Twenty One

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- Madson -

Luke se senta no sofá e eu faço o mesmo, enquanto penso em quais são as palavras certas para contar a história de uma forma que eu não me afogue nas minhas próprias lágrimas.

"Madson por favor, começa logo. Preciso saber." Luke me apressa.

"Tudo bem, só estou pensando nas palavras certas."

"Oh, para não me magoar?"

"Para não magoar a mim mesma." Encolho os olhos e abraço uma das almofadas do sofá. "Bem, eu não conheci o Michael na universidade."

"Isso eu já estou sabendo." Luke diz. Oh, claro, o Michael já contou.

"Nos conhecemos faz 5 anos, estudávamos junto em um colégio particular que fica do outro lado da cidade. No começo era só amizade, mais depois de mais de um ano eu percebi que sentia alguma coisa a mais." Luke soltou o ar e assentiu, deixando que eu continuasse. "Ele me conhecia melhor do que eu mesma e eu o conhecia melhor do que ele mesmo, sempre foi assim. A gente sabia cada detalhe um do outro e contávamos tudo, tudo mesmo."

"Então você deve saber muito dele." Me impressiona quanto o Luke quer compreender toda a situação, tentando se manter calmo e permitindo que eu explique, sem ao menos me interromper.

"Sim, eu sei. Ele me contou os melhores e piores momentos dele, contou até demais."

"Como assim?" Ele arca as sobrancelhas.

"O Mike sofreu muito até ter 14 anos mais ou menos. A mãe dele trabalhava em um banco e a chefe dela abusou do Michael quando ele tinha só 12 anos. Depois ele começou a beber e as coisas só pioraram quando o irmão mais velho dele morreu."

"Uou. Por isso ele é tão..."

"Fechado? Sim, deve ser por isso."

"Ele tinha um irmão?"

"Sim, o Peter, não cheguei a conhecê-lo, ele foi assassinado pouco antes de conhecer o Mike."

"Ele foi assassinado?" Luke engole seco. Confirmei com a cabeça e me lembrei das muitas vezes que o Michael desabafou de como sentia falta do irmão e de como foi injusta a morte dele.

"O irmão dele era gay, um cara homofóbico o esfaqueou." Fungo e tento não chorar. "Bem, continuando, o Michael não era muito sociável, mas depois de me conhecer ele mudou, saia mais de casa, se divertia, curtia a sua adolescência como qualquer outro garoto de 14, 15 anos. A mãe dele me agradecida toda a vez que me via, agradecia por eu ter mudado o filho dela."

Karen sempre gostou de mim, diferente da minha minha mãe, que nunca aprovou o Michael, principalmente depois que descobriu que ele bebia e que ia a muitas festas onde havia pessoas se drogando, sei que ele nunca usou nenhum tipo de drogas antes e que nunca me levaria para um lugar daqueles.

"As coisas começaram a mudar uns três anos atrás, quando o Michael me levou em uma festa. Eu tinha acabado de completar 16 anos e o Michael iria fazer 17 dali há uns meses, a festa foi em clube no centro e ele conhecia todos por lá, por isso entrar foi fácil." Respiro fundo e limpo minha bochecha já molhada por algumas lágrimas que não consegui conter.

"O que aconteceu nessa tal festa?" Luke se aproxima um pouco, mas ainda mantendo uma distância de mim.

"Eu bebi pela primeira vez, ele me fez beber mais do que eu queria. Drinks e mais drinks, alguns shots de tequila foram o suficientes para eu não me lembrar de muita coisa daquela noite. Na manhã seguinte eu acordei na cama do Michael, nua, estava dormindo sobre o peito dele, então eu percebi o que tinha acontecido, ele tinha tirado a minha virgindade, ele abuso de mim quando eu estava bêbada!"

Everything I Didn't Say + mgcOnde histórias criam vida. Descubra agora