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Obs: alerta de gatilho - ass3dio ⚠️⚠️

*melanie*

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Antes mesmo de abrir os olhos sei que é ele quem está beijando meu pescoço. O quarto está escuro, mas consigo distinguir perfeitamente seu corpo por cima do meu, na minha cama. Como isso aconteceu? Não lembro dele entrando aqui.

Shane passa a lingua sobre minha clavícula e eu seguro seus cabelos, enquanto ele desce os beijos até meus seios. Também não lembro de ter tirado a roupa, mas aqui estou eu, totalmente nua.

Há muito tempo alguém não me toca assim. Seu cheiro está por todo lado, está se impregnando em mim.

Quanto tempo eu esperei para que ele me tocasse novamente? Por que meu coração está tão descompassado?

Quero que me beije. Quero muito. No entanto ele parece querer beijar qualquer parte descoberta do meu corpo ao invés da minha boca. Sinto suas mãos deslizando sobre mim, nossa pele produzindo faíscas com o contato há muito tempo tão desejado.

Por que não fizemos isso antes? Meu Deus.

Seguro seu rosto e o trago para o meu, finalmente. Nossos lábios se tocam, macios, quentes e cheios de paixão. Toco seu rosto, sua barba, seu cabelo. Que saudade eu estava.

Seus dedos brincam com meus mamilos, deslizam sobre minha barriga, e consequentemente chegam ao meio das minhas pernas. Prendo a respiração antes de sentir seu toque, calmo e sedutor. Ainda estamos nos beijando. Quero que ele diga algo, diga que sentiu minha falta, que me desejou todo esse tempo. No entanto Shane não diz uma palavra. Será que algo está errado?

Estou a ponto de perguntar, quando ele mergulha um dedo no meu interior. Sinto meu corpo se desfazendo, cada célula minha gritando seu nome. Shane muda de posição, e para o meu desgosto, deixa de me tocar.

Justo quando eu estava tão perto.

Fecho os olhos por um segundo, e volto ao êxtase quando me toca novamente, dessa vez com a boca. Seguro seus cabelos com força, movimentando o quadril repetidamente.

__ olhe pra mim Melanie.

Estou quase lá, posso sentir. Todo o meu corpo está a ponto de se tornar gelatina na boca dele. Estou mole, não tenho forças nem pra continuar agarrando seu cabelo. Uma de suas mãos segura um de meus seios, o apertando sem parar.

__ olhe pra mim.

O faço. De repente, o orgasmo chega até mim, mas não o sinto. Duvido que possa sentir algo além de medo nesse momento. Medo, pavor, nojo. Me afasto e encolho os joelhos, abraçando meu corpo nú.

O homem a minha frente não é Shane.

Nos primeiros segundos em que o olhei, sim era ele. Mas então.... Os olhos se tornaram mais cruéis. A boca, mais fina e com uma cor escura, carrega um sorriso maléfico. Ele não é Shane.

É aquele bêbado.

Lágrimas começam a escorrer antes que eu possa sequer perceber. Me sinto humilhada como nunca antes. Como pude deixar que isso acontecesse? Como não vi que era ele?

Quero vomitar.

__ vem. Vamos terminar isso. __ ele diz, tocando meu tornozelo.

Não. Não vou terminar nada. Como ele entrou aqui? Como... Oh meu Deus.

__ vem logo Melanie.

No instante que diz isso, puxa uma de minhas canelas, me fazendo voltar a posição que estava antes. Tento chutar seu rosto, lhe mandar socos. Tudo em vão.

Suas mãos já não estão quentes nem macias. Sinto a pele áspera raspando na minha, quando ele abre minhas pernas e se põe no meio delas.

Começo a gritar. Alguém tem que me ouvir, por favor!

Me retorço sobre os lençóis quando ele põe a boca sobre minha barriga, desferindo beijos nojentos por todo lado. O homem começa a grunhir. Não de prazer... Mais como um animal. Levanto a cabeça rapidamente e o pego me observando.

Novamente sinto vontade de vomitar.

A aparência dele mudou nos últimos segundos. Continua sendo o mesmo homem, mas agora, o lado direito de sua face está com a pele descolada, deixando a carne cinza e podre a mostra. Há sangue em seu rosto. Ao redor dos lábios, pingando dos dentes. Não posso evitar os calafrios quando eles chegam.

Subitamente percebo que não sinto minha perna direita. Desço os olhos até ela, e tudo o que encontro são pedaços de carne dilacerados, e ossos saltados para fora.

Não sei dizer se comecei a gritar agora, se estive gritando antes, ou se esse som horrendo esteve aqui em minha cabeça o tempo todo.

Meu corpo todo está em carne viva. Os órgãos que antes ficavam dentro de mim agora estão amontoados sobre meu peito, bem a minha frente. E entre eles... Não!

Meu filho. Não está completamente formado ainda, mas é claramente um feto. Seus olhos estão estranhamente abertos e vidrados em mim, por que sabe que a culpa é minha.

Ele matou o meu filho. Ele me matou.

Acho que estou me afogando em lágrimas. Ou talvez seja sangue. Há sangue por todo lado, o sangue .. o sangue.

Tampo os ouvidos quando alguém grita tão alto que tudo se acaba. E no fim, só há sangue.

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Quando abro os olhos, ainda estou agarrando os joelhos. Não há mais sangue, mas as lágrimas continuaram. Não consigo me mover.

Ainda sinto o cheiro do sangue.

Ao longe, bem ao longe, escuto uma música baixinha, como se alguém estivesse falando algo. Não consigo compreender.

Meu filho. Ele matou meu filho.

A música esta um pouco mais alta, mas mesmo assim não entendo. Como poderia? Ainda sinto o cheiro do sangue...

__ melanie?

Shane. Ele está aqui. Ele está ao meu lado, está tocando meu ombro. Por que está aqui?

Vá embora!

Ele continua falando coisas que não consigo entender. Será que estou louca?

__ foi um... pesadelo?

Pesadelo. Sim, foi um pesadelo. Pesadelos não são reais não é? Foi um pesadelo.

Oh meu Deus, um pesadelo.

__ vem aqui. __ ele diz, com os braços abertos.

Isso é real?

Sim, é real.

Me aproximo e o abraço. Não é como no sonho. Shane é carinhoso, seu toque é suave, mas ao mesmo tempo forte e seguro. Poderia ficar aqui por horas.

Ela diz algo sobre comer, e eu concordo. Não conseguiria ficar nesse quarto mais nem um segundo.

Saimos do quarto, e por mais que por dentro eu esteja totalmente quebrada, o pequeno sorriso que ele me deu ao me olhar já colou algumas partes de mim.

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Living Between the DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora