Capítulo 4

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POV: Autora

Havia se passado 2 dias desde que chegaram a Malta, um pequena ilha  situada na região central do Mediterrâneo, entre a Sicília e a costa do Norte da África. Ao perguntar para o Italiano como funcionava o governo do pequeno país, só recebeu a curta resposta " Essa ilha é minha".

A casa do Capo ficava na costa, de um lado uma pista de pouso e decolagem para pequenos e médios jatos, e do outro lado o imenso mar. Mesmo estando naquela enorme mansão, ainda se perdia, andava minutos até chegar no térreo. Assim que pisou os pés em terra firme, foi colocada sob vigilância de duas pessoas, Marco e Catharina, de acordo com Vincenzo, seria seu segurança particular e sua acompanhante, a Advogada não reclamou, após o mesmo assinar o contrato o Cassano a fez jurar que iria seguir as ordens deles, tudo que ele fizer para manter viva, a mesma teria que aceitar sem reclamar. Então se calou, não conhecia nada e nem ninguém, somente seguiria o Chefe.

Nesse exato momento estava tomando o café da manhã, Catharina estava em pé a poucos metros à sua frente, ela era bem legal na verdade, sem Vincenzo por perto, Cha Young pediu para agir normalmente, mas o Cassano era bem rígido com seus funcionários, então mantinham a pose quando estavam em sua presença. Ele costumava fazer suas refeições no seu escritório já que não saia de lá, mas devido a chegada repentina da Coreana, passou a comer ao lado dela, na sala de jantar, para fazê-la companhia e saber como a mesma estava se adaptando no lugar.

Cha Young: - Catharina e eu vamos ao centro fazer compras depois do café. - Vincenzo a olhou de relance, desde o dia que haviam chegado, ela não tinha saído, assim era fácil ficar de olho nela, mesmo em seu escritório, sempre olhava nas câmeras de seguranças o que estava fazendo, apenas ele tinha acesso as câmeras que ficavam no interior da casa. E somente em seu quarto e agora no da Advogada, que não tinham as câmeras permitidas.

Vincenzo: - Certo, precisa mesmo comprar algumas coisas pra você. Marco estará em alerta caso aconteça algo. - A careta da coreana era bem visível e desagradável ao ouvir o nome de Marco, ao fundo uma risada baixa e contida foi ouvida, Catharina tentava se conter pela cara da sua senhora. - Algum problema com Marco?

Cha Young: - Ele só é amargo demais, sempre de cara fechada, e só responde minhas perguntas com acenos de cabeça. Parece minha sombra, aparece sem eu menos esperar.

Vincenzo: - Ele é pago para te proteger, não bater papo. Só está fazendo o seu trabalho, não subestime sua competência por sua personalidade. - A Advogada revirou os olhos, já esperava por isso, não conversava muito com Vincenzo, e sempre que conversava era sempre fechado, dando sermões até onde não era necessários. - Volte antes do almoço. E você sabe, não gosto de atrasos.

Terminando seu café a Hong se levantou, indo rapidamente até seu quarto se preparar, sendo seguida pela acompanhante, Catharina era uma mulher estatura baixa, pele branca, olhos verdes, cabelo castanho claro quase loiro, tinha por volta de 25 anos, muito mais nova que a Advogada, mas era educada, gentil, um sorriso doce e um ótimo humor, isso fez com que a Coreana gostasse mais dela do que de Marco, um homem alto, extremamente forte, careca, de 37 anos, olhos pretos, pele bronzeada, e rabugento, a voz era tão grave que mal conseguia entender as palavras, eram como resmungo.

Um carro estava pronto para levá-la aonde quisesse, além de Marco, um motorista iria com elas. E assim foi toda a manhã, Cha Young tinha bastante dinheiro, e fez questão de movê-lo para outra conta quando começou a ser perseguida, mal tinha roupas já que no último ano viaja muito, mudando constantemente para não ser localizada. Comprou tudo que tinha direito, Malta tinha ótimas lojas, assim que entrou na loja onde vendia ternos femininos se apaixonou por todos, comprou mais que o necessário. 

Olhou no relógio, 11:30 da manhã, estava na hora de voltar, o antigo Consigliere era extremamente pontual com suas refeições, e não gostava de atrasos. Saindo da loja de vestido de festas com Catharina ao seu lado, esbarrou com um homem, fazendo o mesmo derrubar os papéis que tinha em mãos.

XxX: - Olha por onde anda garota!

