1. Confusão

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A festa estava uma loucura, a música alta e os corpos suados me deixavam zonza. A bebida já tinha saído da fase que me deixava feliz e passou a me deixar desnorteada. Fui tomada por uma sensação de tristeza e desespero. Senti uma vontade imensa de ir pra minha casa.
Ao sair da boate percebo um burburinho vindo de um grupo de homens reunidos, a cena parece uma discussão, mas tento seguir firme apesar do aperto que sinto ao ver que a discussão estava esquentando a ponto de se tornar uma briga.
Chegando na esquina ouço o som do primeiro tiro, e depois uma chuva de balas parece cair, meu corpo treme ao pensar das balas tirando a vida de alguém ou até ferindo.
Vejo dona Rosa, uma senhorinha simpática que trabalha com meu chefe, ela está na rua acenando para que eu lhe acompanhe, vejo o quão estamos confusas e com medo, enquanto ela me acolhe em sua casa.
Os tiros cessam e meu coração vai se acalmando, Rosa me trás um chá de camomila e se senta comigo. Ficamos um tempo em silêncio, ainda atordoadas com a experiência vivida a poucos minutos.
Sem percebermos, ou pelo menos sem eu perceber, um homem alto e de terno entra na casa e fica nos encarando sem entender durante alguns segundos, até questionar:

•Desconhecido: Boa Noite Mãe, o que ela faz aqui?

•Rosa: Boa Noite Meu Filho! Eu estava na rua quanto começou os tiros, você chegou a ouvir? Encontrei Layla na rua e trouxe ela, somos amigas do trabalho, eu precisava ajudar ela.- diz incisiva.

•Desconhecido: Sim, eu ouvi os tiros, foi a melhor escolha traze-la para cá Mãe, pode ficar tranquila.- diz ele indo até Rosa para abraça-la. A cena derrete meu coração, o amor que ele transmite pela mãe é tão lindo.

Dou uma tossida de leve para me notarem novamente. E começo a me levantar pronta para ir embora. Dona Rosa prontamente vem até a mim.

•Rosa: Kayla fique a vontade. Irei fazer alguma coisa para nós comermos, e pelo amor de Deus, durma aqui essa noite. Não sabemos o que nos espera na rua a essa hora. -diz carinhosamente.

•Eu: Eu não quero incomodar. -digo ainda tensa.

•Rosa: Você sabe que não me incomoda, vai ser como se estivéssemos tomando um café na empresa. -diz ternamente.

•Desconhecido: Bom, como você ainda não me conhece meu nome é Ethan. É um prazer conhecê-la. - ele diz sorrindo, enquanto dona Rosa se retira para preparar a comida.

Um vento frio entra pelas as janelas e percebo então a roupa que visto, ou a quase roupa. Já que vestia um vestido extremamente curto e cheio de brilho. Tento disfarçar e puxo uma almofada para me cobrir, Ethan nota minha movimentação.

•Ethan: Olha estou indo me trocar, você gostaria que eu trouxesse roupas confortáveis? Posso pegar uma muda de roupa minha.

•Kayla: Eu agradeço a gentileza.-digo sem graça.

Ethan sobe as escadas e vai em direção ao seu quarto. Depois de alguns minutos ele volta vestindo um regata e um short. Eu já tinha arrancado meus saltos e estava aguardando a chegada dele com a roupa. Quando ele iria me entregar as roupas dona Rosa nos interrompe.

Rosa: Criança venham rápido, a comida já está na mesa.

Então nós à acompanhamos até a sala de jantar. Onde estava servido sanduíches naturais feitos por dona Rosa. Tomamos o suco tambem feito pela mesma.

Após comermos ela se retirou para dormir porque já passava das 2 da madrugada, enquanto eu e Ethan ainda estávamos conversando. Como uma boa hóspede me ofereci para lavar as louças e limpar a bagunça, Ethan me acompanhou na limpeza enquanto falávamos sobre diversos assuntos e nossos gostos pessoais.

Ethan e eu conversávamos, descobrimos que temos gostos muito parecidos por filmes de ação e ficção. Ele é um grande fã de Harry Potter assim como eu.

Ethan: E aí qual personagem se parece mais com você?

Kayla: Olha depende - solto um riso tímida - me comparo muito com a coragem, força e inteligência da Hermione, mas as vezes me sinto como a Luna, ela é sentimental e muito otimista e bem louquinha, muito criativa. - falo pensativa.- E voce? Nao vai me dizer que e e do tipo Malfoy. - digo rindo.

Ethan: Acho que sou uma mistura de Cedrico com o Harry. - diz rindo?

Kayla: Eu diria que voce tem a beleza do Viktor Krun. - dou um sorriso travesso.

Ethan: Em parte sim, diria que sou ate mais bonito. - ele ri.- Mas em relacao ao Cedrico me refiro a inteligencia, a ser justo como ele, e com o Harry me considero corajoso e impulsivo as vezes, cometo muitas loucuras quando penso pela emocao.

Kayla: Ou seja voce era um menininho que adorava se meter em encrenca como se fosse dono do mundo. To errada?

Ethan me observa por alguns segundos e da um sorriso encantado, percebo como ele me olha, como se quiser saber tudo sobre mim e mesmo assim não me pergunta nada. E isso me deixa inquieta.

Kayla: Porque me olha assim?

Ethan: Porque você é interessante e está errada.- ele disfarça.

Kayla: Isso não é uma resposta. -digo indignada.

Ethan: Digamos que eu ainda goste de me meter em encrencas. - diz abrindo um sorriso cafajeste.

O ignoro voltado a lavar o restante da louça como se nada tivesse acontecido. Terminamos de lavar toda a louça e nos encostamos na pia enquanto ele contava uma piada sobre uma situação que passou. Eu o olhava enquanto ele pronunciava cada palavra sobre a história e via cada movimento que seu rosto fazia, notei os pequenos sorrisos no meios das suas falas e já estava totalmente hipnotizada por aquele homem.

Ethan percebe e se aproxima intensificando o clima já existente, ele morde os lábios e me puxa para perto dele colando seu corpo ao meu. Ele me beija. Sem carinho e sem cuidado. Mas com vontade e desejo, como se estivesse com sede daquilo. Suas mãos passeavam pelo meu corpo. Nós dois queríamos aquilo. Ele me solta e da um sorriso assanhado. Me pega pela mão e me acompanha até o quarto.

A noite é uma criançaOnde histórias criam vida. Descubra agora