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Eu já estava de saco cheio daquele evento pouco depois de chegarmos lá. Era uma convenção de jogos, desenhos e animações japonesas, um "festival de anime", e era o tipo de lugar onde eu gostava de ir, ver a decoração, comer alguma comida diferente e ir embora.

Mas sempre tinha muito mais para fazer, sempre tinha muita gente, muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo, um certo tumulto e, é claro, os cosplayers. Talvez eu tivesse um motivo para aceitar ficar ali.

Era tão legal ver as pessoas com aquelas roupas tão surreais, se vestindo como personagens fantásticos, usando máscaras e decorações elaboradas, dava para ver o trabalho que tinham para preparar as fantasias.

E Miguel fazia parte do concurso dessa vez. Não era a primeira vez que meu namorado fazia cosplay, se fantasiando de alguma personagem, mas era a primeira vez que ele participaria do concurso.

E eu estava lá tentando dar apoio para ele, por mais que estivesse cansada do tumulto. Ele estava tão animado que era impossível eu não ficar feliz com ele. Fora que ele estava um amor com aquela fantasia.

Estava fazendo cosplay de uma personagem de um jogo que ele amava. Eu o via jogando frequentemente enquanto estava na casa dele, e a personagem era tão diferente dele que quando ele me disse que faria cosplay como ela, eu não acreditei que daria certo.

Acho que é o que chamariam de "cross dressing", ele era um menino, mas estava com uma fantasia obviamente feminina. Eu já sabia que ele gostava dessas coisas quando começamos a namorar, mas era sempre divertido vê-lo se fantasiando.

E eu achava tão fofo, por mais que ele ficasse envergonhado, ele estava feliz. Era a terceira vez que ele fazia cosplay de alguma personagem feminina e eu precisava me segurar para não agarrar ele, poderia estragar a fantasia se o fizesse.

Então tinha que esperar o evento terminar e chegar na casa dele. Eram apenas algumas horas, passava o concurso, ele ficava em 13º lugar. Ele estava quase chateado por não chegar nem mesmo no top 10, mas eu estava impressionada com ele.

Haviam no mínimo uns duzentos participantes naquele concurso, e o cosplay dele era melhor do que a maioria absoluta. Ele estava incrível, e certamente estava ficando melhor naquilo. No próximo concurso, ele teria chances de ficar em primeiro lugar.

Mas fomos para casa, finalmente, onde eu poderia agarrar ele. Era tão fofo, eu não ia soltar. Chegamos e eu comecei a beijar ele enquanto ele tentava recuperar o fôlego. Ele percebia que eu parecia um pouco mais inquieta do que o normal, mas era a fantasia.

Era divertido beijar ele enquanto ele estava com a fantasia, e ele parecia se divertir também. Havia algo diferente, e eu não sabia explicar, mas era bom beijar ele como aquela personagem qualquer. Mas é claro que ele queria tirar a fantasia.

Não por não gostar, apenas porque não era uma roupa realmente confortável. Então ele tirava, ia tomar banho e voltava com as roupas normais dele, e meu fogo apagava parcialmente. Acho que parte da magia era realmente a roupinha fofa.

É claro que ainda assim demos alguns amassos. Eu beijava ele, ele me beijava, abusava um pouco com a mão em mim e eu deixava. Mas eu ficava olhando para ele e imaginando ele com as roupinhas bonitinhas.

Ele falava que parecia até que eu tinha fetiche nisso, e eu perguntava se isso era um problema. Não era um problema, não para nós, era só... Engraçado. Mas se ele podia se divertir com as fantasias, eu também podia me divertir com aquilo, não?

Ele não ia montar o cosplay de novo, aquelas coisas davam trabalho, e a última coisa que ele queria ia ser estragar os enfeites. Mas por mim, não precisava ser aquela fantasia em específico...

Cenas que eu NÃO lhe conteiOnde histórias criam vida. Descubra agora