Entre os beijos e abraços de Morrigan

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— Pare de se exibir, Cass, e passe a lutar como um Illyriano de verdade — Azriel praticamente cospe as palavras em Cassian, que solta um xingamento mais que grosseiro. Eu me seguro para não rir e mantenho meu rosto inexpressivo enquanto continuo observando o treino dos dois guerreiros. A nudez de seus troncos e o suor das suas peles mantém minha atenção presa.

Por um momento minha mente vaga aos momentos que tive com Cassian.

Suas ironias e provocações.

Nossos desentendimentos.

Nossas brigas.

Nossos beijos quentes.

Nosso sexo bruto e selvagem.

Ah... como eu adorava a forma como nossos corpos se encaixavam...

Era simplesmente fantástico.

Mas não fomos feitos para durar, embora fisicamente fôssemos incríveis, nossa relação não era muito saudável emocionalmente.

Éramos inflamáveis, e bastava uma pequena faísca para tudo explodir em chamas quentes e vorazes demais para que pudéssemos controlar.

Não é isso que eu quero para mim.

Já tive explosões demais.

Raiva demais.

Dor demais.

Mágoa demais.

Agora quero uma relação calma, tranquila como a correnteza lenta de um rio, como o nascer do sol no horizonte.

Não quero um fogo que me queime, mas, sim, que me aqueça, como o fogo na lareira durante uma noite fria de inverno, algo de que posso me aproximar e me derreter com deleite, não com medo.

— Apreciando a vista? — Mor aparece repentinamente ao meu lado e meu coração dispara, batendo tão rápido que tenho medo de senti-lo explodir em meu peito.

— Claro, não há nada melhor que guerreiros Illyrianos seminus e suados lutando entre si uma batalha sem fim — respondo, revirando os olhos, tentando esboçar o máximo de descontração que posso.

Mor vacila por um segundo antes de abrir um sorriso e movimentar a cabeça para cima e para baixo concordando, mas esse segundo é o suficiente para eu ter mais uma prova de algo que eu estou suspeitando há um bom tempo.

Ah... como eu quero estar certa...

Lembro-me de seguir Mor certa vez até o Rita's e vê-la cercada de outras fêmeas, mas não consegui ver nada demais porque um macho bêbado estava muito ocupado em me assediar, como se isso fosse fazer eu aceitar ir para a cama dele, o que fez com que eu desistisse e voltasse o mais rápido possível para minha casa.

Pisco repetidamente para afastar a memória e, pela visão periférica, vejo que Mor me observa atentamente, segurando em suas mãos uma pequena caixa branca com um laço vermelho.

— O que é isso? — pergunto, apontando para a caixa em um movimento com o queixo.

— Isso? — Ela levanta a mão, levando o objeto consigo. — Han... É algo que eu vi em uma loja hoje e... não sei... achei que você pudesse gostar... — responde de forma desconcertada, sorrindo timidamente, tão diferente da fêmea ousada que ela costuma ser.

Meu coração acelera, e eu respiro fundo para tentar acalmá-lo antes de levar minha mão aberta em sua direção. Nossos dedos se tocam quando ela me entrega o presente, e eu engulo em seco, desviando os meus olhos antes que ela possa ver a verdade neles.

Eu desfaço o laço lentamente, ao som irritante e nada romântico da luta dos dois machos, mas paro antes de abrir a caixa.

— Quer sair daqui?

Corte de Desejo e SeduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora