estava desarrumada, e pensamentos desnecessários vieram a cabeça. A camisa dele no chão. Fiquei parado ali, desconfortável. Vi ele fazer alguns movimentos de varinha, e tudo logo estava arrumado e limpo. Eu o olhei e sorri.

- Pare de me olhar assim, não é como se nunca tivesse... - Desviei o olhar envergonhado. - Você não teve tempo!?

- Não. - Me mexi desconfortável. - E quando chegou a idade que começarmos a nos apaixonar. Eu comecei a ter sonhos estranhos com meu professor.

- Severus sabia? - Perguntou e eu sorri.

- Ele era muito observador, provavelmente descobriu logo no início. - Me sentei e suspirei. - Eu contei para ele, e mostrei algumas memorias.

- Tudo? – Regulos se sentou ao meu lado.

- Não, omiti meus sentimentos ridículos. – Revirei os olhos e olhei para meu colo. – Quando essa guerra acabar, eu contarei a ele.

- Sinto muito.

- Há algo que gostaria de saber.

- Diga.

- Fui prometido ao herdeiro Malfoy, ainda criança? – Ele abriu a boca surpreso.

- Eu me esqueci completamente disso, Sirius uma vez discutiu com nosso pai por causa disso, falando que ele jamais deixaria que te casasse com Lucius Malfoy.

- Ele veio até mim. – Falei e ele suspirou. – Ele sabe quem eu sou.

- O Que?

...

Severus ainda estava pensando sobre tudo, não havia fechado os olhos nem uma vez sequer naquela noite, tudo parecia surreal demais para ser verdade. As aulas da parte da manhã passaram e ele mal percebeu, o corpo indo por instinto. Agora era horário de almoço e ele estava andando pelos corredores, já que não conseguia se imaginar comendo.

Ele parou quando viu pés a sua frente, levantou a cabeça devagar e deu de cara com James Potter, esse o olhava sério, tinha olheiras e pareia cansado. Severus sentiu um aperto, ele morreria por sua culpa, Lillian morreria por sua culpa.

O que mais ele havia feito que Corvus ou Harry, não havia mostrado? Seus pensamentos começaram a afundar mais sua mente e baixou os olhos para o chão, sentindo um aperto e aos poucos um peso sobre os ombros.

- Snape. - Ouviu e seus olhos voltaram para o rosto dele. - O que está acontecendo com o Black?

- Corvus? - James assentiu, Severus desviou olhar, então suspirou cansado. - Você não entenderia.

- Por que não? - Snape deu um sorriso triste.

- Porque você não é um Sonserino.

Severus se virou e saiu andando, decidido a procurar pelo garoto, precisava conversar com ele, havia coisas que precisavam ser esclarecidas e mais do que tudo, aquele futuro não poderia acontecer.


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