Cha Young: - Me desculpe, eu não o vi. - Se agachando para ajudar a recolher e ajeitar seus papéis, foi parada com brusquidão, sendo empurrada para o lado e caindo de bunda no chão. - Você ficou maluco?

Cha Young tinha agora um pulso dolorido e vermelho devido ao aperto do homem imenso, Catharina a ajudou a se levantar, e Marco já estava a sua frente de prontidão.

XxX: - Um guarda costas? Você deve ser alguma vádia do Capo não é? Mais um motivo pra não tocar meus papéis com essas suas mãos nojentas. - E antes que Marco pudesse dar um passo, foi interrompido pela Advogada, que pulou em cima do homem, socando a cara do mesmo.

Cha Young: - VAI ME CHAMA DE VÁDIA DE NOVO SEU MERDA!

12:30, era a hora que marcava quando o Cassano olhou em seu relógio, ela estava mais do que atrasada, a mesa já estava posta, os pratos em seus devidos lugares, mas ela não estava ali. Assim que a porta da frente se abriu, se levantou rapidamente, pronto para dar a maior bronca na mulher.

Vincenzo: - O que houve? 

Cha Young: - Você não tinha o direito de me tirar de cima dele Marco, eu dava conta. Nem que tivesse que esfregar a cara dele no asfalto. - Marco resmungou alguma coisa, fazendo a Advogada negar com a cabeça, e o Italiano olhar torto para os três ali por te sido ignorado.- Não importa se você é meu segurança, eu iria acabar com ele rapidinho.

Vincenzo: - JÁ CHEGA! - A Hong tremeu, não foi um grito, e sim o tom de voz usado, se virou lentamente até encontrar o Capo, de braços cruzados e uma cara não muito boa. - Que Merda está acontecendo? E se me ignorarem de novo vão sofrer as consequências.

Catharina: - Um homem desconhecido por nós, foi muito rude com a Senhora Hong, e a chamando de um nome que nem ouso repetir. - A Advogada encarou a amiga com um olhar de " falei para não contar".

Marco: - Foi um acidente Senhor Cassano, a Senhora Hong apenas esbarrou nele sem querer, e ele a apertou com força e a empurrou para longe de suas coisas. A chamando de Vádia por estar com um guarda costa. Mas esse não foi o ponto chave, a Senhora Hong o socou, ele revidou tentando tirar ela de cima dele, mas ela não se abalou tão fácil por um simples tapa no rosto, e eu precisei puxar ela para que parasse de bater no cara, ou teríamos que levar ele pro hospital.

Vincenzo a encarou, como se fosse uma criança que acabara de fazer uma travessura. Marco e Catharina foram dispensados, e Cha Young acompanhou o Capo até a sala de jantar, para poder enfim almoçar em paz.

Vincenzo: - Você está bem? - Recebeu apenas um aceno de cabeça positivo da mulher, ele encarou seu pulso vermelho, com a marca de mãos grandes, e o canto do rosto inchado e um pouco roxo.- O que ele disse a você?

Cha Young: - Quer saber a frase completa que ele inseriu o nome Vádia?- Encarou o italiano e o mesmo não disse nada, ele realmente queria saber. A coreana revirou os olhos e suspirou.-  " Um guarda costas? Você deve ser alguma vádia do Capo não é? Mais um motivo pra não tocar meus papéis com essas suas mãos nojentas." - Tentou reproduzir o mesmo tom de voz grave e irritante do homem, mas acabou rindo no final, balançando a cabeça negativamente. - Acho que vai levar alguns dias para que os hematomas saiam.

Vincenzo: - Por que não deixou Marco lidar com ele? Ele é pago... - Foi interrompido pela voz raivosa da Advogada.

Cha Young: - Ele é pago para me proteger, eu já entendi Vincenzo, você faz questão de deixar isso claro a todo o momento. Se me der licença, eu perdi minha fome. - Sem esperar uma resposta do Cassano, apenas se levantou e caminhou a passos largos até a escadaria, e subiu para seu quarto.

Vincenzo respirou fundo, não sabia lidar com mulheres, quer dizer, tinha suas relações com elas, mas não era nada que durasse mais de uma noite para que ele aprendesse a lidar com os sentimentos compulsivos. Pegou seu celular ligando para Lucca, o mesmo estava no centro resolvendo algumas coisas a pedido do Cassano.

Vincenzo: - Quero que encontre o homem que brigou com a Cha Young hoje de manhã, leve ele para o galpão. - A única ordem dada, assim que terminou de almoçar, se dirigiu para seu escritório, tinha muito trabalho a fazer.
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