Sabe, não era a primeira vez que ela me levava para aquele lugar. Era um canto qualquer mal-habitado na escola, e eu sei, eu sei que contar uma história sobre o ensino médio não soa nada bem, considerando a idade dos envolvidos naquela época. Mas também não quero mentir e lhe dizer que isso aconteceu na faculdade, pois o cenário era bastante relevante para explicar algumas coisas sobre o ocorrido.
Éramos adolescentes, hormônios e descobertas, então algumas histórias com esse tipo de conteúdo realmente acontecem, por mais que não seja apropriado para nós, olhando agora, adultos. Mas estou aqui apenas para relatar uma experiência, algo que realmente me marcou.
Bem, eu tinha 17 anos na época e eu era, como ela gostava de dizer "muito bobo". Eu também me sentia assim, meio atrasado, o que sei que é um sentimento normal - e que certamente não deveria ser -, e gostava de me apegar a detalhes que pudessem provar para mim mesmo que isso não era inteiramente verdade.
Detalhes como eu já ter beijado, saber como se utilizavam preservativos, e também o fato de que eu conseguia não ficar completamente constrangido falando de assuntos sexuais. Às vezes falava sobre com algumas garotas pela internet, e até recebia certas fotos.
Eu sei, eu sei, dizer isso agora realmente não soa nada bem, mas não estou aqui para criar um retrato dourado da minha imagem. Tenha nojo de mim, se quiser, mas não pode me dizer que não era comum lidar com coisas desse tipo na adolescência. Bom, talvez não na sua adolescência, cada um teve uma vida diferente.
Mas ela era diferente das minhas outras amigas. Ela gostava de implicar comigo, e era estranhamente sincera quanto a isso. Ela falava, diretamente para mim, que fazia coisas de forma sensual apenas para me ver "abobado". Talvez ela quisesse dizer "excitado", mas quem sou eu para parafrasear.
E ela não pegava leve, fazia coisas desde chegar bem perto do meu rosto para sussurrar, fingindo aquele momento antes de um beijo que nunca acontecia, até me mandar também as malditas fotos. Nunca eram realmente reveladoras, mas ela conseguia me deixar abobado.
E como se não bastassem as fotos e as mensagens dela contando sobre as atividades sexuais solitárias dela, ela também começava a me mandar mensagens de voz apenas com o som dela gemendo enquanto... Você consegue imaginar o resto.
É claro que eu, abobado, estava viciado naquilo. Sinceramente, eu me sentia foda a cada mensagem que ela me mandava, era divertido, e eu sempre queria mais. E ela implicava falando que eu era um tarado por querer mais.
Mas ela quis dar mais. E naquele dia, naquele canto, ela falou que ia fazer uma coisa pra mim, desde que eu prometesse ficar calado e me comportar. É claro que eu aceitei sem nem mesmo querer saber o que isso queria dizer. Eu estava preparado para qualquer coisa, "deixar de ser um virgem", tinha até levado preservativos comigo, mas ela obviamente me chamou de tarado novamente quando soube disso.
Não não, ela se aproximou e disse que eu gostava tanto dos áudios que ela queria fazer um "ao vivo". Eu estava confuso, mas estava interessado. Duramente interessado. Então ela tirou da mochila um mini vibrador. Um "bullet", mas eu não sabia o nome na época. Apenas consegui manter a dita calma no momento por já ter visto aquilo antes em algumas das fotos dela.
Ela me empurrou me sentando em uma mesa e disse novamente para eu não falar nada e não tentar fazer nada de pervertido e eu acenei que sim curioso, o coração pulsando. Não vou mentir, queria vê-la tirando a roupa naquele momento, mas ela foi muito mais discreta do que isso, se encostou em mim e abriu o botão da calça e deslizou a mão com o brinquedo para dentro sem me revelar nada.
Então ela pediu para eu abraçá-la, e falou que ia me bater se eu botasse a mão na bunda dela. Eu apenas aceitei, e aí começou. O vibrador fazia barulho, dava pra ouvir, e eu estava muito longe de "calmo e controlado", enquanto ela encostava com a cabeça ao lado da minha e começava a respirar com aquele ritmo que me deixava excitado também.
Durou alguns minutos, e eu não sabia o que fazer. Estava uma pedra - entenda como quiser - sem falar nada, sem me mover, apenas sentindo a respiração dela e ouvindo os sons. Ela fazia mais barulho que a coisa na calça dela, mas talvez apenas porque estivesse gemendo em meu ouvido.
Quando acabou, ela apenas passou alguns momentos abraçada comigo antes de falar que ia ao banheiro e sumir sem dar mais explicações. Foi apenas quando esse encontro aconteceu pela terceira vez que ela disse precisar dizer uma coisa.
E como de costume quando alguém me dizia isso, não era coisa boa. Ela me dizia que se divertia em fazer aquilo, mas não queria nada mais comigo. Não queria transar, não queria namorar, queria apenas se masturbar enquanto eu assistia. Provavelmente voyeurismo, mas por que comigo?
Nunca vou saber, mas o que acontece é que pouco depois dela me dizer isso, ela começou a se aproximar de uma garota e elas resolveram namorar. Eu de otário fiquei solteiro. Me diverti, confesso, mas depois de tudo eu ainda me sentia um bobalhão. E não tem a ver com ser virgem ou não, até porque alguns contariam isso como uma forma de transar, mas é porque eu estava sempre esperando ter uma coisa que ela deixava bem claro que eu não ia ter.
Eu sempre aceitava as brincadeiras dela esperando mais, e nunca ia ter mais, não para mim. Espero que para a namorada dela sim, mas eu não tenho nada a ver com isso. Foi apenas esse o meu relato. Acho que a moral da história é que eu queria apenas superar aquelas tardes, tirar ela da minha imaginação erótica. Já fazem alguns anos, já nem nos falamos direito, mas eu não consigo evitar ficar excitado com as lembranças.
Lua Calixto [2021]
VOCÊ ESTÁ LENDO
Cenas que eu NÃO lhe contei
Romance[+18] Essa é uma pequena coletânea de cenas de romances escritas por Lua Calixto. São contos independentes uns dos outros, que buscam explorar o sentimental e o erotismo explícito. As histórias podem possuir conteúdo adulto, como linguagem ofensiva...