Único - Um lado deve vencer

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Escrevi essa one meio que no automático pq sou assim. Enfim, minha amiga me mandou um tweet e eu plotei, aí escrevi, pq a safada gosta de me ver ficar compulsiva e escrever! Não é nada muito estrondoso, mas se passa no nordeste/ceará com feat. do Piauí. Espero que vocês gostem!

A imagem é só Fortaleza mesmo (segundo o pinterest 😍), lindona, né?

Tô pra escrever outra one niccosasha, vcs que lutem 😎🤟. Bora pra leitura que já falei demais. Tchauuu ❤️

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Eu tenho uma guerra com meu vizinho. Sim, meu vizinho de porta aqui no prédio. Vi ele poucas vezes e mal nos falamos, mas temos uma guerra, e essa guerra, é sempre causada pelo tapete. Esse mesmo, o tapete que fica na porta de entrada do apartamento. 

Como o espaço é curto, uma ponta do tapete sempre tem que ficar em cima do outro.

Nesta manhã de sábado, eu não trabalho, então, normalmente, faço uma faxina das boas. E como costumo fazer todos os dias, bato o tapete da entrada e o deixo limpinho novamente. Assim que o limpei, coloquei ele no chão, e claro, o meu ficou por cima. O miserável está trabalhando, e devo dizer, ele é uma pessoa apetrechada, pelo pouco que vi dele.

Enfim, nesse sol escaldante do nordeste, não sei mais o que fazer. Eu até iria pra praia, mas não tenho companhia e ir sozinha é chato demais. 

Deitei no sofá e fiquei no celular, o ventilador ligado e tudo quieto. Isso até eu ouvir barulhos de chaves caindo e uma voz rouca dizer: que caraio, tô derrubando tudo. 

Eu ri silencioso e ouvi ele entrar em casa. Ah, ele tem um cachorro, é um Pug. Busquei um livro na minha estante em cima da TV e voltei a sentar. 

Escutei ele ligar o aspirador de pó e colocar música. Mesmo depois do trabalho, ele faz uma boa limpeza na casa. O estilo de música que meu vizinho escuta é bem eclético, eu gosto de escutar.

A porta se abre e logo se fecha; depois de um tempo, ela se abre de novo e eu sei que o tapete está posto lá.

Nem me dou o trabalho de espiar, amanhã nós vamos estar em casa e vamos ter que fazer uma limpeza básica. 

(...)

Domingo de manhã, depois de tomar meu café e comer um bom cuscuz, comecei a limpar tudo. No momento que ouvi a porta dele se abrir, também abri a minha. E lá estava ele: loiro, alto, olhos azuis com um óculos de grau, regata branca e uma bermuda tactel cinza. O cabra era bonito, nossa mãe eterna. Vi ele engolir em seco, fazendo o pomo de Adão se movimentar, então, pigarreou e sorriu.

— E aí, vizinha. Tudo certo?

Valha, meu pai, a gente vai se chamar de vizinho.

— E aí, vizinho. Tudo certo sim, e com você? 

— Certo também. — olhou o tapete nas mãos. — Vamos decidir qual vai ficar por cima?

Eu ri e olhei meu tapete.

— O meu, claro! 

O loirinho bonito riu, encostou no batente e disse:

— Tudo bem, eu deixo dessa vez. — eu sorri. — Enfim, pode colocar seu tapete por cima. 

Jogou o tapete no chão e logo eu ajeitei o meu, sorrindo. Ele ia sair, mas antes, se virou e falou:

— A gente mal se fala, né? 

— Sim, quase nunca temos a oportunidade.

— E agora que estamos tendo, têm interesse em conversar? 

Guerra dos TapetesOnde histórias criam vida. Descubra agora