A luz acinzentada da lua refletia a pele suada e exposta do alfa de fios ruivos, que se concentrava em dar investidas arduas contra o meu interior. As expressões de prazer que pintava seu rosto fazia-me arrepiar e sentir coisas estranhas pelo meu corpo, não entendia quais eram as sensações, mas todas elas me arrancavam gemidos baixos e contidos.
Como qualquer outra noite havia fugido de casa pela janela do meu quarto. Não era agradável escalar, sentia muito medo de altura, porém, saber que ele me esperava ansiosamente na floresta para ficarmos juntos, várias borboletas pareciam voar dentro da minha barriga.
— H-hoseok… não consigo mais. — Fechei os olhos com força me encolhendo.
— Goza pra mim, meu amor. — Sussurrou próximo a minha orelha e no mesmo instante cheguei ao meu limite, com tremores percorrendo todo meu corpo desnudo.
Em seguida o alfa se retirou de mim e passou a bombear o membro todo molhado da minha lubrificação natural,— que há poucos meses descobri o que era— em poucos segundos minha barriga foi suja com todo aquele líquido esbranquiçado que sempre saia quando fazíamos amor.
— O que está pensando? — Hoseok perguntou, após termos recuperado o fôlego e os sentidos. Ele me abraçava pela cintura com firmeza.
— Como é estranho fazer isso… não vejo a menor lógica nesse negócio branco.
Faço um biquinho enquanto pensava para quê aquilo serviria. Será outro tipo de lubrificante?
— Sua inocência que é estranha, Taehyung.
Ele riu baixo mostrando os buraquinhos no rosto que enfeitavam seu sorriso.
— Sabe que nunca recebi educação, não saía de casa pra aprender essas coisas na escola. Papai tem vergonha de mim e eu também tenho.
Suspirei profundamente observando as orbes escuras do mais velho que tinha a lua refletida em sua íris. Ele é tão lindo.
— Suas orelhinhas de lobo não deveriam ser motivo de vergonha, já te disse isso.
Desviei o olhar para qualquer outro lugar. Desde que nasci, bem no topo da minha cabeça haviam orelhas de lobo que não serviam para nada. Elas apenas se mexem quando meu humor muda. Não sabia bem o que havia acontecido para ter aquele negócio, chegava a ser bizarro, mas depois de tanto pesquisar e ir buscar médicos/curandeiros, meus pais desistiram e me deserdaram por me considerar algo demoníaco e horrendo.
Claro que tudo isso colaborou para que eu não saísse de casa —eles também não deixavam—, não tivesse amigos ou até mesmo contato com os empregados que andavam por toda a casa. Meus irmãos não trocavam uma palavra comigo, ao menos olhavam para mim, e eu nunca tive a mesma oportunidade de ter mimos como eles.
Eu desejava que no fundo eles ainda me amassem e me considerasse como parte da família, apesar dos meus defeitos.
Mas foi numa das noites em que saí para me encontrar com Hoseok, que eu percebi que meu desejo era somente algo infantil da minha cabeça.
Papai sabia de tudo.
Quando adentrei meu quarto ele me esperava na cama. Não tive nem tempo de falar ou pensar, ele me puxou pelo braço e me arrastou para a sala com brutalidade, me jogando no chão como se eu fosse uma boneca.
— Além de ser a merda de um ômega horroroso, ainda por cima é uma vadia!
Ele cuspiu em meu rosto me fazendo arregalar os olhos e em seguida me encolhi quando ele usou sua voz de alfa.
— Eu deveria ter te matado quando era um bebê. Sempre te dei tudo, e é assim que retribui? Transando com um alfa compromissado e na floresta como uma puta?—ele puxou o cinto preto da calça com facilidade e o dobrou ao meio.
O que papai vai fazer? Por que está tão bravo?
— Você é a minha maior vergonha!
E com isso passou a desferir várias cintadas em meu corpo, que me deixou abalado e com medo. Medo… ele foi maior do que a dor.
Não sei por quanto tempo ele ficou me batendo, puxando meu cabelo e me jogando de um lado para o outro, para poder marcar toda a minha pele, nem mesmo meu rosto ficou impune. Mas meu corpo castigado não aguentou por tanto tempo e acabei desmaiando ali mesmo, todo ensanguentado e com hematomas.
Durante os dias que se seguiram, não pude sair da cama de tamanha dor que sentia, um empregado entrava uma vez por dia no meu quarto para me ajudar com os ferimentos e trazia um pedaço de pão velho que várias vezes me deram enjoo por está quase mofado.
Se soubesse que fazer aquelas coisas com meu hyung era errado, jamais teria passado dos limites, mas eu não sabia de nada e só queria perguntar o por quê. Por isso novamente sai escondido de casa, mesmo todo ferido e com dor.
Achei que não o encontraria, mas lá estava ele no nosso ponto de encontro. Vestido com uma roupa bonita e discreta, com o cabelo arrumado em um topete. Não me segurei e corri até ele com os braços abertos, porém o abraço que o envolvi não foi retribuído.
— Taehyung, não podemos mais continuar com isso… sinto muito.
Franzi o cenho e o olhei confuso. Embaixo do capuz que usava, minhas orelhinhas automaticamente se abaixaram.
— Como? Mas você disse que gostava de mim.
— Eu tenho uma noiva, a Lalisa é o meu amor e tudo que tivemos foi passageiro, não significou muita coisa. Não gosto de você da forma que pensa… é apenas como amigo, Tae.
Meus olhos se encheram de lágrimas e soltei a cintura dele, me afastando cambaleando não acreditando no que ele estava dizendo. Estava prestes a cair, como se faltasse chão.
— Meu pai mandou você dizer isso?
Perguntei com a voz embargada pelo choro.
— Por que ele iria mandar fazer isso? Estou apenas sendo sincero, não quero te machucar, ou aprofundar as coisas.
O ruivo tentou se aproximar para limpar meu rosto, mas me esquivei.
Os olhos que tanto admirava perderam a cor e tudo o que eu sentia parecia ter sido quebrado, rachado ao meio. Eu estava pronto para entrar em combustão. A necessidade de gritar e chorar me tomava, mas não fiz nada disso. E novamente tudo que pude sentir foi dor.
— Só se cuide, ok? Nos vemos por aí.
O mais velho passou por mim e foi embora como se nada tivesse acontecido.
Uma tontura me fez cair no chão e acabei vomitando tudo que tinha comido naquele dia. Um pão com água.
O caminho para casa foi doloroso, meus pensamentos no alfa de cabelos ruivos me tiraram de órbita. Ele havia sido a única pessoa que me tratava como se eu não fosse uma aberração, mas de repente essa memória parecia fazer meu peito doer mais ainda.
Ao ter entrado no quarto, novamente fui recebido por ele, e outra vez desmaiei no chão frio da sala ao ser violentado.
•••
Tadinho do Taetae, quero proteger. :((Até a próxima!
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Redenção
FanfictionJjk+Kth|ABO Um ômega recessivo considerado uma aberração e um alfa com um passado trágico e amargo, o destino os une a partir do mesmo sentimento: a dor. Filho de um líder severo, Kim Taehyung é deserdado após o nascimento por nascer diferente de to...