era simples a resposta
Duas semanas se passaram, Ren e Sukuna não poderiam estar mais próximos, sempre encontravam-se no bosque. A garota fazia questão de levar algum doce feito por si para que o homem experimentasse, ficando tão contente com a aprovação do maior que de vez em quando abraçava ele inconscientemente. Ryomen, mesmo não gostando de alguma das guloseimas feitas, obrigava-se a dizer que estavam deliciosas e não deixava sobrar uma no cesto, fazia isto apenas para deixar Ren alegre.
Não podia negar que se aproveitava dos momentos em que o contanto dos dois se intensificava, como nas vezes que a morena o abraçava sem querer. Sukuna sentia-se tão leve e tranquilo com ela, que tentava a todo custo ficar ao seu lado, embora não quisesse pressionar a garota. Tinha medo de vacilar em algo com Ren, acabando por fazer atitudes bobas que tiravam gargalhadas boas da menina. Pela primeira vez depois de séculos, o Rei das Maldições sentia-se tão inútil e ridículo, que realmente questionava-se o que fazia ali, com ela.
Todavia, a vontade de vê-la era maior do que a de se sentir humilhado por tanta baboseira que dizia à garota. Ryomen parecia um adolescente em seu primeiro namoro, simplesmente não sabia agir corretamente estando na presença de Ren. Constantemente se via encarando profundamente seus olhos bicolores, esquecendo-se do que iria dizer ou fazer. Às vezes, um desespero se instalava no peito ao lembrar-se de quem realmente era, assustando-se com o fato de que um dia, teria que contar para ela sua real existência.
— Você não tem alguém melhor para ir irritar não? - disse no automático, apoiando o rosto na mão enquanto via a figura pequena ajeitar uma manta na grama.
— Eu já te disse - revirou os olhos, organizando o pequeno piquenique - Eu só tenho você.
Apontou para Sukuna, um biquinho de indignação formando-se nos lábios inchados e rosados dela. Ryomen sentiu uma vontade incompreensível de beija-la, queria saber como seria o gosto de sua boca. Se repreendeu internamente, como alguém tão perverso como ele poderia ter-la, que é uma alma tão pura e bondosa?
— Venha, sente-se aqui comigo - chamou por ele, dando tapinhas na manta.
Se acomodou ao lado de pequena, tentando não encostar tanto no corpo dela, com receio de deixá-la desconfortável.
— Olhe! - cutucou o ombro largo de Sukuna.
Longe dali, um coelho marronzinho pulava de um lado para o outro, não percebendo a presença dos dois. Suas orelhinhas mexiam, o narizinho fungando o cheiro que vinha das folhagens e as patinhas cavucando algo. Sukuna se perdeu nos gestos majestosos que Ren fazia enquanto observava o animal minúsculo se mover por entre a vegetação rasteira. Ela estava encantada com ele, sua ansiedade com aquele acontecimento um tanto raro intensificava a cada vez mais, controlando-se para não ir atrás do coelho que serpenteava perto deles.
Virou o rosto para Ryomen, tendo as orbes escarlates do maior em seu rosto pálido e belo. Ren parou o que estava fazendo para fazer o mesmo que ele, seu coração batendo mais rapidamente depois de perceber que estava sendo observada. Sua heterocromia vagava pelos contornos de Sukuna, um sentimento estranho consumindo a garota. Ela não entendia muito bem o que era aquilo, porém queria estar mais perto dele. Simplesmente o achava atraente e elegante, seu cabelo rosado jogado para trás e a estrutura malhada chamavam sua atenção. A respiração descompensou e um suor frio escorreu pelas palmas da mão.
Ren perdeu-se no rubro de Sukuna, achando seu próprio reflexo nos olhos deles. Um choque percorreu suas extremidades e a morena se perguntou o que seria aquela sensação de desejo e ansiedade que subia pelo alto de sua bexiga. Se ajeitou na manta, tentando parar aquele formigamento que subia por ela, Ryomen apenas olhava seus movimentos, as mãos fechadas em punhos em uma forma de auto controle. Queria tanto toca-la ou beija-la, sua pureza e ingenuidade simplesmente faziam com que Sukuna não tivesse coragem de tal ato.
Porém a garota claramente clamava pelo corpo dele, encarando sem vergonha nenhuma os lábios macios e chamativos do homem, imaginando qual seria a sensação de toca-los. Ren não tinha experiência alguma com contatos físicos que envolviam luxúria e malícia, nunca havia sido desejada por alguém para compreender o que sentia e nem mesmo chegou a procurar saber mais sobre. Levou um susto quando a mão de Sukuna rastejou até sua bochecha gordinha, enfiando os dedos pelos fios escurecidos que eram presos em um coque bagunçado. A palma quente do homem lhe deu um choque e um arrepio passou por sua espinha, ela estava assustada coma ousadia dele e sensações que tinha.
Por outro lado, Ryomen amaldiçoava-se por estar se aproximando sem a permissão dela, mas também apenas queria corresponder com as vontades Ren, sabendo muito bem o que se passava por dentro dela. Um turbilhão de beliscões se fez no pé do estômago de Sukuna, o nervosismo instalando-se fielmente no mais alto e uma insegurança rara passando por sua mente. Como ela reagiria? Eram poucas as vezes em que o Rei das Maldições pensava em como os outros se sentiam, contudo naquele momento, Ren era mais importante que tudo.
Chegou tão perto da morena que sua respiração totalmente descompensada bateu na bochecha de Sukuna, deixando claro a ansiedade dela. Ele imaginou a bagunça que estaria a cabeça da menina, decidindo então agilizar o processo que tanto enrolava. Colou seus lábios nos de Ren, um choque de temperatura se fazendo no contato entre as duas bocas. A garota se deixou levar pelo momento, imitando os movimentos que Ryomen fazia ao molhar ela com sua saliva calorosa e pegajosa.
O frio na barriga que sentia se intensificou, suas mãos suando mais do que o normal e o coração quase tendo uma parada cardíaca. Ela não pensava, apenas sentia, percebendo o quão estava absorta no beijo que Sukuna a dava. Teve vontade de se segurar nos ombros largos do rapaz, porém foi afastada com cuidado e maestria para trás, suas bochechas vermelhas e os lábios úmidos de uma forma que enlouquecia Ryomen.
— O que foi isso? - questionou inocentemente.
— Um beijo - o rosado respondeu, os olhos baixos enquanto ainda observavam o inchaço da boca dela.
— E-eu não sei beijar - colocou as mãos no rosto, tampando-o da visão de Sukuna.
O homem ficou furioso por Ren querer esconder-se dele, puxando seus pulsos com cuidado e gentileza. Por mais que a garota de olhos bicolores nunca houvesse beijado, Ryomen afirmava até mesmo dormindo que aquele fora o contato mais perfeito que tivera com uma mulher.
— Eu te ensino - aproximou-se novamente, raspando seus lábios nos dela enquanto encarava as orbes de duas cores - Apenas relaxe.
[07/06/21]
sem revisão
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𝒂𝒑𝒐𝒄𝒂𝒍𝒚𝒑𝒔𝒆 {sukuna ryomen}
Fanfiction• SHORT FIC • Anos atrás, quando os cantos do mundo não eram explorados e habitados por multidões de humanos, uma pequena civilização agrícola serpenteava por entre os territórios do atual Japão...