(Narrado por Beatriz)
Estou no meu canto escutando as explicações da professora. Estou contando os minutos para o primeiro sinal tocar, já que minha intenção é fugir do colégio. Como sempre, vou encontrar o Guilherme.
O sinal bate. Fico sentada em um banco, ouvindo música inquieta, parece que o recreio está demorando mais que o normal. Depois de longos minutos que pareciam uma eternidade, o sinal bate, assim indicando que o recreio havia acabado. Espero mais alguns minutos, quando vejo que a maioria das pessoas já foram para suas salas, vou até o muro, me apoio nas grades do portão e assim consigo subir. Quando cheguei no alto, vejo o Guilherme, ele estende os braços para eu pular, e assim eu pulo e ele me pega.
Fomos andando até nos distanciamos da escola um pouco.
— Temos que conversar. — Afirmo seria.
— Sobre o que? — Pergunta ele olhando para mim, atento para o que irei falar.
— Desculpa, mas não sei se vou conseguir te ver novamente, quero focar mais nos estudos. — Após eu dizer, vejo ele desviar seu olhar para o chão com uma cara meio que triste, não queria que ele ficasse assim e sim ao contrário, queria que ele fizesse o mesmo.
— Mas não vou mais te ver? — pergunta com um tom de voz baixo olhando para mim novamente
— Vai, mas não com tanta frequência, talvez nos finais de semana ou quando eu conseguir fugir daquele orfanato. — digo cabisbaixa, porém, não mudo de ideia. — Queria que você fizesse o mesmo. Ano que vêm você completara seus dezoito anos, você precisa completar pelo menos o segundo ano do ensino médio, como vai ter uma profissão assim? Eu odeio ver você vivendo na rua.
— Odeio aquele orfanato, lá eu não tenho liberdade. Que tipo de orfanato te proíbe de sair de lá? E outra, eu odeio aquele tanto de regras, ter horário para tudo, pelo menos aqui na rua posso fazer o que eu quero, quando quero. — Fala ele desviando o olhar para uma pichação de letras aleatórias, que tenho certeza que foi ele que fez. — E agora eu não estou morando definitivamente na rua, mas sim em uma casa abandonada.
— Não vou deixar você morar em uma casa abandonada! e se traficantes aparecerem ali? É muito perigoso Guilherme! — digo em um tom de voz preocupada e estressada.
— Mas isso não é bom? Pelo menos vou ganhar um dinheirinho extra vendendo. — Diz brincando me fazendo dá um soco de leve em seu ombro.
— É Sério Gui, você é meu melhor amigo, quero seu bem, não quero você morando nas ruas, roubando para comer. Eu sei que você gosta de fazer suas pichações em formas de protestos por o que aconteceu por você, tudo bem, mas o que custa mora no orfanato comigo? Nós sempre dávamos um jeito de fugir, para vim fazer nossas pichações ou nos divertimos. Sinto falta de você lá, sinto falta de pregamos nossas peças na dona florida e na bruxa do 71. — Ao termina minha frase, rimos de leve por causa dos apelidos. — Seu pai não ficaria feliz em ver você nessa situação.
O Guilherme olha para mim, e depois abaixa a cabeça.
— Ser algum dia eu arrumar um emprego e conseguir alugar uma casa, você moraria comigo?
Sua pergunta me pegou de surpresa. Eu não sei, eu não sinto nada mais que amizade por ele, pelo menos acho. O Guilherme é como um irmão para mim, ele sempre me ajudou, a única pessoa que eu permitir me abrir, e desabafar, uma das únicas pessoas que mostrei quem realmente sou debaixo dessa máscara de menina marrenta. Mas só fiz isso porque desde a primeira vez que nos vimos, eu souber que ele é uma pessoa boa, e para ele me mostrar suas feridas e assim deixando eu ajudar a cura-lás, tive que mostrar as minhas primeiro.
— Acho que sim. — Digo fazendo um sorriso formar em mim.
Dois amigos morarem juntos não há problemas, e outra, eu odeio aquele orfanato, tirando as ruas, qualquer lugar é melhor que aquele.
Fomos para o muro onde estava a pichação que ele estava fazendo e depois de uma longa conversa, ele me entrega um spray e continuamos a pichar o muro que estava quase completo, mas começamos a sirene da polícia. Rapidamente colocamos as latas de spray em minha mochila, ele pega a minha mão e corremos rindo até um muro, onde ficamos encostados esperando a polícia passar.
— Isso nunca perde a graça. — Falo rindo.
***
Já estava de madrugada, alguns minutos antes eu estava dormindo, mas perdi a droga do sono.
Ouço alguns barulhos, como minha cama é do lado da janela, me viro para ver o que é. Mas quando virei meu rosto, ouço o barulho de alguém sentado em meu colchão, e antes que eu grite, sinto uma mão em minha boca.
— Não grita, sou eu. — Olho com indignação o Guilherme. Logo sinto ele tirando a mão de minha boca.
— Você tá louco? O que está fazendo aqui a esse horário? — Sussurro.
— Eu não consegui dormir, suas palavras não saíram da minha mente. Odeio esse orfanato, odeio tudo aqui, e a única coisa de bom que tenho aqui é você, e eu não quero ficar sem te ver, e também sinto sua falta. você tem razão Bia, meu pai não gostaria de me ver nessa situação. — Ele fala olhando para mim.
— Que bom que voltou. — o abraço.
Oi gente, tudo bem? Então estão gostando?Como vocês já devem te percebido,
esse não é um livro cristão, mas sim uma ficção adolescente.Por favor, não deixe de vota, e comente, isso que nos ajuda a continuar.
Capitulo feito por: Gabriella
Aperfeiçoado por: Bianca
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Juntando destinos
Teen FictionGêmeas, algumas garotas desejavam ter uma irmã gêmea, paravam para pensar como seria. Talvez legal, crescer com uma pessoa da sua idade, pensar em troca de lugar com ela em alguma ocasião e fazer aniversário no mesmo dia. Perfeito né? Pelo menos ser...