"A Natureza reivindica tudo que lhe foi tirado.
Os Guardiões do Mar despertaram-se; não há consequências em vão."Um aviso aparecera nas rochas do porto.
O povo da pequena ilha passava, lia e sequer preocupava-se com o sentido daquelas palavras. Muito menos entendiam como uma crítica à sua falta de respeito com quem vivia e dependia do Mar.
Na manhã seguinte, um navio fora atracado em Aedora. Ninguém sabia que aqueles jovens luxuosos, que apareciam diariamente, eram, na verdade, os Guardiões do Oceano.
O primeiro Guardião vagou pela ilha por um dia inteiro, descontentando-se ao encontrar montes de lixo sendo despejados nas águas.
No dia seguinte, foi a vez da segunda Guardiã, que revoltara-se ao presenciar tanta morte de animais marinhos em troca de capital.
No último dia, o terceiro Guardião angustiou-se ao notar que ninguém ali era grato pelo que a Natureza lhes concedia.
Rápido como surgiu, o navio desapareceu.
O povo de Aedora entendeu menos ainda quando nuvens escuras tomaram o lugar do costumeiro céu limpo. A tempestade parecia querer lavar todo o egoísmo daquela ilha.
Algumas pessoas diziam que três espíritos tenebrosos subiram aos céus e trovejaram a maldição que caía por Aedora; a consequência por toda a destruição que causaram.
Havia apenas uma saída: um tesouro perdido nas montanhas. A oportunidade de que alguém com a alma pura, desejasse o fim daquela chuvarada.
Passaram-se anos e ninguém conseguiu quebrar a maldição. Seus corações corrompidos almejavam a velha Aedora, que destruía o que não era seu, e não gratificava-se pelo que lhe era ofertado. Portanto, cada pessoa que tentava subir a montanha era confundida e levada de volta à planície.
Um garoto cresceu ouvindo de sua mãe sobre como Aedora fora um lugar feliz, onde o povo festejava sempre que tinha oportunidade. Mas o único cenário que foi capaz de ver, desde de muito novo, foram as tempestades que nunca cessavam ali e as pessoas tristes, abatidas.
A coragem em seu coração era tamanha que, certo dia, o menino se arriscou em ir ao pé da montanha. Corajosamente subiu, sem rumo certo. E a neblina guiou seu caminho.
No topo, a neblina dispersou-se e ele avistou um altar rochoso, onde milagrosamente um colar apareceu. Enrico o pegou, e imediatamente ouviu dezenas de vozes sussurrando, guiando-o a usar a joia; e assim o fez.
Sentindo a energia do objeto, Enrico tentou colocar em palavras o que tanto queria, mas falhou. Sabendo que os Guardiões o ouviriam de qualquer forma, desejou silenciosamente o fim de todo o tormento de Aedora.
As nuvens carregadas extinguiram-se e a pequena ilha pôde ver novamente o céu limpo. Aedora alegrou-se e comemorou o feito do garoto assim que o viram descer da montanha.
Todos comemoraram naquela noite. Ninguém sabe, certamente, se foi o colar capaz de controlar o egoísmo daquele povo ou se o medo de que o caos voltasse os impediu de repetir os maus atos.
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ARCADE | Copa dos Contos
Mystery / ThrillerLivro para compilar minha participação na Copa dos Contos. Fase 1 sinopse: "Ele sabia bem sobre as histórias que envolviam o arcade, sobre a fantasia que condicionava todos a acreditarem em boatos envolvendo o governo e transtornos causados pelo jog...